por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 23 de maio de 2011

Poemas - Por Stela Siebra Brito





TEREZINHA DE JESUS NÃO CAIU, NÃO FOI AO CHÃO

Por Stela Siebra Brito



Primeiro amor:

Andávamos de mãos dadas

e não nos dizíamos (ou sabíamos)

namorados

os lábios roçavam-se fugidios

tenros

assustados

com a delícia da carícia

com a leveza fugaz

insustentável

oscilante

do amor adolescente,

do amor nascente.



Segundo amor:

Meio dia de luz e calor

teu olhar se adulçorou sobre o meu

lambuzando-me de ternura e frescor.



Noite clara e fria

teu olhar se derramou sobre o meu

como árvore debruçada no rio,

beijando as águas do meu rosto

banhado de chuva e lua.



Terceiro amor:

Subia pela varanda

sem que eu jogasse meus cabelos de Rapunzel.

Dizia amar-me, mas Vênus me piscava um olho, descrente, irônica.

O obstáculo intransponível não era a torre,

era o encantamento feito pela bruxa que morava dentro de mim:

meus olhos só brilhariam com poesia.

E ele era tão somente um príncipe,

desprovido de graça poética,

da loucura e lucidez dos que amam

estrelas,

madrugadas, trovões

e a solidão das palavras.



Rapunzel ainda está na torre,

mas, cadê o poeta?


Stela Siebra Brito

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