por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PORTEIRA DA SAUDADE - Marcos Barreto de Melo

Guardo bem a sua imagem
Na entrada da fazenda
Com sua fragilidade
Mostrando a simplicidade
Quando em tempo de moagem
Uma estrada de rodagem
Por onde tudo passava
Acabava o teu sossego

Ainda tenho na lembrança
Teu retrato, tua imagem
Sua madeira lavrada
Pelo sol tão ressequida
Sem trato, já encardida
E o mourão de aroeira
Que se cobria de poeira
A cada carro que passava

O sol forte, inclemente
Tratou de lhe envelhecer
Mas, quem passou ao teu lado
Nunca vai te esquecer
Ainda guarda certamente
Num canto do coração
A exata dimensão
Do que fostes no passado

Hoje vives desprezada
Num tronco velho encostada
Mas, ainda és capaz
De revirar a saudade
Sacudir minha lembrança
Remoendo a minha dor
Ao lembrar dos que passaram
E por ti nunca voltaram

Marcos Barreto de Melo

3 comentários:

Aloísio disse...

Marcos,

Grande Poeta!!!
Você sempre trazendo pra nós suas lembranças, com seu dom da poesia.

Grande abraço
Aloísio

socorro moreira disse...

Parabéns, poeta !

Grande abraço.

Marcos Barreto de Melo disse...

Socorro e Aloísio,

Quisera eu ser poeta!
Sou apenas um aprendiz. Obrigado a vocês pelo estímulo.

abraço,

Marcos