por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 5 de maio de 2011

A ESTRELA DALVA - por Norma Hauer



Era o dia 5 de maio de 1917 quando uma estrela brilhou nos céus de Rio Claro-São Paulo: nascia a Estrela Dalva. Deram-lhe o nome de Vicentina porque não sabiam que ali nascia uma estrela: a Estrela Dalva do universo de nossa música popular: DALVA DE OLIVEIRA.

Antes mesmo de ser essa estrela ela fez parte de um trio, denominado de Ouro.

Lembro-me daquela época, quando Dalva de Oliveira e a Dupla Preto e Branco estrearam na Rádio Mayrink Veiga e César Ladeira deu-lhes o nome de "Trio de Ouro", ali, na hora.

Lembro-me de vários sucessos, do Trio, como “ Ceci e Peri”; "Pedro, Antônio e João"; Praça Onze";"Laurindo";"Ave Maria do Morro"...ricas composições de Herivelto Martins
Nas gravações do Trio, Dalva estava presente, fazia alguns solos, mas não gravava sozinha. Sua voz dominou o Trio quando eles gravaram “Ave Maria do Morro”.
Parece que esse foi o começo do fim do Trio com Dalva, Herivelto e Nilo Chagas. Aquele fim na Venezuela nunca foi bem explicado mas a situação entre eles também teve seu fim e...
... e pouco depois, uma situação de desavenças chegou ao conhecimento do público e quando tudo parecia perdido, nasceu a verdadeira Estrela Dalva.
Cantando sozinha, ela dominou um repertório que a levou ao auge do estrelato, enquanto as novas formações do Trio de Ouro não “emplacavam”.

Sua voz, fina, cristalina, bem colocada dominou como poucas a música da época. Compositores, como Marino Pinto e Ataulfo Alves acreditavam na Estrela Dalva e enriqueceram seu repertório com verdadeiras jóias, que não eram mais “de ouro”, mas continuavam brilhando.
E assim nasceram “Tudo Acabado”;”Calúnia”;”Segredos”;””Meu Rouxinol”;
“Neste Mesmo Lugar”;”Amor de Mãe”;””Zum-Zum”;”Poeira do Chão”;”Estrela do Mar” e dezenas de outros.
Herivelto pensou que acabaria com Dalva e deu-se o contrário; o Trio de Ouro foi "sumindo", enquanto Dalva alcançou o auge de seu sucesso. Como compositor, porém, Herivelto continuou “de ouro”, mas o Trio, sem Dalva (com outras cantoras, como Lourdinha Bittencourt) nunca mais se reergueu.

É pena que Dalva não soube "viver"esse sucesso e abusou da bebida.

Nessa época sofreu um acidente automobilístico à saída do Túnel Novo e nunca mais foi a mesma. Foi uma fatalidade.
Ela sobreviveu, mas não se recuperou, embora tivesse feito dois últimos grandes sucessos depois desse acidente; encerrou sua carreira com chave de ouro, com os sambas “Máscara Negra” e "Bandeira Branca"...

"Bandeira branca, amor, não posso mais....
Pela saudade que me invade,
Eu peço PAZ"

No dia 30 de agosto de 1972 a Estrela Dalva foi brilhar de vez no céu.

Norma

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