por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 5 de maio de 2011




DAS UTOPIAS




Se as coisas são inatingíveis... ora!


Não é motivo para não querê-las...


Que tristes os caminhos se não fora


A mágica presença das estrelas!




Mario Quintana - Espelho Mágico






O SILÊNCIO


Convivência entre o poeta e o leitor, só no silêncio da leitura a sós. A sós, os dois. Isto é, livro e leitor. Este não quer saber de terceiros, n ão quer que interpretem, que cantem, que dancem um poema. O verdadeiro amador de poemas ama em silêncio...


Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo



CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO


Eu sou um homem fechado.

O mundo me tornou egoísta e mau.

E a minha poesia é um vício triste,

Desesperado e solitário

Que eu faço tudo por abafar.


Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,

Com o teu passo leve,

Com esses teus cabelos...


E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender

nada, numa alegria atônita...


A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil

Aonde viessem pousar os passarinhos.


Mario Quintana


POEMA


Mas por que datar um poema? Os poetas que põem datas nos seus poemas me lembram essas galinhas que carimbam os ovos...


Mario Quintana (Caderno H)