por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 19 de março de 2011

Penas ao vento - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Por estes dias, não sem motivo algum, lembrei-me de uma pequena história que minha mãe me contou há muitos anos, quando eu era ainda uma criança.

Um mestre, que era muito sábio, possuía muitos discípulos. Certo dia, encontrou um dos seus discípulos numa animada roda de conversa com os amigos. Aproximou-se dele sem se fazer notar e, sem querer, escutou que ele falava mal de um dos seus amigos ausente, fazendo injúrias e o desqualificando com atributos dos quais aquele amigo não era possuidor. O mestre se aproximou do discípulo e lhe disse que estava na hora de receber a lição daquele dia.

Os dois andaram durante algum tempo em silêncio até chegarem defronte a uma torre muito alta. O mestre convidou o discípulo para juntos subirem até o mais alto daquela torre. Quando chegaram ao topo, havia alguns sacos desses que se colocam feijão para o transporte. Então o mestre ordenou ao discípulo que pegasse um daqueles sacos e jogasse todo seu conteúdo pela janela da torre ao chão. Este obedeceu, levantou o saco com as duas mãos, estranhando que seu peso fosse incrivelmente tão leve. Abriu o saco e viu que estava cheio de penas. Obedeceu à ordem do mestre e atirou fora todo o seu conteúdo. Ficou alguns minutos observando as penas voarem para longe, espalhando-se por toda a parte, ao sabor dos ventos. Depois que as penas voaram para os mais distantes lugares, sujando várias ruas e praças, o mestre ordenou: “Agora, meu filho, você vai descer e recolher todas aquelas penas e recolocá-las nesse saco.” “Mas mestre é impossível fazer isso! Não posso recolher todas aquelas penas, pois muitas voaram para longe.” E o mestre lhe disse: “Assim são as injúrias e calúnias que se faz contra um ser humano. Jamais poderão ser reparadas.”

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

4 comentários:

Aloísio disse...

Carlos,

Maravilha de lição, é sempre bom lê-la.
Parabéns!!!

Abraços
Aloísio

socorro moreira disse...

Sim...
O ser humano perdoa, mas não esquece !
O desmemoriado é feliz?

Marcos Barreto de Melo disse...

Carlos,

Um belo texto você nos trouxe.
Lembro-me de ter ouvido muito isto do meu pai.

Abraço,

Marcos

Stela disse...

Adoro histórias de ensinamento, assim como gosto das de trancoso, das histórias reais. Só precisa ser bem contada, assim como conta Carlos.