Norma
por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
22,24 e 25 de Agosto - Três Presidentes marcando estas datas tão próximas - Por Norma Hauer
Norma
Henrique Fôreis Domingues - Almirante - Por Norma Hauer
João de Barros do Crato a São Paulo - por José do Vale Pinheiro Feitosa
Por Alice Ruiz
minha saudade
saúda tua ida
mesmo sabendo
que uma vinda
só é possível
noutra vida
aqui, no reino
do escuro
e do silêncio
minha saudade
absurda e muda
procura às cegas
te trazer à luz
ali, onde
nem mesmo você
sabe mais
talvez, enfim
nos espere
o esquecimento
aí, ainda assim
minha saudade
te saúda
e se despede
de mim
Paulo Leminski
Poetas Velhos [Paulo Leminski]
Me deixem na boca
o gosto dos versos
mais fortes que não farei.
Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.
Jorge Luis Borges
O SUICIDA
Não restará na noite uma estrela.
Não restará a noite.
Morrerei, e comigo a soma
do intolerável universo.
Apagarei as pirâmides, as medalhas,
os continentes e os rostos.
Apagarei a acumulação do passado.
Transformarei em pó a história, em pó o pó.
Estou mirando o último poente.
Ouço o último pássaro.
Deixo o nada a ninguém.
(Traduções de Renato Suttana)
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Edla também solidária a saudade de Eliane
"Rosa, amiga-irmã, bem merecida, comovente, grandiosa em sua simplicidade, porque saiu dos recônditos de sua alma, essa homenagem à nossa amiga comum: ELIANE, ou Liane, como a chamávamos. Descrever Liane é fácil e ao mesmo tempo difícil. Eu a via assim: Seu nome: SEMPRE. Ela se conhecia bastante para saber quem era, o que queria e a quem queria, desnudando sua alma para mostrar pra valer o que era e o que trazia de mais belo e maravilhoso em seu interior. Todas as dores doem, mas a que mais dói é a saudade. Saudade de Liane e não saber como estancar as lágrimas pela falta de seu sorriso, pela falta de seu bom humor, mesmo quando as dores físicas iam além de suas forças, por sua partida. Liane é isto:
“Mulher Coragem,/que a vida enfrenta só,/no seu barco vai remando/ a corda dá nó.../ Mulher Coragem!.../Mesmo chorando./ Não cruza os braços./ Vai! Enfrenta o terror que a vida te dá.../Mulher Coragem!...não voltes atrás/. Enfrenta tudo e todos, sê forte!/ Deus te há de dar recompensa merecida/se é este nosso destino até a morte./ Então que Ele nos siga a vida./ Mulher Coragem!/De corpo são e braços fortes/Luta pela vida bem merecida, lutando pela sorte;/MULHER CORAGEM!” Liane é isto!!!
G.7 A transformação de um Ph.D. de Física num gambá- por Geraldo Ananias
Vem aí o Cariri Cangaço 2011
CORA CORALINA E O EMPREGADO CRATENSE
No feriadão de 02.11.81 fui conhecer Goiás Velho. Estava em missão em Brasília e me vali da folga para conhecer a antiga capital do estado de Goiás. No terceiro e último dia visitamos a poetisa e doceira Cora Coralina. A casa era um dos pontos turísticos e ela tinha o maior prazer em receber visitantes. Aproveitava para vender seus livros e doces. Fomos recebidos com muita cordialidade. Houve uma empatia muito grande entre a poetisa e minha esposa. Passaram longo tempo trocando ideias sobre receitas. Ela convidou Raquel para conhecer o local onde os doces eram fabricados. No caminho para a cozinha vi um quadro de bom tamanho com a foto de Lampião e seu bando pendurado na parede da antessala. Indaguei a D. Cora porque havia colocado o quadro lá. “O quadro é do Francisco, meu empregado há mais de 40 anos. É do Ceará e admirador do Cangaceiro”, e em tom bem humorado completou: “... desconfio que foi um deles...”. Perguntei de qual cidade era o empregado. A resposta foi curta: “É do Crato”.
Fui então conversar com “Seu” Francisco, na época com 87 anos. Quando soube que eu era do Crato, perguntou de imediato: “Me dê notícia do Coronel Quinco Pinheiro?” Surpresa enorme. Falou exatamente do meu avô paterno, falecido em 1936. Quando informei que era neto do Coronel e tinha o mesmo nome dele, “Seu” Francisco liberou a memória e relembrou muitas histórias envolvendo meu avô e os irmãos dele: Hermógenes, Cícero, Pedro e Artur, os mencionados por ele. Contou detalhes das viagens para as invernadas. Esclareceu que era o cozinheiro da tropa. Saía horas antes para preparar o almoço em pontos pré-determinados.
Não tinha levado máquina fotográfica e a digital não existia. O jeito era recorrer a fotógrafo profissional. O único que havia na cidade estava numa chácara distante 4 km. Apelei para um táxi e fui buscar o profissional, por sinal um nissei. De início, recusou a proposta, alegando que era feriado, estava com a família, o foto fechado e não iria preparar o equipamento, gastar um filme para tirar uma foto. Ante minha insistência, concordou fazer o trabalho, mas exigiu o preço Cr$ 12.000,00 (o equivalente a R$ 536,00 hoje, corrigido pelo INPC). Como não tinha alternativa, uma vez que viajaria para Brasília no ônibus das 22 h, paguei a quantia pedida.
Mandei a foto para meu pai, que andou seis meses com a fotografia no bolso mostrando e contando a história a todos os velhinhos que moraram nas propriedades da família. Duas pessoas se lembraram do personagem. O “Seu” Francisco, empregado de Cora Coralina, era na verdade Tomás, morador do Tio Cícero, mas também prestava serviços aos outros tios.
Quando ainda se chamava Tomás envolveu-se numa briga e o desafeto terminou morto. Evadiu-se do Crato em 1932.
(Dedicado à prima Glória Ordóñez, pela sugestão de escrevr o texto - Joaquim Pinheiro)
Despedida - por Everardo Norôes
pede visto
no passaporte outorgado
por deus
madrugada soa fera
e arde sem pudor
máquinas aceleram verbos constelados
tudo desperta no tardio
da página em branco
abre-se em lírio
vazio a repetir silêncios
soa cinzenta a hora do café
não sabe com que camisa
combinará esperas
e apenas este longe
muito longe
Por Everardo Norões
Foto de Sérgio Guerra
Auto-Retrato Falado - Manoel de Barros
Por Norma Hauer
Cego Aderaldo - Por Rachel de Queiroz
BISAFLOR CONTA HISTÓRIAS- por Stela Siebra
OS FILÓSOFOS DA BATATEIRA E ORIGEM DAS ESPÉCIES-José do Vale Feitosa
Virgem - 23 de agosto a 22 de setembro
Rodolfo Valentino
wikipédia
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Sertão com C
Lavras da Mangabeira conta sua história - Emerson Monteiro

Numa iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo, a Prefeitura de Lavras da Mangabeira iniciou, sábado, 20 de agosto de 2011, os trabalhos que visam aprofundar estudos relativos ao conhecimento da rica história daquele município.
Comuna das mais antigas do Ceará, elevada a vila em 20 de maio de 1816, Lavras detém um passado de expressivos acontecimentos, desde quando chegara o seu fundador, capitão-mor Xavier Ângelo, procedente da Paraíba do Norte, aos feitos legendários da matriarca Fideralina Augusto Lima, das primeiras mulheres que assinalaram a vida brasileira nos primórdios da colonização do interior, pela fibra de coragem e liderança altiva diante das agruras do semiárido nordestino.
Visando, pois, a preservação desses valores históricos que definem as origens de famílias e instituições, nas formações locais, a prefeita Edenilda Lopes de Oliveira Sousa (Dena) e Miriam Linhares de Sá e Sousa (Manta), secretária de Cultura do município, organizaram mesa redonda composta por membros da comunidade, autoridades e titulares da Academia Lavrense de Letras, visando debater fatos históricos que definem a estruturação de um futuro seminário sob o tema História de Lavras da Mangabeira – Valores, Cultura e Artes da Cidade, do Município e Região.
Ao término dos estudos, será elaborado vasto documento que consolidará os feitos dos povos do lugar considerados os pontos de vista religiosos, econômicos, políticos, educacionais, científicos e turísticos.
Esse primeiro evento ocorreu nas dependências da Escola Estadual de Educação Profissional Professor Gustavo Augusto Lima (ex-Colégio Agrícola de Lavras da Mangabeira), em solene reunião presidida pela professora Fátima Lemos, da Academia Lavrense, com a presença da chefe do Executivo, professora Edenilda Lopes, do deputado estadual Danniel Oliveira, educadores, representantes do Legislativo, autoridades civis e religiosas, profissionais liberais e de um bom público, os quais prestigiaram a realização.
Ao empreender essas pesquisas, os lavrenses demonstram sentimento cívico e exemplo pedagógico, aprimorando meios de desenvolver e educar as novas gerações numa louvável providência.
Gene Kelly
Eugene "Gene" Curran Kelly (Pittsburgh, 23 de agosto de 1912 — Beverly Hills, 2 de fevereiro de 1996) foi um dançarino, ator, cantor, diretor, produtor e coreógrafo norte-americano.
O " Cinema Novo"- por Corujinha baiana
Cinema Novo
O filme quis dizer: "Eu sou o samba"
A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes e pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todas e muitas:
Deus e o Diabo, Vidas Secas, Os Fuzis ,
Os cafajestes,
O Padre e a Moça,
A GrandeFeira,
O Desafio Outras conversas,
Outras
conversas sobre os jeitos do Brasil
A bossa-nova passou na prova
Nos salvou na dimensão da eternidade
Porém, aqui embaixo "a vida"
Mera "metade de nada"
Nem morria nem enfrentava o problema
Pedia soluções e explicações
E foi por isso que as imagens do país desse cinema
Entraram nas palavras das canções
Entraram nas palavras das canções
Primeiro, foram aquelas que explicavam
E a música parava pra pensar
Mas era tão bonito que parasse
Que a gente nem queria reclamar
Depois, foram as imagens que assombravam
E outras palavras já queriam se cantar
De ordem, de desordem, de loucura
De alma à meia-noite e de indústria
E a terra entrou em transe, ê
Entrou em transe ê
No mar de Monte Santo
E a luz do nosso canto
E as vozes do poema
Necessitaram transformar-se tanto
Que o samba quis dizer
O samba quis dizer: "Eu sou cinema"
O samba quis dizer: "Eu sou cinema"
Aí o anjo nasceu
Veio o bandido meteorango Hitler
Terceiro Mundo Sem Essa, Aranha, Fome de Amor
E o filme disse: "Eu quero ser poema"
Ou mais: "Quero ser filme, e filme-filme"
Acossado no limite da garganta do diabo
Voltar à Atlântida e ultrapassar o eclipse
Matar o ovo e ver a Vera Cruz
E o samba agora diz: "Eu sou a luz"
Da lira do delírio, da alforria de Xica
De toda a nudez de Índia
De flor de Macabéia,
de Asa Branca
Meu nome é Stelinha,é Inocência
Meu nome é Orson Antônio Vieira Conselheiro de Pixote
Super Outro
Quero ser velho, de novo eterno
Quero ser novo de novo
Quero ser Ganga Bruta e clara gema
Eu sou o samba, viva o cinema
Viva o Cinema Novo
(Gilberto Gil e Caetano Veloso )
Glauber Rocha
14/03/1939 Vitória da Conquista BA 22/08/1981 Rio de Janeiro RJ
Com o princípio de "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", deu uma identidade nova ao cinema brasileiro.
por Corujinha Baiana