por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 3 de março de 2012

Onde o erro (político) e onde a intenção - José do Vale Pinheiro Feitosa

O ministro da saúde Alexandre Padilha andou, na interpretação de Eduardo Paes, dando uma de delegado Padilha. O Comissário de polícia Deraldo Padilha virou samba de Moreira da Silva: Olha o Padilha. Truculento, severo e intransigente a ferramenta preferencial do comissário era pescoção, tapa e cadeia. Com frequência exagerava na dose chegava a prender casais namorando quando era o encarregado de combater a prostituição na cidade.

O prefeito do Rio não gostou da baixa nota dada à cidade e a rede Globo em “defesa dos fracos e oprimidos” foi para Goiana, tida como boa nota pela burocracia ministerial, só para desmoralizar quando se diz que algo vai bem na saúde pública brasileira. O professor e pesquisador José Noronha desbancou o tal indicador. Só faltou dizer que esta mesma “metodologia” foi empregada pela ANS, há poucos anos passados e criou algo parecido ao sentimento do Eduardo Paes naquele mercado.

Mas não estou dizendo que o presidente da ANS daquela época esteja na raiz desde indicador, apenas aponto a linha sucessória dentro de governos do PT a indicar que os mesmos “cientistas” estão a assessorar a burocracia de governo. O que se diga de passagem a tecnocracia é uma praga em qualquer governo, pois tenta substituir a política por tubos de ensaio social. Não é característica do PT, pois é forte em muitos governos, especialmente nestes tempos de endividamento do Estado e da transformação do ato de governar em ato de gerenciamento.

Tecnicamente o José Noronha mata a pau a questão: “a saúde é multidimensional e deve ser avaliada matricialmente e não somando variáveis de dimensões diferentes para chegar a um índice único. E ainda pior, em corte transversal, sem levar em conta a evolução de cada uma das variáveis ao logo do tempo.” O professor relembra o que o marketing do ministério já havia repassado na hora de divulgação do ranking nacional dos estados e municípios: “O Idsus soma mortalidade infantil com acesso, com taxas de cesarianas, frequência de consultas pré-natais, com cobertura nominal do Programa Saúde da Família e mais outros tantos para chegar ao tal indicador único.”

E politicamente o assunto faz parte de um calendário eleitoral: neste ano de 2012 os aliados do Ministro Padilha estarão disputando reeleições ou sucessões na linha situacionista. No Rio de Janeiro já se acomoda uma aliança entre o partido do Ministro e o velho PMDB de guerra. Como ficam agora o Cabral e o Eduardo?

Será que isso é parte da engenharia das alianças atuais e futuras ou é apenas confusão da burocracia que deixam o ministro Padilha muito mal. Se tem algum viés interno ao ministério, deste modo a burocracia não ganhará a cadeira tentando dar novo assento ao atual ministro em alguma sala do Palácio do Planalto.

Desculpem-me tanta interpretação, mas que o fato está estranho lá isso está. E a Dilma ainda chora em cerimônia na mesma semana do Idsus. Haja coração em coalizão.

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