Por que o humor e a tristeza tão distantes entre si como as estrelas do sol têm uma igualdade que normalmente não suspeitamos? A lua não é o contrário do sol, assim como a tristeza não é do humor. A lua, como a terra são pedaços de estrelas iluminadas, assim como o humor e as tristezas são pedaços do viver.
Mas não é a veneração da morte. Ao contrário é a extensão deste ato de bem viver, bem rir e bem chorar. Chico Anísio nos fez rir de nós mesmos igualando os atos típicos a insignificâncias que uma vez desfeitas tornam a paisagem mais ampla.
Os livros de Chico, as pinturas, as músicas, os roteiros e suas encenações expõem o engano e ele, no entanto, não venceu o engano. Experimentou todos eles. Não alinhavou perfeições, mostrou e viveu o imperfeito ato de exagerar em vícios e atos que superavam o desgaste para em seguir viver um amor eterno. Até que nestes últimos minutos de 23 de março de 2012 jurava que aquela era o amor mulher de sua vida.
Os maraguapenses, os cearenses têm uma dívida imensa com este homem que saiu daqui ainda criança. Aquela família foi-se, mas cultivou o seu território de um modo tão intenso que todos os cearenses se orgulham de igualmente pertencerem a essa nação.
A criatividade e a ousadia deste gênio da raça nos deixam uma lição para não se esquecer. Não queiramos nos igualar ao que ele foi. Isso é insuperável. Portanto não basta ser cearense, é preciso muito esforço para sermos engraçados.
E nós cearenses poderíamos, no entanto, guardar uma lição permanente do mestre: a sutileza. A sutileza comove muito mais do que certa grossura e humilhação que se pretende como humor. O humor nos reflete, nos opõe, mas nos constrói ao invés de destruir. Embora possa destruir certos atos e situações.
Um comentário:
Lendo teu texto, e escutando as músicas.
Hoje só nele pensamos: Brasil e Ceará !
Quem nos fez gargalhar, agora
nos faz chorar.
Postar um comentário