SIDERAL - por Stela Siebra

AS FACES DO AMOR: Simbolismo astrológico do mito de Vênus através da poesia

Pesquisa e texto das astrólogas Cris Aragão e Stela Siebra

INTRODUÇÃO

A leitura do mito enriquece a interpretação astrológica, apresentando elementos que nos conduzem a uma maior compreensão das facetas da alma humana.

Neste estudo recorremos à poesia para ilustrar como o amor pode se manifestar na nossa vida e, também, como nos comportamos afetivamente.

Falar de amor não é fácil, muito menos vivê-lo, por conta das diferenças dos arquétipos. O tema é inesgotável, mas, trazemos com nossa leitura astrológica, a visão simbólica dessas modalidades de amor, tentando clarificar esse caminho amoroso através da arte poética: sete poesias ilustram sete epítetos da deusa Vênus.

MITO

Para melhor trilharmos esse caminho mergulhemos no mito de Vênus.

Na mitologia grega Vênus é Afrodite, filha de Urano – céu. A Teogonia narra que quando Cronos mutila o pai, corta-lhe os testículos e os joga no mar. Uma espuma branca formou-se ao redor deles e da semente do céu com a espuma do mar nasce Vênus, emergindo como deusa totalmente desenvolvida: belíssima e já com todos os atributos da Beleza e do Amor.

Ela é a deusa do Amor e da Beleza! Divindade do prazer, delineia o que em nós é caro, prazeroso e bonito.

Mãe dos Amores, das Graças, dos Jogos e dos Risos, presidia casamentos e nascimentos, mas, sobretudo os jogos de sedução.

Os dois primeiros acólitos (assessores) de Vênus são: Hímerus (o Desejo) e Eros (o Amor).

Quando da feitura de Pandora, Vênus foi convidada para dar-lhe beleza, atração e graça e, também, para insuflar-lhe o desejo indomável.

Suas ligações amorosas são incalculáveis e infinitas, como infinitas são as formas de amor.

Vênus dobra sob a lei do desejo tudo aquilo que é vivo e se move: os deuses, os mortais e os animais de terra e mar. Somente as deusas castas, Palas Atena, Ártemis e Héstia, resistem à sua sedução. Todos os outros e, notadamente, todos os deuses experimentaram a força da sua sedução.

Vênus possuía um cinto que continha todos os atributos de graça, atrativos e sedução.

Júpiter a casou com Hefesto – ferreiro real – grande artífice, ourives e escultor. Mas ele era muito feio e coxo. Vênus o traía diariamente. Esse casamento, que não gerou filhos, vai representar a união da beleza de Vênus com a engenhosidade artística de Hefesto.

As outras ligações importantes de Vênus foram com Ares (Marte), Adonis e Paris. Do casamento com Ares nasceram Demos, Fobos, Harmonia e Eros.

REPRESENTAÇÃO DE VÊNUS

Vênus representa o prazer, a satisfação, a auto-estima. Quando não estamos satisfeitos não atingimos um estado saudável de auto-estima e, portanto, não iremos achar que alguém pode nos amar e respeitar.

Vênus é o espelho da nossa própria alma: o que amamos e o que achamos bonito são o que há de mais belo e valioso em nós.

Vênus é também o princípio da união e fertilização. O hino homérico a Afrodite fala dessa união.

É esse um dos atributos venusiano: o envolvimento e a entrega amorosa, que certamente resultará num processo de fertilidade e criação.

OS MUITOS NOMES DA DEUSA DO AMOR

A compreensão dos arquétipos de Vênus, tentaremos decodificar através dos seus epítetos, ilustrando cada um com uma poesia.

1. Porné (a da luxúria)

2. Pandêmia (a de toda gente)

3. Pontia (a dos marinheiros)

4. Anadiomena (a que sai do mar)

5. Genetrix (a dos matrimônios)

6. Melenis (a da noite)

7. Urania (a celeste).

Na próxima postagem SIDERAL apresentaremos uma poesia para revelar a natureza dos arquétipos venusianos.