Início dos anos 70, apartamento de dois quartos no bairro da Torre, Recife, 6 acadêmicos, todos cratenses, assistiam um festival de músicas italianas numa TV preto e branco. Exceto o Dr. Cori, os demais eram primos entre si. O papo rolava solto, nem as músicas nem os intérpretes monopolizavam a atenção do pequeno grupo de telespectadores. De repente, um primo deu um salto e exclamou: Que coisa linda!!! Pregou os olhos no monitor e acompanhou a apresentação até o final como se estivesse em transe. Paixão fulminante. No dia seguinte, o primo percorreu as lojas de disco da cidade em busca do LP daquela musa, da qual só sabia o primeiro nome. Recorreu a um vizinho jornalista com trânsito na Rádio Jornal do Comércio para conseguir fotos da cantora. Dois ou três meses depois da aparição na TV, o “Romeu” cratense, então morador da Rua Conde de Irajá, entrou em casa com semblante de ganhador de medalha de ouro mostrando, como troféu, uma página de revista italiana com a foto preto e branco da cantora que arrebatou seu coração. A ilustração permaneceu algumas semanas afixada na parede ao lado do beliche do apaixonado e depois desapareceu. Ignoro como e quem deu fim à ilustração.
Há poucos dias, recebi um e-mail com endereço eletrônico do youtube e, para minha surpresa, a personagem era a artista responsável pela perturbação amorosa do primo. Trata-se de Romina Power, filha do famoso artista de filmes épicos de Hollywood, Tyrone Power. Para os padrões dos anos 60/70, era realmente linda. Confiram.
Joaquim Pinheiro
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