por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 22 de abril de 2011

23 de Abril: Dia de São Jorge, do livro e da rosa



No dia de São Jorge, uma rosa e um livro.

Esta tradição, que combina o fato religioso, a rosa como símbolo do amor e o livro como símbolo da cultura, transformou o dia 23 de Abril na data mais comemorada, por todos os catalães.

Como todas as tradições bem enraizadas, muitas vezes é seguida e vivida pelo povo sem que se conheça a sua origem.

Por isso, fazemos aqui uma aproximação às origens desta tradição que todos os catalães, dentro e fora da Catalunha, compartilhamos e comemoramos todos os anos.

São Jorge: história e lenda

Apesar da grande devoção que São Jorge despertou na Europa durante a Idade Média, como figura histórica sabe-se muito pouca coisa.

Militar romano, cristão, que foi martirizado por volta do ano 303 por não abdicar das suas crenças.

O nome Georgius quer dizer camponês, e talvez por isso a comemoração litúrgica foi fixada em 23 de Abril, em plena primavera no continente europeu.

Isto também explicaria em parte que as tradições populares tenham feito dele o protetor das colheitas.

Esta ligação com a primavera e o seu patrocínio dos namorados também o relaciona diretamente com a Feira das Rosas que desde o século XV se celebra na praça de Sant Jaume, onde está localizada a sede do Governo da Catalunha (Generalitat de Catalunya).

Em contraste com o pouco que se sabe sobre a história, a lenda de São Jorge está ampla e fortemente enraizada.

Uma tradição muito estendida na Idade Média explicava que o martírio de São Jorge durou sete anos, diante de um tribunal formado por sete reis.

Esta tradição, que lhe atribui uma grande tenacidade por não abdicar de sua fé durante sete anos de tortura, foi condenada até por Roma mas justifica que o jovem cavaleiro fosse invocado como patrono pelos cavaleiros e pelo Império Bizantino.

Naquela época, a sua ajuda era invocada para combater os infiéis e foi escolhido como patrono pela Geórgia, pela Sérvia, pela Inglaterra, pela Grécia, por Aragão, pelos Países Catalães e também por Portugal.

Surgiram também lendas e tradições sobre a sua ajuda aos exércitos cristãos.

A lenda mais popular, escrita por Jaume de Voràgine na Llegenda Àurea, é a que explica a vitória de São Jorge sobre o dragão. Num país não determinado, chamado Silene, um dragão aterrorizava os habitantes que, para acalma-lo, ofereciam-lhe periodicamente um cordeiro e uma donzela escolhida por sorteio.

Mas um dia a sorteada foi à filha do rei; São Jorge venceu o dragão e libertou a donzela. Então o rei e todo o povo converteram-se à fé de Cristo.

Desde o século XIII, a imagem de São Jorge sobre um cavalo branco, libertando a donzela e vencendo o dragão, é a mais difundida de todas as lendas populares.

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