por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 3 de março de 2011

QUADRINHAS ABOBALHADAS - Ulisses Germano



I

Quadrinhas abobalhadas
Que não tem mais serventia
Mas não são enxovalhadas
Pela falsa melodia

II

Quadrinhas e abobrinhas
É tudo que sei fazer
São tão puras, são tão minhas
Que até chega a predizer

III

Chega um tempo e uma idade
Que o penar não tem mais vez
Se o fim é a eternidade
Vou viver na altivez

IV

O preconceito é um conceito
Que vem antes da razão
Se quizer um ser perfeito
Vá se embora pra Plutão

V

Vê se sai desse aperreio
E desata o nó da dor
Pisa um pouco o pé no freio
Na prudência, meu amor!

VI

Bela menina mulher
A saudade me consome
Mas a vida é como é
Uns comendo e outros com fome
Uns de carro, outros a pé

VII

Vejo que a tu alegria
Nasceu de um grande retorno
De um lugar que contagia
Pois tem o mar por entorno

VIII

Minha mãe que eu amo tanto
Me ensinou o verbo amar
Sendo assim, porém, portanto
Me pediu pra eu calar

XIX

Escrevo no azul sonhado
Com saudades do futuro
Não sou um ser acanhado
Nem fico em cima do muro

X

Se fulano tem desejo
E beltrano também tem
É porque nosso lampejo
Ninguém sabe de onde vem!

XI

Gosto do número onze
Pois tem muita humildade
Que no meu ouvido zonze
Um só som de unicidade

Ulisses, num lampejo na primeira quinta feira do mes de março de dois mil e onze.
Zonzo,  paro por aqui.
 


Um comentário:

Stela disse...

É bom, muito bom ler as quadrinhas feitas por Ulisses; mesmo que ele diga que são pura abobrinhas, não são não.
Tem ritmo, tem melodia, tem arte.