por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 3 de março de 2011

"Pseudônimos,Heterônimos,Codinomes e Cia " ( 1 )


Yde (Adelaide) Schloenbach Blumenschein nasceu na cidade de São Paulo em 26 de maio de 1882, vindo a falecer na madrugada do dia 14 de março de 1963, vítima de um colapso cardíaco. Filha de Otto Schloenbach e de Adelaide Augusta Dorison, Yde fez parte de seus estudos na Alemanha. Poliglota, falava alemão, francês, inglês, espanhol e italiano. Estudou piano e canto. Poeta e cronista, ela começou a escrever aos 13 anos de idade, tendo seus primeiros poemas publicados em A Tribuna, de Santos. Colaborou em revistas e jornais como O Malho, Fon-Fon, Careta e Jornal das Moças, tendo se utilizado muitas vezes dos pseudônimos de Colombina e Paula Brasil.

Casou-se com Hanery Blumenschein com quem teve dois filhos. Mais tarde, desquitou-se, provocando um escândalo. Descrita pelas sobrinhas-netas como uma mulher elegante, esguia e pequena em que sobressaíam os olhos azuis, Yde foi vítima de críticas veementes por parte de amigos e familiares que não aceitavam seu modo independente de ser. Mulher emancipada para sua época, vivia sozinha, fumava, freqüentava meios literários e organizava serões em sua casa.

Sempre cercada de literatos, em 1932, teve a idéia de fundar a Casa do Poeta Lampião de Gás. À princípio funcionando em sua casa, em 7 de novembro de 1948, a casa foi oficialmente criada. No caso, a escolha do nome da casa foi uma homenagem dos intelectuais que a freqüentavam à sua idealizadora –o nome é o título de um de seus livros. Yde foi uma de suas diretoras, tornando-se a responsável pela edição de seu jornal mensal O Fanal.

Quanto à sua poesia, o amor é o leitmotiv que perpassa pela grande maioria de seus versos. No caso das trovas, preponderam versos que tratam do amor de forma mais inocente. Todavia, em outros poemas, a forma como rompe com as convenções burguesas ao falar dos desejos carnais provocou a crítica impiedosa por parte de muitos amigos e familiares. Um processo que eclode com o lançamento de seu último livro, Rapsódia Rubra: Poemas à Carne - livro composto de poemas eróticos.

Para comemorar seu jubileu de poesia, o Clube dos Artistas e Amigos organizou uma festa em 25 de junho de 1955, data em que Yde recebeu uma menção da Assembléia Legislativa de São Paulo, tendo sido mais tarde homenageada com o nome de uma rua – Rua Poética Colombina, no Butantan. Patrona da cadeira número 37 da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul, ao longo da vida Yde recebeu cognomes como "Cigarra do Planalto" e "Poetisa do Amor".

Obra:

14 dVislumbres. Pref. Luís Edmundo. São Paulo: [s.n.], 1908.

Versos em lá menor. São Paulo: São Paulo Editora Ltda, 1930; 2. ed. Empr. Gráf. Dos Tribunais, 1949.

Lampião de gás. São Paulo: Tip. Cupolo, 1937; 2. ed. [s.n.], 1950; 3. ed. Gráfica Canton Ltda, 1961.

Sândalo. São Paulo: [s.n.], 1941; 2. ed. [s.n.], 1952.

Uma cigarra cantou para você. São Paulo: [s.n.], 1946.

Distância: poemas de amor e de renúncia. São Paulo: [s.n.], 1947; 2. ed. Editora Cupolo Ltda, 1953.

Gratidão. São Paulo: Editora Cupolo Ltda, 1954.

Para você, meu amor. São Paulo: Editora Cupolo Ltda, 1955.

Cantares de bem-querer. São Paulo: Editora Cupolo Ltda, 1956.

Manto de arlequim. São Paulo: Editora Cupolo Ltda, 1956.

Inverno em flor. São Paulo: Editora Cupolo Ltda, 1959.

Cantigas de luar. São Paulo: Gráfica Canton Ltda, 1960.

Rapsódia rubra. Salvador: SENAI, 1961.

Fonte

http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/catalogo/yde_vida.html

Um comentário:

Stela disse...

Obrigada Corujinha, por nos apresentar a poesia de Yde Schloenbach Blumenschein.
Até já fui pesquisar outros poemas dela na net.
valeu.