por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 7 de março de 2011

JOUBERT DE CARVALHO- Por Norma Hauer


Foi no dia 6 de março de 1900 que nasceu em Uberaba, MG Joubert Gontijo de Carvalho, que ficou conhecido, nos meios musicais, como JOUBERT DE CARVALHO.

Felizmente, para Joubert, seu pai gostava de música e isso o ajudou em seu aprendizado .
Talvez já sonhando com a Medicina, compôs sua primeira valsa, dando-lhe o nome de "Cruz Vermelha”.
Seu pai, porém, não o apoiou porque queria vê-lo estudando Medicina, fato que o fez transferir-se, em 1920, para o Rio de Janeiro.
. Foi bom aluno na Faculdade e, terminando seu curso, defendeu sua tese dando-lhe o nome de "Sopros Musicais do Coração".

A música estava em seu sangue, e conseguiu sua primeira gravação com Pedro Celestino, em 1926; era um tango de nome "Agonia".
Em 1928 musicou um poema de Olegário Mariano de nome "Cai,Cai,Balão". Tornaram-se amigos e, da dupla, surgiram as músicas "Hula", "Zíngara" e "De Papo P'ro Ar", todas gravadas por Gastão Formenti.
Nessa mesma época, Carmen Miranda, que tivera sua primeira gravação com uma música de nome “Triste Jandaia”, gravou, de Joubert de Carvalho, “Tai”, que a consagrou como grande intérprete.

Para uma peça de Paschoal Carlos Magno", escreveu "Pierrô" e "Arlequim", gravadas por Jorge Fernandes. A peça não foi montada;" Arlequim" sumiu e "Pierrô" transformou-se em grande sucesso anos mais tarde, quando foi regravada por Sílvio Caldas.

É impossível recordar tudo que Joubert de Carvalho compôs, mas há obras que marcaram nosso cancioneiro nas vozes de todos os grandes cantores daquela época.

Assim tivemos:" Em Pleno Luar"; "Maria, Maria"; "O Silêncio do Cantor";"Volta para o meu Amor"; “Que Bom que Estava”...gravações de Orlando Silva, Francisco Alves, Sílvio Caldas, Aurora Miranda...

Mas e CARLOS GALHARDO ficou de fora? Claro que não! Além de regravar "Maringá", lançou, em 1965, um LP de nome "Jóias Musicais de Joubert de Carvalho", com algumas regravações e cinco músicas inéditas.

Desse LP (Jóias Musicais de Joubert de Carvalho) consta uma canção com letra de Mário Rossi, intitulada "Desde Sempre" que é das mais belas composições de nosso cancioneiro. Quem a conhece?

Em fins dos anos 60, os festivais "fervilhavam". Não eram para Joubert de Carvalho. Mas... e um festival de serestas?

Em 1969 , no Clube Municipal foi realizado o "1º Festival Brasileiro de Serestas". E quem o venceu? Joubert de Carvalho, com "Sol de Estrada", defendido por Antonio João, um cantor que estava se destacando na época.
Um 2º Festival foi realizado, mas não teve a repercussão do 1º. Ainda assim, Joubert de Carvalho o venceu com "A Flor e a Vida".

Gostaria de relembrar aqui dois fatos que Joubert sempre gostava de contar referentes a "Maringá":
Através de um amigo foi apresentado ao então Ministro José Américo de Almeida, que apreciava suas músicas. Este propôs que fizesse algo que falasse numa seca e na leva de pessoas que deixam suas terras no Nordeste, em busca de melhores condições no Sul.

O Ministro José Américo era de Areias e seu amigo de Pombal. E a seca, nesse ano, foi pior em Ingá. Pronto: veio a inspiração e "nasceu" a "Maria do Ingá", que numa leva deixou sua cidade de Pombal. E "Maria do Ingá" se transformou em "Maringá".

"Foi numa leva que a cabocla Maringá,
Ficou sendo a retirante
Que mais dava o que falar.
E junto dela veio alguém que suplicou,
P’ra que nunca se esquecesse do caboclo que ficou”...

"Maringá" foi logo gravada por Gastão Formenti, tornando-se um grande sucesso.

E que aconteceu depois?

O segundo fato ocorreu anos mais tarde, quando a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, ficou encarregada de lotear e construir uma cidade na região. Concluído o trabalho, não sabiam que nome dar à cidade. Foi quando a esposa do Diretor da firma sugeriu o nome da canção entoada pelos operários enquanto trabalhavam. "Maringá".

E assim surgiu a CIDADE QUE NASCEU DE UMA CANÇÃO.

No dia 2 de abril de 1957 a principal rua de Maringá teve seu nome mudado de Bandeirantes, para Joubert de Carvalho, a cujo ato inaugural o compositor compareceu. Foi uma glória em vida.
Alguns meses antes de seu falecimento em uma entrevista ao Programa Sala de Visita, que Raul Maramaldo apresentava na Rádio Rio de Janeiro, Joubert de Carvalho contou a dupla história de “Maringá” (como canção e como cidade) e apresentou uma nova composição sobre “Maringá” (cidade) de nome “A Cidade que Nasceu de Uma Canção”, que nunca foi gravada.

No dia 20 de setembro de 1977 ele partiu. Tinha 77 anos, pois nascera em março de 1900.

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