Em janeiro de 1970 chegamos, de mudança, em Olinda. Mesmo com toda saudade do sertão caririense (a família chorava unida), já em fevereiro brincávamos maravilhados e integrados no carnaval pernambucano. Minha mãe ficava aperreada ao ver as suas quatro meninas soltas no sobe e desce ladeira de Olinda, para logo sossegar, pois via que era tudo alegria e muita espontaneidade.
Nos anos seguintes e nas décadas seguintes o carnaval de Olinda tomou outro vulto: o que era diversão apenas para os olindenses e recifenses tornou-se um evento dos mais festejados do Brasil, e muito curtido, também, por gringos.
É bom brincar carnaval em Olinda. Sempre foi. E certamente sempre será. Só precisa gostar de carnaval, da irreverência, da brincadeira, da espontaneidade. E acertar o passo de acordo com seu ritmo físico e emocional. Ao longo de tantos carnavais, meu passo se adaptou ao meu dispor físico, uma calmaria se instalou, já não tenho aquela ansiedade e gás pra ficar o dia todo na folia, pra ter que ir todo dia pra folia. Tem ano que passo fora de Olinda, mas se ficar aqui... não tem jeito vou pras ladeiras, nem que seja só para cantar: “Olinda quero cantar a ti esta canção/ teus coqueirais, o teu céu, /o teu mar faz vibrar meu coração de amor a sonhar em Olinda sem igual/ salve o teu carnaval.”
2 comentários:
Vixe , criatura ,tava sentindo saudades e falta de Stela.
Sabia que ela pulava nas ladeiras de Olinda, de olhos pro céu, e pés no mundo dos sonhos.
Mas é real esta alegria...E merecida !
Brinque por mim, querida !
Abraços carnavalescos.
Estou penteando o cabelo p/ buscar um amigo no Aeroporto. Não deixa de ser carnaval, em se tratando de alegria.
"Nega do cabelo duro.../ qual é o pente que te penteia...lá,lá,lá,rá."
Essa música de Alceu valença me lembra um tempo precioso. Um tempo que mexe remexe a minha alma. Um violão, e a música fazia embalar...
Bju Stela, morei no Recife e amo essa cidade.
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