SÃO PAULO - Aos 85 anos completados em 25 de abril, Paulo Vanzolini recebe do cineasta Ricardo Oliveira um presente: o lançamento de "Um homem de moral", documentário sobre sua obra musical que estreia nesta sexta-feira nos cinemas do Rio e de São Paulo. No longa, o cientista e compositor, autor de mais de 70 canções e 150 artigos acadêmicos, revisita sua obra, revela parcerias e amizades e lembra seus tempos de boemia. Autor de "Ronda" e "Volta por cima", Vanzolini nunca estudou música e jamais pensou em abandonar a carreira de zoólogo para se tornar compositor profissional.
- Nunca estudei música, não sei nem a diferença entre tom maior e menor. Meu professor foi o rádio. Sempre fui um grande ouvidor de rádio, sou até hoje - revela Vanzolini em entrevista ao GLOBO em sua casa, no bairro do Cambuci, em São Paulo, e completa - Sou zoólogo. Já pensei em me dedicar exclusivamente à zoologia. Não sou músico, não tenho sentimento musical nenhum, sou duro de ouvido. A música era hobby, coisa pra fazer nas horas vagas, sem conversar com ninguém.
- Nunca estudei música, não sei nem a diferença entre tom maior e menor. Meu professor foi o rádio. Sempre fui um grande ouvidor de rádio, sou até hoje - revela Vanzolini em entrevista ao GLOBO em sua casa, no bairro do Cambuci, em São Paulo, e completa - Sou zoólogo. Já pensei em me dedicar exclusivamente à zoologia. Não sou músico, não tenho sentimento musical nenhum, sou duro de ouvido. A música era hobby, coisa pra fazer nas horas vagas, sem conversar com ninguém.
" Não tenho saudades de compor. A vida da gente é feita de partes "
Além de depoimentos de Vanzolini, o documentário mostra as gravações de "Acerto de contas", conjunto de quatro CDs lançados em 2003 pela Biscoito Fino, e os bastidores do show homônimo no Sesc Vila Mariana, realizado para marcar o lançamento da antologia.
- Algumas das minhas melhores músicas eu fiz quando estava nos Estados Unidos, com saudades de São Paulo - lembra Vanzolini sobre a época de seu doutorado em zoologia na Universidade de Harvard.
O cientista boêmio conta que descobriu artistas e músicas caminhando pela noite paulistana.
- Gostava muito de andar de noite na rua. Uma noite abri uma porta e descobri a Virgínia Rosa num dancing. Foi assim também que descobri o Bando de Macambira.
O zoólogo começou a compor quando cursava a faculdade de medicina.
- Comecei a fazer música na faculdade. Eu fazia medicina, mas fiz parte da Caravana Acadêmica da Faculdade de Direito, junto com Inezita Barroso. Nós viajavamos pelo interior fazendo shows e aí, lidando com o regional, começou a me dar a idéia de fazer música.
Sem compor desde 1997, quando criou "Quando eu for eu vou sem pena" interpretada em "Acerto de contas" por Chico Buarque, Vanzolini diz que não sente falta de criar músicas.
- Não tenho saudades de compor. A vida da gente é feita de partes. Agora estou pensando em criar meu neto - diz e completa, sobre seu processo de criação - Ficava procurando um tema. Aparecia uma frase de letra, uma frase musical e depois eu trabalhava em cima. Por isso que eu larguei. É muita mão de obra. É um trabalho cansativo e obcecante. Você acorda e dorme pensando naquilo.
Apesar de ter abandonado a composição, Vanzolini não vive sem música.
- Temos até uma sociedade que se reúne aqui em casa aos sábados para fazer samba, chamada Os Ignorantes do Samba - conta.
- Algumas das minhas melhores músicas eu fiz quando estava nos Estados Unidos, com saudades de São Paulo - lembra Vanzolini sobre a época de seu doutorado em zoologia na Universidade de Harvard.
O cientista boêmio conta que descobriu artistas e músicas caminhando pela noite paulistana.
- Gostava muito de andar de noite na rua. Uma noite abri uma porta e descobri a Virgínia Rosa num dancing. Foi assim também que descobri o Bando de Macambira.
O zoólogo começou a compor quando cursava a faculdade de medicina.
- Comecei a fazer música na faculdade. Eu fazia medicina, mas fiz parte da Caravana Acadêmica da Faculdade de Direito, junto com Inezita Barroso. Nós viajavamos pelo interior fazendo shows e aí, lidando com o regional, começou a me dar a idéia de fazer música.
Sem compor desde 1997, quando criou "Quando eu for eu vou sem pena" interpretada em "Acerto de contas" por Chico Buarque, Vanzolini diz que não sente falta de criar músicas.
- Não tenho saudades de compor. A vida da gente é feita de partes. Agora estou pensando em criar meu neto - diz e completa, sobre seu processo de criação - Ficava procurando um tema. Aparecia uma frase de letra, uma frase musical e depois eu trabalhava em cima. Por isso que eu larguei. É muita mão de obra. É um trabalho cansativo e obcecante. Você acorda e dorme pensando naquilo.
Apesar de ter abandonado a composição, Vanzolini não vive sem música.
- Temos até uma sociedade que se reúne aqui em casa aos sábados para fazer samba, chamada Os Ignorantes do Samba - conta.
" Nunca pensei que 'Ronda' fosse fazer tanto sucesso "
A idéia de "Ronda", um dos maiores sucessos de Vanzolini, surgiu na época em que Vanzolini servia o Exército e fazia rondas na cavalaria.
- Fazíamos ronda a pé. Uma vez por semana íamos no baixo meretrício. "Ronda" surgiu vendo mulheres procurarem homem no bar. A música é uma brincadeira que eu fiz com o público. Dá impressão que ela estava procurando o homem para uma reconciliação, mas é na verdade para encher ele de bala. Nunca pensei que "Ronda" fosse fazer tanto sucesso. É difícil se colocar no lugar do público e imaginar o que as pessoas vão gostar. Nunca fiz uma música para ser gostada ou não.
Barack Obama conhece Vanzolini?
Um mistério que intriga Paulo Vanzolini diz respeito a um trecho do dicurso de posse do presidente americano Barack Obama.
- De repente, telefona a minha filha: "pai, estou escutando o discurso de posse do Obama na televisão e ele tá falando em 'Volta por cima'. Ele usou a música no discurso dele".
Era o célebre verso "levanta, sacode a poeira e dá volta por cima". Vanzolini pediu para a filha investigar e descobrir como e se Obama conhece "Volta por cima", única composição que rendeu dinheiro a Paulo Vanzolini.
- Ganhei muito dinheiro com "Volta por cima", comprei livro de US$ 1 mil sem perguntar o preço. Mas foi só. Mas "Volta por cima" tem um fracasso. Porque ninguém entendeu que o importante não é dar a volta por cima, é reconhecer a queda - diz com modéstia o mestre do samba paulista.
Veja trecho do filme acessando:http://oglobo.globo.com/cultura/video/2009/12550/
- Fazíamos ronda a pé. Uma vez por semana íamos no baixo meretrício. "Ronda" surgiu vendo mulheres procurarem homem no bar. A música é uma brincadeira que eu fiz com o público. Dá impressão que ela estava procurando o homem para uma reconciliação, mas é na verdade para encher ele de bala. Nunca pensei que "Ronda" fosse fazer tanto sucesso. É difícil se colocar no lugar do público e imaginar o que as pessoas vão gostar. Nunca fiz uma música para ser gostada ou não.
Barack Obama conhece Vanzolini?
Um mistério que intriga Paulo Vanzolini diz respeito a um trecho do dicurso de posse do presidente americano Barack Obama.
- De repente, telefona a minha filha: "pai, estou escutando o discurso de posse do Obama na televisão e ele tá falando em 'Volta por cima'. Ele usou a música no discurso dele".
Era o célebre verso "levanta, sacode a poeira e dá volta por cima". Vanzolini pediu para a filha investigar e descobrir como e se Obama conhece "Volta por cima", única composição que rendeu dinheiro a Paulo Vanzolini.
- Ganhei muito dinheiro com "Volta por cima", comprei livro de US$ 1 mil sem perguntar o preço. Mas foi só. Mas "Volta por cima" tem um fracasso. Porque ninguém entendeu que o importante não é dar a volta por cima, é reconhecer a queda - diz com modéstia o mestre do samba paulista.
Veja trecho do filme acessando:http://oglobo.globo.com/cultura/video/2009/12550/
2 comentários:
Que interessante !
Eu gosto muito de "Samba Erudito", do P.Vanzolini.
Vc viu como inspirou o blog com a música cubana ?
Acho essas trocas , fantásticas !
Isso a gente espera dos encontros nestes novos bares.
Adorei a sua presença. Muito, muito, muito !
Abraços , no ara do Cariri.
Voltando à "volta por cima"...
Filosofia , como os bons sambas !
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