para quem não conhece, o poema é este aqui:
... o poema que levou à pesquisa abaixo.
O cárcere de Bárbara de Alencar
Eu vi o cárcere de Bárbara de Alencar.
No subsolo, a pequena cela de tortura:
Atrás das grades, pedras, paredes de pedras,
A cela onde um homem não cabe em pé.
Bárbara recebia uma só refeição por dia,
Mas era muito: alimentava-se de pedras
E de orgulho ferido e erguido como bandeira.
As pedras eram cabras mansas para Bárbara
Ordenhar: Bárbara tirava leite das pedras.
“Quem me pedirá contas de meus atos?
Meu marido, meus filhos, o meu Ceará?
Quem combate o bom combate não sucumbe.
Eu colho na derrota toda a minha vitória.”
Ouvi a voz de Bárbara, viva, nas pedras.
... o poema que levou à pesquisa abaixo.
3 comentários:
Admirável - o poema !
Obrigada por nos ter feito lembrá-la !
Imensa admiração por você, Brandão!
Brandão,
Não sei se te ajuda, mas existe uma música de Ednardo chamada "Passeio Público", em homenagem a Bárbara de Alencar, gravada no LP "Berro" de 1976. cuja letra transcrevo abaixo:
"Passeio Público
(Ednardo)
Hoje ao passar pelos lados
das brancas paredes, paredes do forte
escuto ganidos de morte
Vindos daquelas janelas
é Bárbara, tenho certeza
é Bárbara, sei que é ela
que de dentro da fortaleza
por seus filhos e irmãos
joga gemidos no ar
que sonhos tão loucos
foi Bárbara sonhar
Se deixe ficar por instantes
na sombra desse baobá
que virão fantasmas errantes
de sonhos eternos falar
Amigo que desces a rua
Não te assustes, não passes distante
procura entender, entender
entender o segredo
desse peito sangrante"
Abraços
Aloísio
Brandão,
Empolgado em postar a letra, esqueci de tecer os elogios merecidos ao teu grande poema.
Abraços
Aloísio
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