por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011



CASA ONDE nasceu a heroína da revolução de 1817 é preservada em Exu (PE)
FOTOS: ANTÔNIO VICELMO



11/6/2004

A heroína Bárbara Pereira de Alencar foi, sem dúvida, o maior símbolo da mulher cratense. Guerreira, idealista, líder da revolução de 1817 no Cariri, Bárbara de Alencar terminou sendo presa em nome dos seus ideais libertários. Apesar da sua importância no contexto histórico do Ceará, restaram poucas lembranças da heroína. Até a casa onde ela morou, no Crato, localizada na Praça da Sé e, segundo os historiadores, primeira construção de cal e pedra da cidade, foi demolida. Em seu lugar foi erguido o prédio da Secretaria da Fazenda do Estado. No Sítio Pau Seco, hoje Município de Juazeiro do Norte, restam somente os escombros da velha casa de campo, onde ela e os filhos planejaram e sonharam com os ideais republicanos.

Porém, no Sítio Caiçara, Município de Exu (PE), onde ela nasceu, a família restaurou e transformou a velha casa num museu particular. Decorridos 170 anos de sua morte, a família tenta restaurar a sua memória. A heroína morreu no Sítio Touro, Estado do Piauí, em 1832. Pediu um enterro simples, dentro de uma rede, assim como eram sepultados seus escravos que, segundo afirmou, foram os amigos leais. O que “Dona Bárbara” tentou apagar , está sendo restaurada hoje.

A primeira providência para perpetuar a memória da líder revolucionária foi a criação do Centro Cultural Bárbara de Alencar (CCBA), que tem como objetivos principais: Perpetuar os ideais, os feitos e a memória de Bárbara de Alencar; difundir os valores da cultura nordestina através de obras no âmbito das ciências sociais e eventos culturais de caráter educativo; desenvolver projetos e atividades de pesquisa visando o desenvolvimento cultural no Nordeste brasileiro; difundir através de publicações (livros, periódicos, jornais etc) conhecimentos e informações considerados relevantes na consolidação dos objetivos do CCBA; realizar parcerias com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, com o objetivo de publicar e efetivar materialmente todos os objetivos do CCBA.
(...)

SEPARATISTA — O Crato projetou-se no cenário político da colônia com as lutas pró-independência, quando representante da aristocracia agrária — principalmente a família Alencar — engajaram-se na Revolução Pernambucana de 1817 e envolveram a Vila Real do Crato e Jardim, no projeto revolucionário de 1817: Independência de Portugal e instituição de um sistema republicano de governo. Apesar da repressão sofrida, o espírito de luta desta elite local a faz proclamar antecipadamente a independência, em 1º de setembro. Igualmente ocorre em 1824, quando essa mesma elite liberal se engaja na Confederação do Equador, contrária a política absolutista de Dom Pedro I e favorável à idéia de uma República Separatista.

Antônio Vicelmo
Diário do Nordeste
sucursal Crato

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