por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Almirante - por Norma Hauer






ALMIRANTE -103 ANOS
INCRÍVEL !!! FANTÁSTICO!!! EXTRAORDINÁRIO !!!

Ele foi uma pessoa INCRIVEL, Seus trabalhos foram FANTÁSTICOS e tudo que fez foi EXTRAORDINÁRIO.

Nasceu há 103 anos no dia 19 de fevereiro, recebendo o nome de Henrique Foreis Domingues. Com esse nome, só os mais íntimos o conheceram, mas como ALMIRANTE ficou conhecido,através do rádio,em todo o território nacional.
E por que ALMIRTANTE?
Por ele ter feito o serviço militar na Reserva Naval e seus colegas terem feito uma brincadeira com ele por causa de sua altura (1,81m) foi apelidado de Almirante.

Foi um dos radialistas e produtores radiofônicos que mais tempo atuou no rádio, tendo suas atividades começado no final da década de 20. Nos anos 30 e 40 manteve-se firme, cada vez com mais audiência e somente uma doença grave o afastou da Rádio Tupi, em janeiro de 1958.
Nessa data teve um derrame seriíssimo, que o manteve afastado de qualquer atividade física e intelectual durante todo o resto da década de 50, precisando reaprender a falar, tal foi sua falta de nexo e de memória.

Entre os anos de 1963 e 1971 manteve duas colunas semanais de nome “Incrível! Fantástico! Extraordinário” e “Cantinho das Canções” e uma semanal intitulada “Pingos do Folclore”no jornal “O Dia”.

Suas atividades artísticas começaram com a criação de um conjunto de nome “Flor do Tempo”, logo transformado em “Bando de Tangarás”, do qual fizeram parte Braguinha (como João de Barro), Alvinho, Henrique Brito e Noel Rosa. O nome foi sugerido porque -explicou Braguinha- tangará é um pássaro que canta em grupo com outros 5 tangarás.
Esse grupo foi inspirado no “Turunas da Mauricéia”, que havia vindo do nordeste em 1927, tendo à frente o cantor Augusto Calheiros. O “Bando de Tangarás” começou apresentando-se em circos e teatros mambembes cantando emboladas e outros ritmos nordestinos.
No final de 1929, as gravadoras estavam interessadas em novos compositores e
cantores, daí o grupo entrar no campo das gravações.

Suas primeiras gravações foram "Mulher Exigente” e “Conseqüências do Amor”.

Desfez-se o grupo no final dos anos 20 e Almirante, assim como os demais componentes passaram a atuar sozinhos. Foi quando Almirante gravou um samba que teve muito sucesso, de nome “Na Pavuna”, sendo o primeiro a usar percussão em uma gravação popular.

Convidado por Ademar Casé,Almirante foi um dos primeiros a compor programas elaborados, que tiveram como precursores Renato Murce na Rádio Clube) e Valdo Abreu(na Mayrink Veiga).

Mas os de Almirante eram de um nível superior porque ele ia “fundo” em suas pesquisas e,ao longo de sua carreira, criou mais de uma dezena deles e compôs um arquivo que,doado ao Governo do antigo Estado da Guanabara, transformou-se no Museu da Imagem e do Som, no qual ele foi um dos primeiros diretores.

Depois do “Programa Casé”, Almirante passou a fazer parte do elenco da Rádio Nacional,transferiu-se para a Tupi,regressando à Nacional e terminando suas atividades radiofônicas na Rádio Tupi,em 1958.

Foi nesta Rádio que criou seus mais interessantes programas, como é exemplo o “Tribunal de Melodias”, um dos muitos que teve a participação dos ouvintes.

Ao longo de sua carreira criou os seguintes programas:
“Incrível! Fantástico! Extraordinário!”; “Onde Está o Poeta ?”;”Carnaval Antigo”; “O Pessoal da Velha Guarda”;”Coisas do Arco da Velha”;”Instantâneos Sonoros”;”Anedotário dos Professores;”História das Danças”;”Aquarelas do Brasil”:”Caixa de Perguntas”;”Orquestras de Gaita” e “Dicionário de Gírias”, que pretendia publicar, mas não o fez.

Hoje, referendamos sua memória, pelo grande vulto que deixou grandes marcas em nossa música e nosso rádio.
Essa é nossa SAUDADE.
Norma

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