por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 9 de janeiro de 2011

Memorial - Virtual x Real


Fui criada presa na gaiola. Bem alimentada , bem cuidada , e com direito a mimos de avô, colo de vó, palmadas de mãe, cantorias de primos , bênção dos tios. Do meu pai herdei o prazer de amar todas as artes !
Minha mãe não permitia que eu andasse nas casas dos vizinhos , a não ser para participar das festas de aniversário ou fazer um trabalho escolar. Por ela, eu jamais teria usado um vestido de alça, uma calça comprida, um biquini, um decote cavado, pulado um Carnaval, casado mais de uma vez, pintado as unhas e a boca de vermelho , fumado, feito as sobrancelhas, dançado , pintado o cabelo ...Por ela , eu não perderia missa aos domingos , faria as primeiras sextas-feiras do mês, e rezaria o terço em família...
Fui infratora de todas as normas. Cometi todos esses pequenos pecados, depois que cresci.
Entretanto , mãe é mãe. Só pensa em proteger suas crias. O jeito é soltar , esperar a volta...Com colo e leite morno . Que Deus proteja todos os filhos e permita o paraíso a todas as mães.
Com o tempo aprendi a aquietar-me no meu canto. Gosto da minha casa , do seu silêncio , e da minha companhia.
Tenho até um blog ( completou primeiro aniversário , no dia 22 de janeiro passado -presente do meu amigo Dihelson), aonde posto os meus rabiscos. Quando eles resolvem brincar noutras áreas, até permito ... E, como quem está na chuva tem que se molhar, exponho-me às críticas , construtivas ou não !
Mas, boa romaria faz, quem em sua casa está em paz. Não podemos poluir os ares , além dos nossos limites. Respeito é a palavra chave !
Delicio-me nos passeios virtuais. Adoro encontrar a poesia do Domingos e do Sávio, beber os textos de , Zé do Vale, Zé Flávio , A. Morais, e outros mais. Pelo Cariricult, pelo Blog do Crato, meus passos se elevam, e conseguem voar... Como aquela canção de Salatiel e Pachelly.
Vejo fotografias ilustrativas, artísticas ... Um zoom, que amplia o meu sonhar.
No virtual não percebo diferenças de idade. Aqui , o que deveras conta são as afinidades da alma. Fora da sintonia, ninguém acha graça de nada. Dentro da sintonia , as emoções se misturam , se unificam, na paixão universal.
Afora os blogs , faço percursos nos sites de música ( embora a Rádio Chapada me preencha, e muito !); entro em salas de bate-papo , escrevo e recebo recadinhos no Orkut. Acho que sou uma borboleta vadia, carente de novos assuntos, assustada com o desconhecido, mas ousando ratificar sua imagem real.
O virtual é um laboratório , aonde a nossa essência estagia, e depura-se, através de boas trocas , interagindo energias !
Nada contra. Nem contra o conflito. O caminho é livre. Não precisamos marcá-lo com miolos de
pão , como João e Maria.
Marcamos a nossa presença , na leveza das intenções, expressas num pensamento terno.
Sou mesmo borboleta, margarida ou cigana ?
Quando chove no virtual , eu pinto na tela, um arcoiris !

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