por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
sábado, 24 de dezembro de 2011
O único dia- Mensagem Natalina
Fico imaginando como era o cenário da Terra a mais de dois mil anos atrás, quando se preparava para receber o Menino Jesus. Certamente este foi o mais belo de toda uma existência; com a verdura exuberante dos campos, as flores exalaram os melhores aromas e mostraram as mais belas cores, a mais perfeita melodia e harmonia dos pássaros se fez, os espelhos d’águas refletiram o brilho fulgurante do sol, e quando por fim se apresentou a noite, a lua juntamente com as estrelas pratearam as montanhas vestidas com seus véus. Hoje se torna inefável para nós simples seres descrevê-lo. Entretanto, importa trazer para nossas vidas esta representação, pois este é o verdadeiro sentido desta data. Este único dia da vinda do Maior Ser que este Planeta habitou foi transformado em uma grande festa, (sem fogos de artifícios), apenas com a melodia da verdadeira Felicidade, que estava presente dentro da verdadeira e única Paz, pois veio imbuída do grandioso de todos os sentimentos: o Amor Incondicional.
**Esta não é uma visão religiosa, pois não comungo de nenhuma, é apenas minha visão de como era este planeta, e de como ele poderia ter permanecido, é uma pena mais tudo foi se modificando, e nós só temos que aceitar, pois somos os únicos causadores desta transformação.
Feliz Natal e todas as realizações no Novo Ano - Com as bênçãos de Jesus Cristo.
Rosemary Borges Xavier
VINGANÇA (Frei Ambrósio B. Lôbo)
"Isto é meu corpo
Tomai-o, comei-o"
Belas palavras de quem nos ama;
Sentimento sublime do coração de Deus.
Mas quem crê? Quem aceita
Tua oferta, Mestre Divino?
Pobre Jesus, tenho pena de ti
Não foste feliz em tua invenção de amor.
Te pediria: Vinga-te, Senhor.
Sim, vinga-te de nosso torpor
Dá-nos amor, imenso amor
Que abrase o nosso ser
E faça arder o nosso coração
Em holocausto só para ti, Senhor.
Ouve minha prece, atende meu clamor
Dá-nos tua luz; por ela veremos
Compreenderemos a grandeza, o valor
De vivermos de ti
De vivermos para ti
E somente por ti, Senhor.
Tomai-o, comei-o"
Belas palavras de quem nos ama;
Sentimento sublime do coração de Deus.
Mas quem crê? Quem aceita
Tua oferta, Mestre Divino?
Pobre Jesus, tenho pena de ti
Não foste feliz em tua invenção de amor.
Te pediria: Vinga-te, Senhor.
Sim, vinga-te de nosso torpor
Dá-nos amor, imenso amor
Que abrase o nosso ser
E faça arder o nosso coração
Em holocausto só para ti, Senhor.
Ouve minha prece, atende meu clamor
Dá-nos tua luz; por ela veremos
Compreenderemos a grandeza, o valor
De vivermos de ti
De vivermos para ti
E somente por ti, Senhor.
CONTO DE NATAL - Liana Barreto de Melo
Era uma vez uma menina que acreditava em Papai Noel mais do que qualquer outra criança, pois era somente no natal que recebia presentes. Acompanhava com alegria aquela movimentação mágica e feliz em sua casa: a mãe desfazendo as caixas e arrumando cuidadosamente o presépio, forrando com tanto carinho o berçinho do Menino Jesus, como se fosse ela a sua mãe, até que saiam da caixa José e Maria, devotamente colocados ao redor do aniversariante. E a cena do natal ia sendo montada; os anjos, o boi, o galo....os Reis Magos.... As guirlandas nas portas, a árvore com suas bolas coloridas, brilhantes e alguns presentes embaixo dela. A festa também passava pela cozinha: um peru para assar, bolo de gente rica(Luis Felipe) pra fazer, refrigerantes e vinho. Havia músicas de natal na vitrola, e todo o brilho da festa se refletia nos rostos das crianças. À noite, com ansiedade e receio, amenina colocava o seu único sapatinho branco de verniz na janela do quarto e dormia com o seu coraçãozinho palpitando feito ponteiro de relógio. E o sereno??? E o ladrão??? Papai Noel precisa passar antes dessas ameaças, meu Deus! Mas nada podia desfazer o seu sonho...Nem bem amanhecia, lá estava ela com a cabeça mergulhada embaixo da cama à procura dos seus presentes. E com os presentes nas mãos, sorria pra vida e se vestia de festa por muitos dias. A menina que sonhava com a chegada do natal, cresceu e descobriu que o Papai Noel era um espírito de festa que habitava em cada pessoa, que era Jesus renascendo nos corações, garimpando sorrisos, alegria. Passou então a alimentar este sonho: ser o Papai Noel, fazer a festa em seu coração; distribuir muitos presentes, abraços, beijos, sorrisos e, sobretudo, desejos de paz, amor, saúde, amizade, paciência, compreensão, solidariedade, justiça, boa vontade, persistência, esperança, auto-estima, coragem. Este ano, embora esteja fiel ao espírito de natal (VERMELHO no banco e VERDE na esperança de um ano novo próspero), não poderá cumprir o sonho do seu Papai Noel. Ele deixou o saco Ra$gar e caírem do trenó todos os presentes....Mas não fique triste, pois aqueles mais importantes (os desejos) estão com ela e são especialmente pra VOCÊ, sua família, seus amigos, e todas as pessoas desse mundo!!! Com eles, receba também o seu beijo e abraço carinhoso e saiba que a alegria de ter VOCÊ na vida dela é hoje o seu grande presente de natal.
A menina do conto de natal se chama Liana
Liana Barreto de Melo
Por Norma Hauer- O ÚLTIMO BALUARTE
Na véspera de Natal de 2006, quando a cidade se preparava para as festas, com suas luzes tremulando, uma se apagou, deixando um rastro de Saudade: João de Barro, o nosso Braguinha partiu.
E por que João de Barro?
Eles eram 5: CARLOS BRAGA, Henrique Foréis, Noel Rosa, Henrique Brito e Alvinho. Criaram o "Bando dos Tangarás" lembrando um pássaro cantador. Cada qual se
"incorporou" em um pássaro e começaram a cantar, apresentando-se nas emissoras de rádio então existentes, em pequenas reuniões e em qualquer lugar onde pudessem se apresentar como um grupo de "cantadores".
Sua primeira gravação, na gravadora Parlophon, foi um samba de Almirante (Henrique Foréis), de nome "Mulher Exigente".
Com a morte de Henrique Brito e a saída de Alvinho, o grupo se desfez e cada qual seguiu seu caminho, dentro da esfera musical da época (fim dos anos 20). Henrique Foréis passou a ser conhecido como Almirante, Noel Rosa era o Noel que todos conhecemos e Carlos Braga, que adotara o pseudônimo de João de Barro, foi o único que manteve o nome do pássaro. E assim passou a assinar as inúmeras composições que foi criando.
E como criou! Um de seus primeiros sucessos foi gravado por Mário Reis: "Moreninha da Praia":
Moreninha querida/ da beira da praia /que mora na areia todo o verão.../ que anda sem meia,/ em plena avenida,/ varia como as ondas/ o seu coração".
Andar sem meia era um ato corajoso.
Os anos foram passando e ele sempre produzindo com o nome de João de Barro.
Vieram a "Chiquita Bacana" que se vestia "com uma casca de banana nanica", as "Touradas em Madri", ele cantou as "Noites de Junho": "noite fria,/ bem fria de junho,/ os balões para o céu vão subindo... " transformou parte da letra de "Linda Pequena", de sua pareceria com Noel Rosa, tornando-a um dos maiores sucessos de todos os tempos, com o nome de "As Pastorinhas", da mesma forma que, fazendo a letra de um velho choro que vinha dos anos 10, da autoria de Pixinguinha, marcou uma das músicas mais ouvidas em todos os tempos: "Carinhoso".
Enfeitou o carnaval dizendo "Yes, nós temos banana", cantou o "Balancê", "A Saudade Mata a Gente", os "Sonhos Azuis", navegou pelos "Mares da China", descobriu ser Copacabana a "princesinha do mar" e revelou ao estrangeiro "Onde o Céu Azul é Mais Azul".
Maracanã - 1950-Copa do Mundo. Jogo: Brasil x Espanha – vitória do Brasil! Todo o povo canta "eu fui às touradas em Madri,/ parara tim-bum...e quase não volto mais aquiii...".
Braguinha, o nosso João de Barro, emocionado, começa a chorar. Nessa emoção, ouve alguém dizer: "o que este espanhol está fazendo aqui?" Era o autor chorando por sentir como sua música alegrou uma multidão feliz.
Carnaval de 1984 – desfile da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, sambódromo lotado e Braguinha desfilando, sendo homenageado com o enredo vitorioso "Yes, nós Temos Braguinha".
Isso é pouco diante do muito que ele nos deixou.
Partiu quase centenário e era o último baluarte dos anos de ouro do rádio, vindo da década de 20.
Norma
Soneto do Amigo - Vinícius de Moraes
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Vinicius de Moraes
SEMPRE A MINHA ESPERA por Rosa Guerrera
Tua voz chega sempre
onde me encontro
trazendo uma suave melodia
ao meu coração.
E é confortante a certeza
de que alguém
pensa em nós !
É como se nas borrascas
dos mares do meu destino
brilhasse de repente
uma tremula vela
numa jangada distante.
É assim que ouço o teu canto !
Convicta de que
nos senfins das minhas dores,
tua luz estivesse
sempre brilhante...
a minha espera .
O NATAL E OS MUITO “COMO” NA NOSSA VIDA!- Colaboração de Eurípedes Reis
(Um texto de Luiz Marins)
O Natal é uma boa época para falarmos em valores e princípios elevados.
É também uma época propícia para falarmos da importância de sermos os autores de nossas escolhas e para pensar se elas estão mesmo nos levando a uma vida cheia de significados e sucesso pessoal, profissional, material e não material. E os mais modernos autores apontam para a verdade de que só é possível vencer, se nossas ações, comportamentos e conduta forem construídos sobre os pilares de princípios e valores elevados.
Dov Seidman, consultor americano, considerado pela revista Economic Times “um dos 60 maiores pensadores do mundo na última década”, em seu livro “Como - Por que o como fazer algo significa tudo... nos negócios (e na vida)” [DVS Editora - São Paulo, 2011] à página 285 diz o seguinte:
“Se você dividir sua vida em o que faz e como faz, a estrutura da liderança descreve uma abordagem do como:
como se comunica, como trabalha,
como trata os outros,
como toma decisões...
como atua consistentemente.”
Aproveite, pois, este tempo de Natal para fazer esta reflexão sobre os “como” de sua vida. Lembre-se que o como pode mudar tudo. Repare que muitos dos problemas de comunicação que temos, não ocorrem por causa do que foi dito, mas quase sempre do como foi dito.
Certa vez uma pessoa me disse que sua mágoa não era tanto pelo fato de ter sido dispensada de seu emprego, mas o como ela havia sido dispensada.
Nossa irritação com uma determinada empresa, na maior parte das vezes se refere a como somos tratados e não à qualidade do produto. Como falar, como olhar, como cumprimentar pode mudar tudo.
Assim, se você quiser ser o roteirista do seu próprio sucesso, pense em como você tem agido, como tem se comportado, como tem se relacionado com as outras pessoas, enfim, como você vive o seu dia a dia.
Revisite o conjunto de crenças e valores que governam sua vida e inspiram o como você é e o como é visto pelas pessoas com quem se relaciona em todas as esferas da sua vida: família, trabalho e amizades.
Pense nisso. Sucesso! Feliz Natal!
FELIZ NATAL PARATODOS - Ulisses Germano
Se existe alguma coisa
Maior que a feliciade
Eu desejo pra você
Com toda sinceridade
Pra todos os meus parentes
Amigos e aderentes
Sáude e prosperidade!
Ulisses GermanoCrato - CE.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
"Sobre deuses, pássaros e gaiolas" (Rubem Alves)
EU NÃO TENHO RELIGIÃO. Não vou a igrejas, não participo de rituais, não acredito nos seus dogmas. Preciso não ter religião para amar a Deus sem medo, com alegria e, principalmente, sem nada pedir. Não tenho religião porque não concordo com as coisas que elas dizem de Deus. Deus é um Grande Mistério. Está além das palavras. Diante do Grande Mistério a gente emudece. Fica em silêncio. Discordo a partir do pronome “ele”. Deus “ele”, masculino? Onde foi que aprenderam sobre o sexo de Deus? Deus tem sexo? Se tem sexo, por que não ela, Deus mulher? Como a mulher do Cântico dos Cânticos? A Igreja Católica não conhece a mulher. Conhece apenas a “mãe” que foi mãe sem ter sido mulher. Deus: por que não uma flor, a mais perfumada? Por que não um mar sem fim onde a vida navega? Místicos houve que disseram que Deus é uma criança que nos convida a brincar... Mas pode ser também que Deus seja música, como pensaram os místicos pitagóricos.
Ter uma religião é falar as palavras sagradas daquela religião e acreditar nelas. AS RELIGIÕES SE DISTINGUEM E SE SEPARAM PELAS DIFERENÇAS DAS PALAVRAS QUE USAM PARA SE REFERIR AO SAGRADO. SE ELAS NADA FALASSEM, SE HOUVESSE APENAS O SILÊNCIO DIANTE DO GRANDE MISTÉRIO, A BABEL DAS RELIGIÕES NÃO EXISTIRIA. Diante do Grande Mistério apenas uma palavra é permitida, a palavra poética, porque a poesia não o diz, mas apenas aponta para ele. O Grande Mistério está além das palavras.
Se tenho uma religião e ela se chama poesia. Por isso, amo a Cecília Meireles, sacerdotisa profana, que quando queria se referir a Deus falava sobre um mar sem fim, misterioso e selvagem. Quem em silêncio contempla o mar sem fim ouve vozes em meio ao barulho das ondas. Também Fernando Pessoa sabia disso. Mas, prestando bem atenção, é possível ver, a voar sobre o mar sem fim, um pequeno pássaro que canta: “Leve é o pássaro: e a sua sombra voante, mais leve. E a cascata aérea de sua garganta, mais leve. E o que lembra, ouvindo-se deslizar seu canto, mais leve...”
Os poetas escrevem em transe: não sabem sobre que estão escrevendo. Faz muitos anos, escrevi um livro para minha filha. Ela tinha 4 anos. Eu iria fazer uma demorada viagem pelo exterior e ela ficou com medo de que eu morresse e não voltasse. Apareceu-me, então, uma estória, “A menina e o pássaro encantado”. Resumida, era assim: era uma vez uma menina que amava um pássaro encantado que sempre a visitava e lhe contava estórias; o pássaro a fazia imensamente feliz. Mas sempre chegava um momento quando o pássaro dizia: “Tenho de ir”. A menina chorava porque amava o pássaro e não queria que ele partisse. “Menina” - disse-lhe o pássaro - aprenda o que vou lhe ensinar: EU SÓ SOU ENCANTADO POR CAUSA DA AUSÊNCIA. É NA AUSÊNCIA QUE A SAUDADE VIVE. A SAUDADE É UM PERFUME QUE TORNA ENCANTADOS A TODOS OS QUE O SENTEM. QUEM TEM SAUDADES ESTÁ AMANDO. TENHO QUE PARTIR PARA QUE A SAUDADE EXISTA E PARA QUE EU CONTINUE A AMÁ-LA, E VOCÊ A ME AMAR..." E partia. A menina, sofrendo a dor da saudade, maquinou um plano: quando o pássaro voltou, lhe contou estórias e, quando ele foi dormir, ela o prendeu numa gaiola de prata dizendo: “Agora ele será meu para sempre”. Mas não foi isso que aconteceu. O pássaro, sem poder voar, perdeu as cores, perdeu o brilho, perdeu a alegria, não mais tinha estórias para contar. E o amor acabou. Levou tempo para que a menina percebesse que ela não amava aquele pássaro engaiolado. O pássaro que ela amava era o pássaro que voava livre e voltava quando queria. E ela soltou o pássaro que voou para longe. A estória termina na ausência do pássaro e a menina se enfeitando para a sua volta.
Minha intenção, ao escrever esta estória, era simples: consolar a minha filha. Mas quando foi publicada ganhou um sentido que não estava nas minhas intenções: começou a ser usada em terapia, com casais possuídos pela ilusão de que, engaiolado, o amor seria posse eterna...
Desde então, passei a presentear noivos com uma gaiola da qual eu arrancava a porta. Mas, passado algum tempo, uma pessoa me disse: “Que linda estória você escreveu sobre Deus!” “Sobre Deus ???”, eu perguntei sem entender. “Sim”, ela me respondeu.
“O PÁSSARO ENCANTADO NÂO É DEUS ??? E AS GAIOLAS NÃO SÃO AS RELIGIÕES NAS QUAIS OS HOMENS TENTAM APRISIONÁ-LO ??? Aprendi, então, da minha própria estória, algo que não sabia: Deus como um Pássaro Encantado que me conta estórias. Amo o Pássaro. Odeio as gaiolas. O Pássaro Encantado não pousa em galhos para cantar. Não é possível fotografá-lo. Canta enquanto voa. Dele, o que temos é apenas a sua leve sombra voante e a cascata aérea de sua garganta... Quando ouço o seu canto, ele já passou. Só é possível vê-lo em seu vôo, por trás. Vai-se o pássaro. Fica a memória do seu canto.
Um pássaro voando é um pássaro livre. Não serve para nada. Impossível manipulá-lo, usá-lo, controlá-lo. Pássaro inútil. E esse é, precisamente, o seu segredo: a sua inutilidade; ele está além das maquinações dos homens. Sua única dádiva é o seu canto. Só faz um milagre, um único milagre: quando, chorando, lhe peço “Passa de mim esse cálice”, ele canta e o seu canto transforma a minha tristeza em beleza. Por isso eu nada lhe peço. Sei que ele não atende a pedidos. O seu canto me basta: ao ouvi-lo transformo-me em pássaro. E vôo com ele...
MAS AÍ VÊM OS HOMENS COM AS SUAS ARAPUCAS E GAIOLAS CHAMADAS RELIGIÕES. E CADA UMA DELAS DIZ HAVER CONSEGUIDO PRENDER O "PÁSSARO ENCANTADO" EM GAIOLAS DE PALAVRAS, DE PEDRAS, DE RITOS E MAGIA. E CADA UMA DELAS AFIRMA QUE O SEU "PÁSSARO ENGAIOLADO" É O ÚNICO "PÁSSARO ENCANTADO" VERDADEIRO...
POR QUE PRENDERAM O PÁSSARO ??? PORQUE O SEU CANTO NÃO LHES BASTAVA. NÃO LHES BASTAVA A BELEZA. NA VERDADE, NÃO O AMAVAM. O QUE OS HOMENS DESEJAM NÃO É A BELEZA DE DEUS. O QUE ELES QUEREM É MANIPULAR O SEU PODER. O QUE ELES QUEREM É O MILAGRE.
O CANTO DO PÁSSARO PODERIA LHES DAR ASAS PARA VOAR. MAS NÃO É ISSO QUE QUEREM. O QUE DESEJAM É O PODER DO PÁSSARO PARA CONTINUAR A RASTEJAR; DEUS, TRANSFORMADO EM "FERRAMENTA". Ferramenta é um objeto que se usa para se atingir um fim desejado. Assim são os martelos, as tesouras, as panelas... O que as religiões desejam é transformar Deus em uma ferramenta a mais. A mais poderosa de todas. A ferramenta que realiza os desejos. Como o gênio da garrafa. POIS NÃO É ISSO QUE É O MILAGRE, A REALIZAÇÃO DE UM DESEJO POR MEIO DA MANIPULAÇÃO DO SAGRADO ??? SÓ É CANONIZADA SANTA UMA PESSOA QUE REALIZOU MILAGRES: O MILAGRE É O "ATESTADO" DO SEU PODER PARA MANIPULAR O DIVINO.
E é assim que as religiões se multiplicam, porque os desejos dos homens não têm fim, e os seus santuários se enchem de santos de todos os tipos, os santos milagreiros são nossos despachantes espirituais, todos eles a serviço dos nossos desejos, atenderão nossos desejos a preço módico, se rezarmos a reza certa e prometermos publicar o milagre em jornal, e pela televisão se anunciam fórmulas, sessões de descarrego, águas bentas milagrosas, exorcismo de demônios, os DJs de cada religião têm uma música na fala que lhes é própria...
Assim, a poesia do canto do "Pássaro Encantado" se transforma em manipulação do "pássaro engaiolado". E não percebem que aquele pássaro que têm dentro de suas gaiolas não é o Pássaro Encantado, que não se deixa engaiolar, porque é como o vento, e voa como quer, e tem uma única dádiva a oferecer aos homens: a beleza do seu canto.
À TRANSFORMAÇÃO DA POESIA EM "MANIPULAÇÃO MILAGREIRA" OS PROFETAS DERAM O NOME DE IDOLATRIA.
Como fazer Rabanadas
Rabanadas de Natal
Ingredientes
- 200 ml de leite de coco (1 garrafa)
- 1 lata de leite condensado
- 1/2 xícara (chá) de leite
- 10 fatias de pão amanhecido
- 5 bolas de sorvete de creme
- 3 ovos bem batidos com canela em pó a gosto
Modo de Preparo
1º - Numa tigela, misture leite de coco, leite condensado e leite. Nesta mistura, umedeça 10 fatias de pão amanhecido (coloque de 2 em 2 fatias por vez).
2º - Coloque uma bola de sorvete de creme entre duas fatias de pão umedecido fazendo um "sanduíche". Aperte bem, fechando as laterais e passe o "sanduíche" em 3 ovos bem batidos com canela em pó a gosto. Embrulhe em papel filme. Repita este processo com as outras fatias de pão e o sorvete, formando mais 4 "sanduíches" e embrulhando-os. Leve-os para o freezer por 24 horas.
3º - Retire os "sanduíches" do freezer e passe no tempurá de guaraná (receita abaixo). Frite em óleo quente até dourar.
OBS: neste processo, o recheio permanece gelado e a crosta fica crocante por fora.
Tempurá de guaraná (para empanar)
Ingredientes: - 1 lata de guaraná gelado - 1 colher (chá) de fermento em pó - 200 g de farinha de trigo
Modo de Preparo:
1º - Numa tigela, misture guaraná gelado e farinha de trigo. Depois, adicione fermento em pó até obter uma mistura cremosa.
* Rendimento : 5 porções
http://receitas.maisvoce.globo.com/Receitas/Doces_Sobremesas
Decoração natalina de Recife - por Rosa Guerrera
Mais de 70 mil garrafas foram usadas para produzir a decoração de Natal de Recife. O trabalho foi realizado artesanalmente por cerca de 80 mulheres de comunidades carentes da capital pernambucana. As garrafas após lavadas e pintadas,foram cortadas em pequenas peças encaixadas e costuradas com braçadeiras de nylon, formando os enfeites.
O mesmo material reciclável foi utilizado também na árvore de Natal do Recife, que possui 38 metros de altura, equivalente a um edifício de 12 andares. Com 14 toneladas da estrutura metálica, a árvore flutua no Rio Capibaribe atraindo inúmeros admiradores do excelente trabalho. A preocupação ambiental também foi estendida ao tipo de iluminação, feita neste ano com lâmpadas LED, que consome muito menos energia, cerca de 10% de uma lâmpada comum, e ilumina cinco vezes mais.
Algumas fotos da decoração da capital de Pernambuco.
Suburbano Coração
Chico Buarque
Quem vem lá
Que horas são
Isso não são horas, que horas são
(.,..)
Blim blem blão
Isso não são horas, que horas são
A casa está bonita
A dona está demais
A última visita
Quanto tempo faz
Balançam os cabides
Lustres se acenderão
O amor vai pôr os pés
No conjugado coração
Será que o amor se sente em casa
Vai sentar no chão Será que vai deixar cair
A brasa no tapete coração
(...)
O amor está tocando
O suburbano coração
Será que o amor não tem programa
Ou ama com paixão
(...)
Que tanta cerimônia
Se a dona já não tem
Vergonha do seu coração
[Suburbano coração - Chico Buarque]
BEM MAIS ... por Rosa Guerrera
E eu não me cansarei de teus beijos
nem adormecerei com tuas carícias ...
Eu pedirei bem mais !
Pedirei toda a eternidade
em forma de abraços,
Todo o universo no contato
de tuas mãos ...
E ainda pedirei bem mais !
Pedirei uma vida
emoldurada com flores,
um poema todo ternura,
uma estrada iluminada de amor.
E não escutarei
o relógio
nem saberei do tempo...
Não verei o sol despontar ,
nem imaginarei
que existe um mundo lá fora.
Não mais rimas
Nem alento de poesias ...
Fecharei os olhos ,
e te darei bem mais !
Assim era o Natal ...- por Norma Hauer
A N O I T E C E U...
O rádio, que nos 30 estava nos despertando para muitas novidades, marcou o
NATAL de 1933 com uma melodia, que foi a primeira composta exatamente para as festas de fim de ano, até então pouco exploradas.
Anoiteceu...
O sino gemeu,
A gente ficou feliz e rezar.
Papai Noel vê se você tem
A felicidade p'ra você me dar.
Era, porém, uma melodia melancólica, porque melancólico estava seu autor (Assis Valente) quando a compôs. Apresentada no rádio e repetida em todas as emissoras levava uma novidade ao público, espalhando no éter a voz nova de Carlos Galhardo, representando seu primeiro sucesso.
Até então, o Natal era uma festa comemorada em família ou com alguns amigos.
Não havia a exploração por parte do comércio que só então viu a possibilidade de se expandir oferecendo produtos, através de anúncios no rádio, que os lançavam como "natalinos". Afinal,o rádio já estava penetrando em todas as casas e era a grande porta que se abria para a divulgação daqueles produtos.
Papai Noel era uma figura descrita, tal como hoje o conhecemos, mas não era “visto”; assim as crianças o imaginavam (e acreditavam) que ele poderia estar em todas as casas na noite de 24 de dezembro.
Lojas passaram a se expandir e anunciar seus produtos no rádio.
Principalmente, lojas de brinquedos, visto que naqueles anos, apenas as crianças recebiam presentes; adultos participavam das ceias e à meia-noite iam à Missa do Galo. Lembro-me de uma tia muito católica que não perdia essa Missa e não concordava com presentes e árvores de Natal, até então só montadas em poucas casas. A maioria "montava" presépios. Em minha casa, uma árvore pequena era enfeitada com algodão e em seus galhos colocavam-se velas que, muitas vezes, pegavam fogo e acabavam com a árvore.
Foi na primeira metade dos anos 30 que uma pequena loja foi aberta e, praticamente, dominou o comércio no Natal. Foi criada por um empreendedor francês e recebeu o nome de "Mestre et Blagé". Pouco tempo depois foi destruída por um incêndio de grandes proporções. Mas de suas cinzas renasceu a Fênix e seu nome foi abreviado para Mesbla. Que saudades da Mesbla !... São memórias de muitos "Natais. Não posso recordar-me da Mesbla, sem sentir uma grande emoção. Foram anos em que "meu Natal" se iniciava na Mesbla.
E hoje, com "Papais Noéis" espalhados por toda parte, dominando a televisão, os
"shoppings", a "Saara", com suas ruas estreitas, onde até caminhar é difícil, o espírito de Natal se transformou em um grande "mercado persa". E as pessoas, portando seus presentes, em uma grande árvore de Natal.
Norma Hauer
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
"Tudo pelo poder" - José Nilton Mariano Saraiva
Jovem, sólida formação acadêmica, com “fôlego” pra dar e vender, unanimemente reconhecido (até pelos adversários) como um profissional competente na função que exerce (assessoria de comunicação), mas um tanto quanto ingênuo e romântico para a intensidade e o tipo de desafio lhe anteposto, o vibrante idealista Gosling (Stephen Meyers) sofre um “choque de realidade e desencanto” ao bater de frente com a trapaça, a corrupção, o jogo sujo e a deslealdade do seu superior hierárquico, Hoffman (Philip Seymour), no decorrer da campanha política do governador Mike Morris (George Clooney), candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos.
Matreiro, experiente, passado na casca-do-alho e essencialmente um mau caráter, Hoffmam é aquele tipo desprovido de quaisquer escrúpulos, desconhecedor do que seja padrões morais e, até por isso mesmo considerado um gênio para aquela espécie de “sujeirada”, onde a palavra dita agora não vale no minuto seguinte e a “ética” mandou lembranças. O tal do “rolo compressor”, na completa acepção do termo, já que capaz de passar por cima da própria genitora, se necessário.
Sua influência é tamanha, que até o próprio governador-candidato a presidente (Clooney), aparentemente detentor de rígidos padrões morais e comportamentais, paulatinamente vê-se obrigado a passar por uma metamorfose impressionante, sob pena de não conseguir chegar lá. E haja concessões, e tome desdizer o que dissera antes, e haja benevolência e esquecimento pra aceitar aliar-se a figuras renegadas há pouco, tudo em nome da vitória final.
Pois bem, lá pras tantas (no auge da campanha), bastou que o idealista Gosling tivesse aceitado encontrar-se (sem maiores compromissos) com o coordenador do comitê do adversário, para que o mundo desabasse sobre ele, já que acusado por Hoffmam de ser um “traíra”, um entreguista e de se achar interessado em "ocupar o meu lugar”. Demissão sumária, sem choro nem vela.
Como houvera se envolvido com uma jovem e bela estagiária, atuante no comitê do candidato, quase que por acaso Gosling descobre a “fórmula mágica” de reverter tal situação; grávida... do governador-candidato a presidente e por ele desprezada, a jovem opta pelo suicídio, devidamente abafado pelo candidato e Hoffman.
Esta a senha para que, a partir de então, Gosling renuncie a toda sua ingenuidade e romantismo e, como bom aluno, passe a adotar o mesmo jogo sujo de que houvera sido vítima: exige do governador-candidato à presidência a demissão imediata de Hoffman (sob pena de “abrir o bocão” para a imprensa, acusando-o da gravidez indesejada e do suicídio da jovem), se auto-nomeia coordenador-chefe em seu lugar e assume as rédeas da campanha a partir dali.
Por essa razão, o bem ritmado e atualíssimo “Tudo pelo Poder”, recentemente lançado, é um desses filmes que marcam e, certamente, deverá ser laureado pela Academia. Se faz merecedor (George Clooney, Stephen Meyers e Philip Seymour têm atuação irrepreensíveis).
Vale a pena conferir.
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