por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A "fatal omissão" de um líder - José Nilton Mariano Saraiva



Nas eleições recém-findas (em Fortaleza), juntos os candidatos Heitor Ferrer/PDT (262365 votos), Moroni Torgan/DEM (172002 votos) e Renato Roseno/PSOL (148128 votos), totalizaram no primeiro turno o expressivo montante de 582495 votos. Como não foram ao segundo turno, tal espólio foi disputado pelos candidatos Elmano de Freitas/PT (318262 votos) e Roberto Cláudio/PSDB (291740 votos), que totalizaram 610002 votos.
Evidentemente, largaria com respeitável vantagem no segundo turno quem conseguisse o apoio ou a simples indicação (individual), dos candidatos acima citados (mesmo sem contar com os representantes dos partidos “nanicos”), daí a gravidade extrema da “neutralidade” ou “omissão” manifestada pelo Deputado Heitor Ferrer, que durante mais de sete anos foi o mais cáustico, coerente, costumaz e consistente crítico do Governador do Estado; e, no entanto, na “hora H”, na hora da “onça beber água”, na hora de dá o troco ao Governador, Heitor Ferrer estranhamente “bateu-catolé” (ou pipocou feio), sob a pífia justificativa de que caberia ao partido, e não a ele, pronunciar-se. No entanto, no entender até dos seus próprios eleitores, moralmente Heitor Ferrer tinha a obrigação de, para manter sua postura e coerência do discurso, declinar seu apoio ou indicação ao candidato-rival do governo. 
Fato é que, com a abertura das urnas emergiu com toda crueza e pujança o profundo “estrago” provocado pela fatal omissão de um líder na condução do seu rebanho: o candidato do governo acresceu à sua votação estupendos 358867 votos (ou mais 123,00%) enquanto o seu opositor recebeu 258083 votos (ou mais 81,09%); na totalização final, a diferença foi de 74172 votos (650607-576435 votos).  
Se nos bairros considerados “elitizados” e “classe-média alta” (cujos insensíveis moradores não estão nem aí para a questão “social” e seus desdobramentos) o candidato governista manteve a supremacia do primeiro turno (Aldeota – 21348 x 9164, Edson Queiroz - 14842 x 8900, Centro - 14821 x 11541, Meireles - 10049 x 4835, Mucuripe - 8109 x 6829, Luciano Cavalcante - 3438 x 2592, Cidade dos Funcionários - 6636 x 3931, Dionísio Torres - 9777 x 4690, Praia de Iracema -  4931 x 2778, Papicu - 5212 x 3386 e Varjota - 6898 x 3839, dentre outros), certamente que nos bairros periféricos os eleitores do Heitor Ferrer ficaram “à deriva” ou “boiando feito merda n’agua” e expostos ao assédio implacável de propostas não tão republicanas assim (houve denúncias de generoso derramamento de dinheiro na periferia, na noite anterior à realização do pleito, por parte da turma do governo), findando por decidirem a eleição de modo que nem eles imaginavam.
Lembram daquela velha história de que “por falta de um grito se perde uma boiada” ???). Pois é.

 

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