Os leitores dos blogs em que escrevo e escrevi leram o que falei sobre o seu incidente com Almina Arraes. Acho que ao completar uma semana desta história nem eu e nem você tenhamos muito a acrescentar ao episódio no seu aspecto público. Aliás, guarda-me uma sensação para a qual não tenho conclusão: seria tudo diferente se o estapafúrdio não houvesse se infiltrado neste assunto? Não podemos concluir frente a frente, apenas eu e você, pois a “intromissão” para ganhar posições junto ao grupo político de vocês já levou todo o capital que desejava.
O nosso papel, o meu e o seu, é tirarmos algumas lições diante do que escrevi e do que você escreveu ao meu respeito e sobre meu pai. E faço isso, pois temos duas mãos cada um e uma única cabeça para avaliarmos isso tudo. Penso exatamente que entre nós dois não estejam mais do que nossos leitores. Chega de ganchos de oportunidade para quem nem deveria ter se aproximado e fartamente lambuzado a realidade dos fatos.
Antes de conversar sem lhe provocar dores, deixe meu pai fora disso (se você não se deu conta, isso fez lembrar o descuido que teve com Almina), quando citei a sua situação de filho de papai político a crítica não caía sobre Humberto, este se fez por ele mesmo. Acabei de ler tudo que escrevi sobre o assunto e em momento algum analisei Humberto Macário político e claro, não esperaria que Luiz Gonzaga tivesse feito uma música especificamente para o professor José do Vale Arraes Feitosa. Mas fez música para o professor e aquele professor gostava muito de ser parte destes que mantêm a civilização com a educação. E se nos apegássemos aos argumentos da “intromissão” em defesa das grandes famílias do Crato, aquele que foi derrotado numa candidatura de vice por Humberto, gostava de citar Humberto como parente. Mas isso vai resolver alguma coisa hoje? Humberto foi o principal líder de uma “elite política” que mandou no Crato desde o fim do regime Vargas: a UDN de Filemon Telles, Horácio Pequeno entre outros. Você deve saber que isso se origina em disputas antes mesmo da era Vargas, ainda nas escaramuças do Padre Cícero.
Sobre dores que precisam ser amenizadas. Em primeiro lugar precisamos sarar as dores sofridas por Almina e só depois a sua e a minha e sem a “intromissão” em busca de oportunidades. Quando escrevi dois parágrafos no primeiro texto deste assunto para configurar que não o conhecia, estava dizendo que nada sabia de desabonador ou abonador a seu respeito, a não ser que o encontrara numa reunião da Fundação Araripe. O seu esquecimento deste encontro não modifica este fato. Siga meu texto e meu raciocínio: portanto não tenho nada contra George em caráter histórico, apenas o ato que provocou dor em Almina Arraes. E sabe George como tomei conhecimento do fato?
Soube do incidente pela própria carta de Almina, numa tela de computador como esta. Fiquei agastado com a situação, pois era a repetição do mesmo assunto da SAAEC e que desde o princípio se contextualiza na política do Crato. Almina Arraes é minha tia; casou-se com César Pinheiro, irmão de minha mãe, e na sua casa passei parte da minha adolescência em busca de esclarecimentos para certas infantilidades que teimam em nos afligir naquela fase da vida. Por exemplo, esta história pueril de que editei uma parte do vídeo e a apresentei. Eu nem sabia da existência do vídeo. Apenas tomei conhecimento de uma parte existente no Youtube e foi esta que baixei e a postei no mesmo dia em dois blogs. Somente a postei porque o tumulto da sua defesa divulgava que você não tinha falado nada daquilo no vídeo.
E para você que não sabe, mas a balbúrdia que tomou conta do ambiente em sua volta alardeia, conte a quantidade de vezes em que escrevo sobre a política do Crato e verá que é desprezível em relação ao volume de postagens que faço. Mas é claro que Samuel Araripe, de quem você é líder na Câmara dos Vereadores, não se exime da porção política que cabe ao seu governo. Esta era a minha avaliação e até hoje é; e a cada vez que tumultuam a discussão mais se acentuam evidências: o governo municipal tem a parcela principal na contabilidade política do fato e o incidente é político. Como deixei muito claro no meu texto: não existe motivo pessoal e nem familiar para que você dissesse o que disse na câmara. Volte ao meu texto e verá que o “tumulto” apenas cumpre com a própria natureza de tumultuar, isso não tem briga de família, tem briga política e, pelo que soube, tudo começou com o protesto de uma Associação de Moradores com os valores da conta de água.
Quanto às expressões “ferinas” que teria lhe aplicado. Em primeiro lugar você tem formação em Direito e sabe muito bem fazer a exegese de textos e lá está claro: não podemos confundir o que pode ser dito numa assembléia do povo do Crato com uma discussão qualquer numa calçada de bar. Não podemos porque na assembléia precisamos expor a moralidade pública e ter o respeito ético com o povo e o povo é cada um de nós, inclusive Almina.
Tomemos a “ferina” denominação de “filho de papai político”. Isso foi uma avaliação clara que fiz. Mas me desculpe! O Samuel terceirizando o assunto por uma alternativa agressiva e você por até lembrar um velho e respeitado professor da cidade como um derrotado que prega uma “dor de cotovelo crônica” até nos filhos tantos anos após, mostram algumas características da classificação. E olhe que não existe de sua parte e nem do tumulto em sua volta qualquer respeito pessoal nem por mim e nem pelo meu pai diante do texto que você publicou em seu blog e foi reproduzido no Cariricaturas. E gastar tanta munição, atingindo um professor da cidade, que foi também meu, mas é da cidade, passa a impressão para os desavisados que algo muito grave aconteceu. Aconteceu num debate que considero até banal, deixando-me em dificuldade de não enxergar a mais típica figura do filhinho que amassa o carro do pai por que dinheiro existe para pagar o remendo na oficina.
Mas vamos ao remédio para a dor pungente que inclusive acredito que seja sincero em você. A cidade inteira espera que visite Almina Arraes e desfaça, com toda a humildade, o que você considera pura politicagem. Ela merece o seu carinho, o seu cuidado, precisa da nossa proteção até mais do que as dores que você sentiu vindo da minha parte. Olhar para uma senhora serena e que é referência para muita gente e de olho no olho dela, mesmo que ainda reste a severidade da dor que ela sente, esclarecer toda esta confusão é o que todos esperam de você. Um gesto que nos conforte de paz e encerre de vez a catilinária que alimenta confusão. Com a origem do incidente esclarecida, a balbúrdia tenderá a morrer de inanição.
4 comentários:
Meu amigo querido, quanta elegância, como o admiro!
Dedé,
Tão bom que os pobres de espírito aprendessem com os de mente mais elevada. Mas devem ter aprendido algo. Se ainda não captaram algo positivo, este texto é uma lição. Parabéns.
Pra quem sabe ler (e escrever) da "caixa de ferramentas" dos aliados do prefeito do Crato emergiram nada menos que dez (10) repugnantes e abjetas referências: mau-caráter, covarde, rancoroso, vingativo, desumano, medroso, desocupado, recalcado e invejoso (estas algumas das "qualidades" atribuídas ao cidadão cratense José do Vale Pinheiro Feitosa, via internet).
Se o atingido fosse um "mortal-comum", certamente que responderia no mesmo desqualificado expediente:
esgoto puro.
Mas, como estamos tratando de um "honoris-causa", o que vimos foi um texto-resposta apelando à moderação, à paz, à concórdia, a um simplório pedido de desculpas à D. Almina, sem, no entanto, desdizer uma vírgula do que afirmara antes.
Taí a razão de considerarmos o Zé do Vale um "monstro-sagrado".
Zé,
Muito bom o seu texto, foi fundo, mexeu na essencia.Sabe o quer é sentir vergonha alheia é o que o povo do Crato esta sentindo por esses pobres de espirito.Você ARRASOU.
Abraços Maria Amelia Castro
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