por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 19 de novembro de 2011

Amor imponderável - Por Socorro Moreira



Acho sincero o silêncio do amor não declarado. Por mais sutil que seja a sentença, ela considera o imponderável.
O amor decantado vive da própria essência e prolifera num habitat especial, paralelo à realidade.
Ele é incerto, sendo unilateral.
Ele é completo, no percurso das heras. Ele não vive na espreita, sabe a falta do encalço. Não posso condená-lo, se o campo é imaginário. Meu juízo perdoa a falta de reciprocidade. Levianamente extrapolo em palavras, e deito no rio dos sentimentos as pedras que nos separam. Permeiam águas correntes, que deslizam, nos mares dos prazeres. Unificar o amor é objetivo perene. Objetivá-lo é deixá-lo livre, na corrente que circunda fios interiores.
Quando um dia passar, vou entender que foi vivido, no fórum da eternidade.
Macacos me mordam, corujas guardem os meus segredos... Meu amor é crédito, sem cartão de saque.
É previdência, na providência do vazio, quando se instala.
Nada trágico. Tudo dentro do previsto mensal. E assim os anos e ânimos se sucedem. Começou em Janeiro de um ano infindo.

socorro moreira


4 comentários:

Mara Thiers disse...

Putz!!! Aí você foi fundOO!
Lindo texto.
Bjus!

Ângela Lôbo disse...

Atire a primeira pedra quem nunca teve na vida um amor platônico...
Sensacional! A imagem do cartão de crédito sem a possibilidade de saque é ótima. Mas, aqui para nós, isso não é trágico?
Boas vindas!!!

socorro moreira disse...

A transcendência pereniza o sentimento.

Abraços Ângela.
Abraços, Mara !

rosa guerrera disse...

Socorrinho , voce falou e disse o que tanta gente tem medo de expressar. valeuuuuuuuuuuuuuuuu. bjs, Rosa