por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ORLANDO SILVA- Norma Hauer


O dia era 3 de outubro, o ano 1915 ; nessa data nasceu um dos maiores fenômenos da música popular de nossa terra: ORLANDO SILVA.
Desde suas primeiras gravações já deixou sua marca. Estreou na extinta Rádio Cajuti, levado por Francisco Alves que, em 1934, tinha um programa na emissora. Chico Alves apoiou-o logo de saída para que ele "derrubasse" o prestígio de Silvio Caldas, por ter a voz semelhante à de Sílvio. Só que ele surpreendeu: não só passou a ter mais prestígio que Sílvio, como até Chico Alves "balançou" com o fenômeno ORLANDO SILVA.
Suas primeiras gravações na RCA Victor foram duas composições de Cândido das Neves:"Lágrimas" e "Última Estrofe". Antes, gravara na Colúmbia um “gingle” para o lançamento do "Chope da Brahma", exatamente com esse título e da autoria de Ari Barroso. É... muito antes de Zeca Pagodinho, um cantor então iniciante fez apologia da Brahma . Embora os tempos fossem outros (não havia televisão) o lançamento foi
um sucesso. Estreando, em seguida, na Victor, Orlando gravou aquelas composições de Cândido das Neves e, em seguida, "No Quilômetro 2". A Victor, como se tratava de um cantor novo, fez mais fé neste samba, lançando-o primeiro no mercado discográfico. Só que sua interpretação nas músicas de Cândido das Neves mostraram sua grande sensibilidade como cantor e apareceram mais do que "No Quilômetro 2".
Foi, porém, com "Lábios que Beijei", de J.Cascata e Leonel Azevedo" que ele ficou conhecido em todo o Brasil como "O Cantor das Multidões", cognome que lhe foi dado por Oduvaldo Cosi depois de uma apresentação sua no Largo da Concórdia, em São Paulo.
Quase tudo que Orlando Silva gravou foi sucesso, tanto no terreno romântico, como no carnaval

O dia era 3 de outubro, o ano 1915 ; nessa data nasceu um dos maiores fenômenos da música popular de nossa terra: ORLANDO SILVA.
Desde suas primeiras gravações já deixou sua marca. Estreou na extinta Rádio Cajuti, levado por Francisco Alves que, em 1934, tinha um programa na emissora. Chico Alves apoiou-o logo de saída para que ele "derrubasse" o prestígio de Silvio Caldas, por ter a voz semelhante à de Sílvio. Só que ele surpreendeu: não só passou a ter mais prestígio que Sílvio, como até Chico Alves "balançou" com o fenômeno ORLANDO SILVA.
Suas primeiras gravações na RCA Victor foram duas composições de Cândido das Neves:"Lágrimas" e "Última Estrofe". Antes, gravara na Colúmbia um “gingle” para o lançamento do "Chope da Brahma", exatamente com esse título e da autoria de Ari Barroso. É... muito antes de Zeca Pagodinho, um cantor então iniciante fez apologia da Brahma . Embora os tempos fossem outros (não havia televisão) o lançamento foi
um sucesso. Estreando, em seguida, na Victor, Orlando gravou aquelas composições de Cândido das Neves e, em seguida, "No Quilômetro 2". A Victor, como se tratava de um cantor novo, fez mais fé neste samba, lançando-o primeiro no mercado discográfico. Só que sua interpretação nas músicas de Cândido das Neves mostraram sua grande sensibilidade como cantor e apareceram mais do que "No Quilômetro 2".
Foi, porém, com "Lábios que Beijei", de J.Cascata e Leonel Azevedo" que ele ficou conhecido em todo o Brasil como "O Cantor das Multidões", cognome que lhe foi dado por Oduvaldo Cosi depois de uma apresentação sua no Largo da Concórdia, em São Paulo.
Quase tudo que Orlando Silva gravou foi sucesso, tanto no terreno romântico, como no carnaval

Já com "Rosa" aconteceu algo que só anos mais tarde chegou ao conhecimento do público.Essa também era uma música dos anos 10, que não tinha letra. Orlando, achando-a lindíssima, pediu a Pixinguinha para gravá-la. E o fez, aparecendo no disco somente o nome de Pixinguinha. Mas...aí surge Paulo Tapajós, um dos maiores pesquisadores de música popular que este país já teve. Paulo, entrevistando Pixinguinha para um depoimento no Museu da Imagem e do Som, perguntou-lhe "Pixinga, você não é letrista, quem compôs a letra de "Rosa"? Pixinguinha confessou que foi um rapaz modesto (Octavio de Souza), que já falecera e que trabalhara nas oficinas da Central do Brasil, ali, onde hoje é o "Engenhão".
Só a partir daí ficou-se sabendo o nome do letrista de uma das mais bonitas letras
que fizeram parte de nossa música. E isso graças a Paulo Tapajós.
Não sei se esses casos constam de algum site sobre ORLANDO SILVA ou sobre Pixinguinha, mas o caso de "Rosa" ouvi-o do próprio Paulo Tapajós

Ainda sobre a música "Rosa", gostaria de informar que essa era a de que mais sua mãe gostava. Depois de seu falecimento, Orlando não podia cantar essa melodia sem chorar. Ele era muito sentimental e adorava sua mãe. Assim era difícil, para ele, cantar "Rosa".
Só para citar, algumas gravações de Orlando que marcaram muito sua carreira: "Nada Além" e "Enquanto Houver Saudades", ambas de Mário Lago e Custódio Mesquita (as primeiras da parceria);"Súplica"(aquela, cuja letra não tem rima); "Caprichos do Destino"; "Por quanto Tempo ainda";"Dá-me tuas Mãos"; "Por Ti"; "Uma Lágrima, uma Dor, uma Saudade"; "Lágrimas de Rosa"; "Página de Dor"; "Apoteose do Amor"; "A Jardineira"; "O Pranto Meu Ninguém Vê"; "Cidade Brinquedo" e "Cidade Mulher"(ambas exaltando o Corcovado): "O Meu Pranto Ninguém Vê"... estas últimas para os carnavais nos quais ele era sempre o mais ouvido.

A data de seu falecimento (7 de agosto) foi seguida à do Papa Paulo VI (dia 6). Assim, a cidade amanheceu de luto, como é comum acontecer quando morre um chefe de estado. Que aconteceu?
O féretro de Orlando deixou a sede do Flamengo, no Morro da Viúva, onde foi velado, seguido de um séquito de fãs, admiradores e jornalistas, para o Cemitério de São João Batista.
Do alto do Morro do Pasmado, a bandeira a tremular a meio pau, mais parecia uma homenagem a ORLANDO SILVA.
Hoje seu corpo encontra-se no Cemitério de São Francisco Xavier, para onde foi trasladado por ordem de sua esposa Lourdes, que por sinal faleceu pouco tempo depois.

Só para lembrar, a letra de seu primeiro grande sucesso:

LÁBIOS QUE BEIJEI

Lábios que eu beijei,
Mãos que eu afaguei
Numa noite de luar assim.
O mar na solidão bramia
E o vento a solicitar pedia,
Que fosses sincera para mim.

Nada tu ouviste
E logo partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando,
Minha mágoa cantando
Com a estátua perenal da dor.

Passo o dia soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor sozinho
Sem esperança de vê-la jamais...
Deus, tem compaixão deste infeliz.
Porque sofrer assim ?
Compadecei-vos de meus ais.

Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
Por chorar por teu amor.
Lábios que beijei,
Mãos que eu afaguei
Volta, dá lenitivo a minha dor

Norma

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