Plano nacional tenta evitar extinção de ave que existe apenas no Ceará
Soldadinho-do-Araripe vive em pequena área de Mata Atlântica no estado.
Estima-se que há apenas 800 exemplares do pássaro endêmico.
O risco de desaparecimento do soldadinho-do-Araripe (Antilophia bokermani), um pássaro endêmico do Ceará e que vive em uma região conservada de Mata Atlântica encravada no semi-árido do estado, movimenta ambientalistas e instituições federais de preservação.
Eles estão envolvidos na revisão do Plano de Ação Nacional, liderado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que tem como meta a criação de uma Unidade de Conservação (UC). A reserva vai proteger os animais, os rios e ajudar no combate ao desmatamento.
Segundo Weber Girão, um dos responsáveis pela descoberta da espécie de ave há 15 anos e coordenador do projeto de proteção, existem aproximadamente 800 exemplares do soldadinho-do-Araripe nas proximidades da cidade de Crato.
“Esses exemplares vivem na Chapada do Araripe, região onde existem cerca de 300 nascentes de água, habitat dessas aves e onde são feitos os ninhos. Entretanto, devido ao mau uso dos recursos hídricos, tais fontes estão sumindo, prejudicando o soldadinho-do-Araripe”, afirma.
Girão complementa que uma em cada quatro aves desta espécie desapareceu da natureza devido ao desmatamento e a canalização das nascentes. “Eles perderam o habitat e sua classificação está no nível criticamente em perigo”, disse.
Plano
Original de 2006, o plano nacional foi revisado e tenta envolver a sociedade para conservar uma área de 31 km² de Mata Atlântica existente entre as cidades de Crato, Barbalha e Missão Velha. “A criação da unidade de conservação integral preservaria o pássaro e auxiliaria na recuperação de seu habitat”, afirma Girão.
Original de 2006, o plano nacional foi revisado e tenta envolver a sociedade para conservar uma área de 31 km² de Mata Atlântica existente entre as cidades de Crato, Barbalha e Missão Velha. “A criação da unidade de conservação integral preservaria o pássaro e auxiliaria na recuperação de seu habitat”, afirma Girão.
De acordo com Eliana Maria Corbucci, analista ambiental do ICMBio e coordenadora da área de criação das unidades de conservação, processos como o estudo fundiário da região, consulta pública à população e a órgãos federais precisam serão concluídos em um prazo de dois anos. “A partir deste ponto, o documento de criação da UC passará por análise na Casa Civil, onde terá mais um tempo para análise”, disse Eliana.
Para Weber Girão, se as metas programadas não forem cumpridas em cinco anos, o risco de extinção se torna real. “Esse período será decisivo”, disse.
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