por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 6 de setembro de 2011

AMAR


Vamos aconchegar-nos bem juntos um ao outro,
ouvindo o órgão do outono, na margem da noite.

A fonte se prostra e canta palavras de amor.
Nossas frontes estão douradas com o crepúsculo:

nós nos amamos com todo o ouro do crepúsculo.
Nossa casa floresce como um ninho na montanha.

Você tem a ternura nos olhos, onde eu mergulho.
Fiquemos parados, ouvindo a brisa entre os ramos.

Amar não se conhece: entra no corpo, com o sangue.
Alma é uma lamparina antiga que ilumina e enche

de sombras a casa, onde, sob o arco do mistério,
estamos juntos e não existe palavra que importe.

Vamos aconchegar-nos um ao outro, ouvindo a brisa.
Nós nos amamos e não conhecermos é o nome do amor.

Fiquemos parados, ouvindo o órgão da noite que chama.

                                     José Carlos Brandão




Um comentário:

socorro moreira disse...

A vivência do amor é a mais linda das manifestações poéticas!

Abraços