por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"Hair" e a vaidade feminina! –Socorro Moreira



Aos quatro anos resolvi pegar a tesoura, e por minha conta cortar o meu cabelo.. Cabelos negros, finos, sedosos, mas me deixavam com cara de Luluzinha. Acho que o desejo de ser moderna nasceu em mim muito cedo.
Quando minha mãe viu o estrago levou-me correndo para um salão de beleza. Disse pra Dona Estela: frise o cabelo dessa menina, pra ver se ajeita.
Passei por um processo químico agressivo, alem de ferros quentes. O friso deixava o cabelo, no miudinho, como cabelo pixaim. Mas era moda.... 
 Minha irmã Verônica era sangue azul. Imaginem: branca, loira, corada, que o sangue queria espirrar, como dizia minha avó Donana.
Meus cabelos foram cortados mensalmente para ir tirando os efeitos  da química. Depois fui entrando na adolescência e os hormônios em alta, impingiam a rebeldia da fibra do cabelo: crespos!
Nas revistas da época, existia a propaganda de um produto alisante: “para as mulheres que têm tudo, menos cabelos lisos”. Era uma mensagem direta pra mim. Usei bobs, fiz touca... Eles ficavam belos, mas bastava esfriar o tempo, para que voltassem á condição natural: preto anelado!
Nos passeios da escola, ônibus fretado, lanches nas sacolas, o banho de piscina ou açude era uma delícia e ao mesmo tempo uma praga; o cloro deixava os cabelos da gente , horríveis. E nem adiantava aquela cor maravilhosa de morena jambo, e o rosto de pele lisa, sem acnes.
Na fase adulta resolvi adotar a moda Gal. Deixei crescer o cabelo, e batia para que os cachos não se desmanchassem. Gostava do visual. Beneficiava-me.
Na menopausa, meu cabelo voltou ao normal. Nem tão liso, mas crescente como uma lua brilhante. Olho para o espelho, e digo um tanto triste: agora tenho cabelos lisos...!
Por que a cultura e a moda ditam os preconceitos?
Moça de família tem cabelos lisos...
E as expressões idiotas?
- loira à força; oxigenada; cabelos estirados á forca; cabelos frisados...
Uma eterna preocupação feminina: “o cabelo é a moldura do rosto”.
Nisso até concordo...É preciso perfumá-los!

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