por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 8 de julho de 2011

“Só canto o buliço
da vida apertada,
da lida pesada
das roças ou dos eito.
E as vez recordando
a feliz mocidade,
canto uma sodade
que mora em meu peito”

Patativa nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade.

Certa vez ( já com 91 anos de idade), foi perguntado se sentia medo da morte?

Ele respondeu galantemente com um verso novo, recém criado, demonstrando ser ainda um ótimo improvisador:

“Cachingando, cego e surdo
Sem ver e sem está ouvindo
pra mim não é absurdo.
Vou meu caminho seguindo.

Nunca pensei em morrer
Quem morre cumpre um dever.
Quando chegar o meu fim
Eu sei que a terra me come,
mas fica vivo o meu nome
para os que gostam de mim”

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