por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 22 de julho de 2011

HAROLDO LOBO- POR NORMA HAUER


O mês de julho marca o nascimento (22/07/1910) e o falecimento (20 /07/1965) de HAROLDO LOBO, um dos compositores que mais sucessos obteve no carnaval do "povão",quando este brincava de verdade. Faleceu em seu "inferno zodiacal", como os astrólogos consideram os 30 dias anteriores ao nosso nascimento. Completaria 50 anos dois dias depois.
HAROLDO LOBO era de uma família de músicos, como seu pai (Quirino) e seu irmão (Oswaldo). Assim era natural que aos 13 anos compusesse seu primeiro samba.
Suas primeiras gravações o foram com Aurora Miranda ("Metralhadora", mais uma música relacionada à revolução constitucionalista de São Paulo e "De Madrugada").

Haroldo fez parceria com Milton de Oliveira na maior parte de suas composições, como:"Juro"; "Índio Quer Apito";"A Mulher do Padeiro";"Clube dos Barrigudos"...
Ele gostava de fazer melodias sobre bichos, daí ter composto "O Passarinho do Relógio", quando surgiram os primeiros relógios com o Cuco; "Passo do Canguru";"Miau Miau" e "Tem Galinha no Bonde", todas gravadas por Aracy de Almeida.
O bonde, veículo popular em sua época, ainda serviu de tema para "O Bonde do Horário já Passou" e "A Mulher do Padeiro", que "viajava só no bonde de Alegria". Sem fugir dos transportes, compôs,"Oito em Pé". Esta música surgiu porque na época passou a ser permitido que os ônibus levassem oito passageiros em pé.
Hoje pode parecer inconcebível, mas nos ônibus não era permitido que os passageiros viajassem "em pé". Foi então emitido um decreto, pela então Prefeitura, admitindo que fossem permitidos "oito em pé", daí a idéia de Haroldo Lobo, gravada por Aracy de Almeida, a mais constante cantora das músicas de Haroldo.
Por ocasião da volta de Getúlio ao poder, Haroldo Lobo e Marino Pinto lançaram, na voz de Francisco Alves, "Retrato do Velho", mandando recolocar o retrato de Getúlio nas paredes das repartições públicas e nas particulares ,cujo donos desejassem tê-lo novamente em suas casas.
Na época da 2ª guerra, compôs "Ruas do Japão", gravada por Linda Batista.

“Ruas do Japão” é uma sátira aos japoneses e seus costumes, lançado no tempo da 2ª guerra.
Assim :

Mas ruas do Japão
Não há mão nem contra-mão(xi)
Lanterna de papel é lampião(xi)
Suicídio lá se chama haraquiri (xi)
Aquilo é um verdadeiro abacaxi.

Quando lá é meia-noite,
Nas ruas do Japão,
Aqui é meio-dia
O quimono lá é moda,
Aqui é fantasia.
Por isso todos dizem:
Na terra do Micado,
Tudo,tudo, tudo
Tudo é atravessado.

É os tempos eram outros, mas o Japão ainda é assim, apesar de toda a evolução que veio depois da guerra, quando os americanos desejavam que seus costumes fossem lá adotados. Poucas modificações conseguiram.
Um dos maiores sucessos de Haroldo Lobo,desta vez com Nássara, ainda hoje fazendo parte de blocos carnavalescos, foi "Alá-lá-ô", gravado por CARLOS GALHARDO. Quem não o conhece?
Houve uma "tristeza" na vida de Haroldo Lobo; este seu samba "Tristeza", lançado pouco antes de seu falecimento, como música de "meio de ano" "estourou" no carnaval de 1966, quando Haroldo já havia falecido.
É conhecido no mundo, mas seu autor não viu seu sucesso, pois falecera, como ficou dito acima, em 20 de
Norma
C

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