por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Farra com o dinheiro público ??? - José Nilton Mariano Saraiva

A SAAEC (Sociedade Anônima de Água e Esgotos do Crato) foi estruturada e passou a funcionar em meados da década 1960, quando a cidade foi administrada pelo circunspeto e austero prefeito Pedro Felício Cavalcante, tendo tido como seu primeiro diretor-presidente o Brigadeiro José Sampaio de Macedo (dois homens lendários, paradigmas de seriedade, que honraram e dignificaram o Crato, mercê das suas qualidades morais, intelectuais e técnicas).
Hoje, lamentavelmente (e como é dolorida tal constatação), aquela autarquia municipal funciona como moeda de troca na bacia das almas de políticos alienígenas, sem maiores compromissos com a cidade e o seu povo. Tanto é que, presumivelmente recomendado e imposto (de cima pra baixo), ao atual prefeito do Crato (Samuel Araripe) pelo então manda-chuva do PSDB cearense Tasso Jereissati (à época Senador da República), o amazonense José Procópio da Silveira (ex-jogador de futebol) foi designado e assumiu a presidência da SAAEC, aonde já chegou pregando e difundindo o terrorismo explícito, via ameaça de demissões indiscriminadas.
Arrogante e prepotente (tal qual o padrinho político), se indispôs com muita gente (inclusive vereadores da base de sustentação do prefeito), até bater de frente e ser, corajosa e publicamente, denunciado formalmente pelo cratense Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes de ter infligido o Código de Defesa do Consumidor, atropelado o Estatuto do Idoso e ter sido, no mínimo, mal-educado e desrespeitoso ao destratar e humilhar a senhora Almina Arraes de Alencar Pinheiro (sua genitora, de quase 90 anos de idade), em pleno recinto daquela repartição pública, pela simples razão desta ter procurado explicações para um aumento abusivo do valor da sua conta mensal do consumo d’agua.
Como a repercussão de tal grosseria se fez sentir não só na cidade, mas além fronteiras (em razão de tratar-se de uma família tradicional e muito benquista por todos, aqui e alhures), se esperava, do chefe do executivo cratense, a humildade e reconhecimento devidos para algum pedido formal-oficial de desculpas à família ofendida (não concretizado, segundo Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes), de par com alguma providência efetiva em termos operacional-administrativa, em relação à inabilidade, arrogância, falta de educação e despreparo demonstrados por aquele seu subordinado no exercício da atividade pública.
Debalde.
Navegando na contramão da responsabilidade, do bom senso e da razoabilidade, o chefe do executivo cratense tratou foi de passar a mão na cabeça do subordinado abusado e destemperado e até (certamente que numa tentativa de “abafar” a repercussão por demais negativa e desfavorável do imbróglio), premiou a SAAEC com uma intensa e maciça propaganda nos meios de comunicação (principalmente na Internet), com especial destaque para o seu megalômano presidente (que nos foi apresentado como se fora uma espécie de “novo Messias”, responsável pela salvação de toda a população cratense de uma terrível e letal epidemia).
O que não se sabe e, aí, sim, deveria ser explicitado “tim-tim-por-tim-tim” e didaticamente à população (alô, atuais integrantes da Câmara de Vereadores da cidade) é o seguinte: vale à pena, numa cidade mediana do porte do Crato, reconhecidamente carente de recursos, manter na presidência daquela autarquia pública, alguém que custa tão caro ao erário municipal (uma pequena fortuna mensal) ??? Explica-se: como a família reside em Fortaleza, desde que chegou ao Crato o senhor José Procópio da Silveira, depois de se acomodar num dos bons hotéis do centro da cidade, “morou” também por um bom período no Hotel Encosta da Serra e, hoje, se acha confortavelmente instalado no agradável, chique e luxuoso Pasárgada Parque Hotel (o nosso cinco estrelas), evidentemente que às expensas da prefeitura; tem à sua disposição um veículo particular, nas 24 horas do dia, com motorista e combustível pagos pela municipalidade e, como viaja frequentemente para Fortaleza, pressupõe-se que as passagens aéreas sejam, também, debitadas ao erário público municipal; além, é claro, das diárias remuneradas (quando de viagens “a serviço”, que sempre aparecem), e de receber uma remuneração mensal que não deve ser nada desprezível. Quanto custará tudo isso, atualmente ??? É verdade que o gasto bruto com as mordomias dispensadas ao Presidente da SAAEC, ultrapassa a remuneração individual do próprio prefeito da cidade e secretários ??? Será que não vale a pena conferir, auditar, saber o “porque” de tamanho privilégio ???
Alfim, perguntas que não querem calar: não é algo um tanto quanto vexatório e injustificável, que numa cidade como o Crato (que se vangloria de ser a “capital da cultura”), não exista nenhum executivo (filho da terra, radicado e morador do município), com preparo educacional, técnico e profissional suficiente, em condições de assumir a presidência da SAAEC, evitando assim salgadas e desnecessárias despesas com estadia, transporte, motorista, diárias, passagem aérea e por aí vai, para um presidente-viajante, rebocado de tão longe ??? Será que na quadra atual, onde o fator “custos” é variável preponderante para se levar uma empreitada avante numa autarquia pública (em termos de priorização dos investimentos), a relação “custo X benefício” propiciada pelas “regalias-mordomias” ofertadas pela administração municipal ao senhor presidente da SAAEC, não é por demais onerosa para o município ??? Qual o retorno, efetivo e concreto, que a manutenção do senhor José Procópio da Silveira, à frente da SAAEC, propicia à cidade do Crato ???
Se as interrogações acima são de difíceis respostas, de uma coisa podemos ter certeza: a essa altura, na quietude e silêncio sepulcral dos respectivos jazigos, o ex-prefeito Pedro Felício Cavalcante e o Brigadeiro José Sampaio de Macedo, que tanto rigor, desvelo e cuidado tiveram com os recursos públicos, devem estar a se retorcer e contorcer de preocupados, a questionarem: qual a razão de tamanha “farra com o dinheiro público”, propiciada via recursos da SAAEC ???

Um comentário:

socorro moreira disse...

Aqui tá valendo dizer o que se pensa !

E por falar em secretários, recebi na data de hoje,um excelente atendimento por parte do Dr. Cícero França- Secretário de Saude.

Sua poresença no blog é sempre de muita importânica, Mariano !

Abraços.