por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

tudo eu faria

eu percorreria
todas as estradas desse mundo
mergulharia no escuro mais profundo
que o mar tivesse pra oferecer:
tudo eu faria

me perderia por todas as ruas
esqueceria o meu nome até que
me voltassem as palavras suas
e no silêncio sempre sem saber
onde estaria o fim da saudade
nada mais teria pra dizer:
tudo eu faria

dobraria o tempo
retornaria ao começo de tudo
recolheria as pedras do templo
se um templo existiu num tempo de absurdo
sem que ninguém viesse a saber
tudo eu faria

me jogaria na calma dos desertos
o vento roçando na forma da areia
something vibrando em meus ouvidos
meu coração preso em sua teia
reduzido a nada o meu querer:
tudo eu faria

me entragaria às lâminas do frio
que castiga a cidade no outono
quando o meu copo então está vazio
porque bebi o dia que é sem dono
de cujas horas se faz a solidão
porque é meu o dom de não esquecer:
tudo eu faria

Nenhum comentário: