por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 18 de janeiro de 2011


Improviso para um poeta.

Seu verso não vem da distante Itabira
não vem do alentejo seu canto, sua lira
mas, feito de aço, de bronze granito
retrata profundo seu laço, seu grito...

Quem dera eu poeta, em meu verso cantasse
com tal agudeza que o tempo estancasse
na dor alegria do verso certeiro
minhalma jorrasse de vez por inteiro.

Poeta, porém de pequena estatura,
pelejo com cinzas da vã criatura
cinzelo em poeria meu longo penar.

Recebo em seu canto, de nobre escultura
suave acalanto, da dor, sepultura
na noite do tempo estrela brilhar.

5 comentários:

José Carlos Brandão disse...

Nico, você me deixa sem palavras.
Então me calo, nessas minhas lavras.

E me calo mesmo, o improviso é o seu campo.
Apenas repito: você me deixa sem palavras e sem jeito.
Vou dizer que gostei do seu poema - embora isso seja quase como elegio em boca própria, o tal de vitupério.
Para suavizar vou lhe relatar a impressão da Sônia, que disse: Como é bom!

Obrigado.
Um abração.

socorro moreira disse...

Gostei tanto desse encontro (Nicodemos e Brandão) que ouvi Cutelinho...

Joaonicodemos disse...

Eu é que fico sem palavras diante da beleza ...
então cometi este poema tentando expressar...

veja sõ, ele pode ser publicado assim e você que conhece melhor as formas poéticas pode me dizer do que se trata. vja:

Improviso para um poeta.

Seu verso não vem
Da distante Itabira
Não vem do alentejo
Seu canto, sua lira

Mas, feito de aço,
De bronze granito
Retrata profundo
Seu laço, seu grito...

Quem dera eu poeta,
E meu verso cantasse
Com tal agudeza
Que o tempo estancasse

Na dor alegria
Do verso certeiro
Minh’alma jorrasse
De vez por inteiro

Poeta, porém de
Pequena estatura,
Pelejo com cinzas
Da vã criatura

Cinzelo em poeria
Meu longo penar

Recebo em seu canto,
De nobre escultura
Suave acalanto;
Da dor, sepultura

Na noite do tempo
Estrela a brilhar.

Joaonicodemos disse...

Socorro, cuitelinho é minha modinha de cabeceira!!!
bejão!!!

José Carlos Brandão disse...

Nico, você acertou lembrando Drummond: meu "O emparedado" foi feito lembrando "E agora, José". Não sei fazer improvisos, mas esse poema é como que um improviso - do Drummond ficou pouco mais que o ritmo. É preciso ter boa estatura para se poetar como você. Me sinto mais e mais honrado. Muito obrigado.