por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011



Seu Milton - O guardião das orquídeas
Em 1994 eu morava em Friburgo-Rj. Nos finais de semana , corria para São Pedro da Serra, passando por Lumiar, para descansar numa casinha de duendes, que eu havia alugado. Seu Milton era o meu Senhorio. Construíra umas casinhas de madeira , dentro de um bosque de orquídeas e, por preço simbólico, entregou as chaves para alguns dos seus amigos.
Uma vez por mês , descia a serra numa charrete carregada de orquídeas , e abastecia a agência do Banco onde eu trabalhava. Cada caixa, cada mesa de atendimento era decorada com uma orquídea. Foi um tempo muito luminoso e feliz da minha vida.
Esqueci os consumos gerais, fiz curso de Astrologia, Tarot; fazia dança sagrada ; tinha alimentação macrobiótica; retiros espirituais , num mosteiro budista; reunia-me com os ufologistas, estudava I Ching ,consultava-me com Márcio Bom Tempo, e usava a acupunctura ao invés de tomar antibióticos. Infelizmente só demorei por lá uns três anos. Fui transferida , a pedido, para Campina Grande , e lá fiquei até o fim da minha carreira de bancária.
Seu Milton era um "Dersu Uzala"... E como se não bastasse fazia deliciosas geleias , licores e defumados.
Anos depois voltei a Friburgo e fiquei sabendo que ele havia falecido. Hoje , tanto se falou em flores, que guardei pra Seu Milton , a mais perfumada . Uma outra vou levar pra minha mãe , em honra de Santa Terezinha do Menino Jesus - a Santa das rosas.
É muito engraçado como uma ex-católica como eu, ainda está tão ligada , na história dos santos. E estou mesmo ! ( Só não consigo gostar de música Gospel).

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