por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012


uma palavra puxa
a outra empurra

num judô
sem fim...

ai de mim...

(Nicodemos)

Jardel Filho


Jardel Frederico De Bôscoli Filho, (São Paulo, 24 de julho de 1927 — Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 1983) foi um ator brasileiro.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

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!9.02.2012- Momento inesquecível!



Com a presença de pessoas queridas, GILTON DELLA CELLA surpreendeu com a sua poética//filosófica musicalidade.
Agradecemos à generosidade de Della Cella, que nos presenteou com um show inesquecível!
A maestrina Divani Cabral fez um pronunciamento no final da apresentação, ressaltando as qualidades do artista, já comprometida em incluí-lo na programação do Coral do qual é regente há mais de 40 anos.
A surpresa do evento foi a presença querida de Aloísio Paulo e esposa, pessoas ligadas ao Azul Sonhado desde a sua origem.
Parabenizamos a Administração do "4 Estações", sempre impecável nas recepções, e ao Marcos Barreto e Tetê Barreto, canais providenciais para esta alegria concretizada.
Com música de raiz, alma nordestina, vivemos um Carnaval sem frevo, axé ou samba... Mas com marchas,ritmos contemporâneos, e até valsas, que mexeram com as nossas emoções.



Já é carnaval! - Por José de Arimatéa dos Santos

Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Olinda o carnaval começa bem antes dos outros lugares do país. Festa que aqui no Brasil com a grande diversidade cultural se agigantou de tal maneira que tem alguns que falam que o ano só começa para valer na quarta feira de cinzas. Não deixa de ser exagero, mas de certa forma convenhamos que há uma pontinha de razão quem defende essa tese.
Como amante da cultura brasileira eu acho incrível como o carnaval tem a capacidade de juntar tanta gente na rua para a folia. Seja em São Paulo ou em Santa Luzia do Oeste, Rondônia ou Rio de Janeiro e Crato  no Ceará. Com as devidas ressalvas é carnaval em qualquer ponto desse país verde e amarelo.
Alguns torcem a cara para a festa mais brasileira do mundo. Mas mesmo em casa, em retiros espirituais ou na rua todos nós não deixamos de ser foliões. É nessa época que o país fica mais alegre.
Até os grandes problemas nacionais entram em pauta quando os foliões se caracterizam nos personagens políticos da vida real. Há o protesto contra os poderosos da república e contra os corruptos de plantão dos mensalões, dinheiros na cueca e afins.
Lembro-me que quando criança brincávamos carnaval jogando água nos outros com tubos de desodorantes usados. Enchia de água e tome esguicho nos amigos. Sem falar nas máscaras que às vezes assustavam as criancinhas de colo. Ah! Mas esse tempo a rua era o local de encontro das brincadeiras de criança. Não existiam o vídeo game e muito menos o computador.
Tudo é carnaval nesse período que vai até terça feira. O importante é aproveitar da melhor maneira possível para descansar, ir para a folia e também para a reflexão espiritual. Isso é carnaval. Festa do colorido e também de muito cuidado com a violência. O que vale é a moderação em tudo para que na quarta feira de cinzas fique só a saudade da alegria e os ânimos renovados para a continuidade da vida. Paz e felicidade!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Lual - José do Vale Pinheiro Feitosa

A DEUSA FLORA (um epigrama)


A deusa Flora deita numa cama de flores
como a dizer o que é uma vida sem dores


aos pobres mortais que nasceram da dor
e pensam que vieram do sonho do amor.



GILTON DELLA CELLA


"Nascido na cidade de Ubaíra- Ba, no verde vale do Jequiriçá, Gilton Della Cella, lançou- se ao público em 1984 no Festival dos Bancários da Bahia, onde arrebatou o 2º lugar com a música “ Grande Circo Brasileiro” , ganhando também naquela noite, o prêmio de melhor letrista. Em 1997 voltou a vencer o mesmo festival desta vez com a música “ Canto de Açoite” , interpretada por Anna Magdalla, aliás, nos festivais, Gilton Della Cella teve presença marcante, vencendo o Festival Disparada – 1984, promovido pelo Sistema Nordeste de Comunicação , com a música “ Destino Lavrador” , de parceria com Kleber Ramos e Renato Fechine , festival de música de Itaberaba 1984 e 1985 com as músicas “ Grande Circo Brasileiro” e “ Canto de Açoite” , participante do projeto Banco de Talentos, promovido pela Febraban em 1994- 1998- 2000- 2002- 2004 e 2006, com apresentações no Memorial da América Latina, Tom Brasil e Citibank Hall – São Paulo, sob a batuta dos maestros Nelson Ayres e Marco Romera. Selecionado pelo projeto Circuito Cultural Banco do Brasil - 2003, dividiu o palco com Luiz Melodia. Classificado no festival da rádio Educadora da Bahia em 2004, 2005 e 2006 com as músicas “ Brasis” e “ Navegador de Sonhos” e " Solidão Pirata"; classificado no festival Canta Nordeste 1996; finalista dos festivais de Serra Negra- SP- 2004, Toledo- PR – 2004 e Tatuí- SP 2005, Seabra- Ba 2007, Ribeirão Preto- Sp 2007, Angra dos Reis- Sp 2007, Festival de samba paulista no Tuca- Sp 2007, Garanhuns- Pe 2007. Já participou de eventos junto com Fagner, Ney Matogrosso, Zé Ramalho e Dominguinhos.

É com grande satisfação que anunciamos a vitória de GILTON DELLA CELLA no Festival da Rádio Educadora da Bahia com a música "NAÇÃO INDÍGENA" que foi a primeira colocada."


A boa nova é que o músico encontra-se de passagem na nossa cidade, e teremos o prazer de assisti-lo, numa única apresentação, amanhã, dia 19.02.2012, no Restaurante "Quatro Estações"  , a partir do meio-dia.

A gente se encontra por lá!

Abraços.

Anísio Silva (Rio do Antônio, 29 de julho de 1920 – Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 1989) foi um cantor e compositor brasileiro de estilo romântico bolero.


Nélson Cavaquinho


Nelson Cavaquinho, nome artístico de Nelson Antônio da Silva, (Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1911[1] — Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 1986) foi um importante músico brasileiro. Sambista carioca, compositor e cavaquinista na juventude, na maturidade optou pelo violão, desenvolvendo um estilo inimitável de tocá-lo, utilizando apenas dois dedos da mão direita.

Lei da Ficha Limpa e o exercício da cidadania - Por José de Arimatéa dos Santos

A decência e a honra são obrigações de todo cidadão e assim é importante na vida política que seus entes tenham um comportamento exemplar no trato do dinheiro público e nos atos da administração pública. Nesse contexto uma lei de iniciativa popular tem agora a sua validade para as eleições deste ano confirmada pelo Supremo Tribunal Federal a mais alta corte do país.
O filtro da Ficha Limpa deveria ser feito pelos partidos já no nascedouro das candidaturas. Indivíduos com dívidas com a justiça já seriam eliminados logo de cara e dessa maneira o partido político teria como propagar aos quatro ventos que seus candidatos são homens e mulheres de caráter e conduta ilibadas.
Quem sabe agora os candidatos que se apresentarem nas próximas eleições possam mudar a visão de grande parte da população que todo político é ladrão e que se faça uma política em que a corrupção seja a exceção da regra.
Sabemos que uma lei não impedirá a ascensão de corruptos, mas  já é um grandioso passo para que cada cidadão fiscalize mais seus representantes políticos. E hoje em dia os recursos para fiscalizar são grandes, principalmente através das redes sociais em que as informações correm numa velocidade estonteante e onde é possível ser o local para encontros na rua para protestar e exigir os direitos de todo cidadão.
A lei da Ficha Limpa valendo já para as eleições de outubro força uma certa modificação nos quadros dos partidos em que novas lideranças poderão surgir e assim a tão esperada oxigenação se fará sentir. Só nos resta agora a escolha de políticos com ética e projetos consistentes em que a transparência aliada ao trabalho pela comunidade sejam o mote. E que o eleitor acompanhe seus representantes em todo momento. Isso é cidadania e a lei da Ficha Limpa já um bom começo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Vejo que agora tudo está mudado
A vida trouxe surpreza ingrata
Que a desatenção do olhar no passado
E o orgulho  em si mesmo compenetrato
Transmutou o dimante em prata






que semente se pode lançar

no solo do futuro
para que dos olhos
se apaguem esses sinais
de um tempo 
vestido de escuro?


quem poderá dar-me
a dica das veredas que desembocam
no perfeito caminho
já que não sei o perfeito caminhar?


lavar as mãos
varrer o pátio do templo
pequenos gestos onde cabem
as muitas sementes
suas tantas possibilidades
que a pouca luz nessa forma
impede a visão


isso, quem sabe...


abrir a porta
saltar sobre todas as construções
do engano
deixá-las dormindo no ontem
deixá-las secando em cinza
e continuar continuando...



Um presente para quem vai passar Carnaval no Crato!



Almoço musical no "Quatro Estações" com apresentação do cantor, músico e compositor GILTON DELLA CELLA.
A partir das 12:00h do dia  19.02.2012.
Divulguem esta boa nova!

End: Rua Carolino Sucupira, 288

Aguardamos a presença  de todos !


Amor : abc da mentira


Envolto em meu luto,
Danço sem tocar tua mão,
Em quadro quase perfeito,
És valsa da última ilusão.

(Desata este adiado beijo).


Em arrebatados poemas,
Desvendas um sonho só teu,
Sabes princesa,
O príncipe encantado é um outro, não eu!

(Liberta-me de teu jugo).


Abrigando em mim tudo o que sou.
Finjo que parto, mas nunca vou.
E de novo me acorrento,
Em marés dissolventes,
Aguardo me vejas e me desvendes.


(Se um dia me olhares,
Para de novo me esquecer,
Serei miragem perdida,
Sem que me chegues a ver).


As letras que talho são enigmas da verdade.

Giraldoff

Do  meu coração lavado
Do bolso descosturado
Pingam gotas
do amor partido
E aquele olhar inquieto
mentolado
assusta com carinho
meus dias compridos !

socorro moreira

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O Crepúsculo do Corno


E não há carga de fel que não traga juntinho sua xícara de mel, né mesmo ? As limitações que os anos nos vão impingindo nos carreiam alguma dose de experiência. O leitor pode até pensar : mas que o preço é muito alto ! No que preciso concordar, não sem antes inquirir : e tem outro jeito? A outra opção, infelizmente, mostra-se bem pior, assim: dêem-me a carga dos anos com sua infâmia e seus efeitos colaterais , ficarei brincando com o carrinho de rolimã da experiência. Ele não serve prá muita coisa, mas ao menos me engabelará um pouco e esquecerei o nervosismo inexorável dos ponteiros do relógio.
Fiquei esses dias a matutar quanto à mudança nos costumes, não tão diferente da que vemos na paisagem da nossa cidade. Há alguns anos, estudando alemão, perguntei ao meu professor sobre palavrões da língua germânica ( facílimos de um aluno decorar, pela curiosidade que despertam). Aos poucos os fui citando em português e o professor , oriundo de Berlim, me ia traduzindo. Em determinado ponto, gritei : Corno.! Ele não compreendeu e eu precisei explicar do que se tratava. Qual não foi minha surpresa quando, explicado o palavrão, o mestre simplesmente concluiu: --- Não existe este palavrão na Alemanha, isso lá não é nome feio. Fiquei surpreso pois ,no Nordeste brasileiro, existia uma pena de Talião para os casos de infidelidade feminina, não tão diferente daquela aplicada ainda hoje em alguns países da África e Ásia. Firmei bem a infidelidade como feminina, porque a do gênero masculino sempre foi perfeitamente aceita como tolerável , normal e necessária. Nem mesmo existe o substantivo feminino de Corno. Em compensação , o peso que recaia sobre o homem em caso de cair nessa condição era simplesmente terrível: um cargo vitalício e quase impossível de transportar , tamanha a ignomínia que impingia ao agraciado.
As gerações anteriores à minha tinham uma perspectiva muito diferente de casamento. Geralmente não acontecia qualquer envolvimento romântico, muitas vezes havia acordos de famílias, não muito diferente dos enlaces matrimoniais da monarquia. O casal firmava-se no ideal de gerar e criar os filhos e manter o patrimônio familiar. O prazer o homem procurava nos bordéis e nas senzalas: era um absurdo fornicar com a mãe dos próprios filhos, uma verdadeira tara sexual. E à mulher não se permitia ser muito mais que uma fábrica de bruguelos. Mas as folhinhas do calendário foram pouco a pouco sendo desfolhadas. As autoridades familiar e religiosa terminaram com seus grilhões arrebentados. As gerações subseqüentes , principalmente após os libertários anos 60, vislumbraram horizontes até então invisíveis. Caíram por terra os mitos da virgindade, da gravidez indesejada, do casamento arranjado, do papel de ator coadjuvante da mulher, das galés perpétuas do matrimônio. O prazer deixou de ser um pecado execrável e tornou-se uma busca importante e necessária. E o Tesão terminou por ser aceito e cultivado. E o casamento alçou um outro patamar: são mais voláteis e mais verdadeiros, existem sobre as mais variadas formas ( chamegos, ficas, amizades coloridas, rolos, ajuntamentos ) e prescindem muitas vezes da bênção religiosa, civil e social.
Todo esse vendaval levou ao franco declínio do Corno. Deixou de ser palavrão como na Alemanha, tem até Associação que os congrega e também aliviou um pouco o peso sobre os maridos traídos e , principalmente, sobre as mulheres que já não são apedrejadas em praça pública como outrora. A avalanche dos meios de comunicação abriu infinitas possibilidades no ramo da infidelidade. Os tipos tradicionais do folclore popular se desvaneceram com as imensas variedades aparecidas : Corno Facebook, MSN, I Pod, I Pad, Virtual, Maria da Penha. E o corno já não mais faz sucesso, já não é mais apontado na rua , nem corre o risco de ser cadastrado pelo IBAMA. De tão freqüente , perdeu a graça e, também, os outros se eximem de criticar porque, no fundo, todos os homens sabem que como num consórcio, participando do jogo, um dia cada um pode ser contemplado.
Um querido amigo que partiu recentemente dizia que a Cornagem tinha se tornado uma coisa tão séria que, inclusive, já seguia rigorosamente as Leis da Física. “Um Corno em movimento, tende a continuar em movimento”, ou seja tende a repetir a carga por outras vezes : primeira Lei de Newton. “A Toda ação do homem em procurar de cornear a Mulher, existe uma Reação da companheira de mesma intensidade e em sentido contrário” , segunda Lei de Newton. “Um corno atrai outro na razão direta da cornagem recebida e no inverso do quadrado da distância dos ricardões” , Lei da Gravitação Universal que explica a necessidade dos cornos se reunirem e associarem. Inclusive, dizia esse amigo, já houve repercussão até na Física Moderna. Existe, segundo ele, A Teoria da Relatividade da Cornagem. Ou seja : ser corno é relativo. Se eu descobrir que sou corno em Salitre, eu mato a mulher e o amante ; se eu descobrir o mesmo aqui em Crato, mato o amante; se em Fortaleza não mato ninguém, só me separo; agora se morar no Rio de Janeiro e não for corno, vou ficar preocupado e deprimido: por que ninguém quer essa mulher, meu Deus? Aí sou capaz de me suicidar.

J. Flávio Vieira


No Olho do Furacão
Gilton Della Cella

Vou por onde a estrada me leva
Caminhando entre pau e pedra
Na miragem vi luz do sol no teu olhar
Cata-vento, gira moinho,
Vou cantando sempre sozinho
Só a solidão da lua vai me abandonar

E dedilhando na viola
Eu faço tudo pro coração entender
Que só quem ama
Sabe quanta falta faz um bem querer

Eu ouço o canto da cigarra
E a luz do vaga-lume ao meu redor
Sinalizando os pontos
Do perigo que eu já sei de cor

Descobri que já não tenho medo
Quando estou no olho do furacão
E se for só fogo de desejo
Eu aprendi a dizer não
Pra não ter que revelar segredos
Dos amores que vem e que vão

Seleção Genética em nome de quem? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Quando vivemos uma civilização cuja natureza é a mudança contínua, as nossas dúvidas são mais dramáticas por que mudar é a natureza do próprio universo. Certo que um viés no nosso pensamento existe por conta desta natureza mutável da realidade que nos cerca, mas as nossas dúvidas emergem o tempo todo.

Seja por questões morais, éticas, por medo das mudanças, por um conservadorismo inerente a toda sociedade estável, a verdade é que muitas dúvidas surgem por tais motivos. O tempo todo estamos questionando o sentido de certas mudanças, os motivos pelos quais se iniciam tais questões.

Uma das características mais marcantes da natureza tem sido a sua diversidade. A diversidade que é necessária para as condições mutáveis do clima do planeta, das radiações físicas, das mudanças de solo, dos movimentos da água e assim por diante. A diversidade dentro de uma espécie tem sido a condição de seu prolongamento na história natural do planeta.

O sistema de produção capitalista em busca de lucros se baseia na eficiência das forças produtivas. O aumento de produtividade tem tido a marca do crescimento contínuo do capitalismo desde o século XVI. É bem verdade que muito desta eficiência é conquistada com ganho numa ponta e enormes perdas na outra. A exploração imperial é um exemplo clássico destas perdas nos povos produtores de matéria prima.

O exemplo da China é comovente. Não é incomum que a esquerda e a direita critiquem o processo produtivo Chinês: aumenta a produtividade massacrando o trabalhador com salários baixos, enormes horas de trabalho e nenhuma proteção social. Muitos esquecem que as perdas dos trabalhadores chineses estão desovadas nos ganhos de consumidores em outros continentes.

Mas retornando à eficiência com base científica ou tecnológica. Neste dias visitei uma fazenda de produção de espécies selecionadas de uma determinada raça de carneiros. Tais carneiros selecionados ampliam enormemente a eficiência da carcaça do animal com ganho de até 60% em relação às espécies atualmente existentes no nordeste.

Ali eles não só praticam a seleção de espécimes, como se utilizam de técnicas de fertilização “in vitro” e transferência de embriões. Uma fêmea selecionada que em condições naturais disseminaria seu patrimônio genético para no máximo oito ou dez descendentes, hoje pode chegar até 30 ou 40 embriões viáveis na barriga de outras ovelhas num único procedimento.

Imediatamente eu pensei sobre aquela letra da música Disparada do Geraldo Vandré: por que gado a gente marca, tange, ferra e mata, mas com gente é diferente. Ora a eugenia é velha em certos desejos, especialmente no fascismo alemão. Uma espécie humana eugênica é um ganho da engenharia genética, mas tem tudo para ser uma perda da manutenção da espécie na natureza mutante.

Padronizar o ser humano é um desejo de hegemonias, de povos dominantes, de civilizações decadentes e exploradoras. Padronizar é a reprodução dos escolhidos e o aborto dos excluídos. Padronizar o ser humano é cessar o seu movimento histórico. É assim como a tese máxima do neoliberalismo dos anos 90 pela voz de Fukuyama com seu “fim da história”.

A respeito disso evoco um exemplo, procurando não exibir comentários sectários. Nesta semana tivemos a seguinte notícia: “Nasceu sábado passado o primeiro bebê brasileiro selecionado geneticamente em laboratório de modo a não carregar genes doentes e ser totalmente compatível com a irmã - que sofre de talassemia maior, uma doença rara do sangue que, se não for tratada corretamente, pode levar à morte. Maria Clara Reginato Cunha, de apenas 4 dias, nasceu no Hospital São Luiz para salvar a vida de Maria Vitória, que tem 5 anos e convive com transfusões sanguíneas a cada três semanas e toma uma medicação diária para reduzir o ferro no organismo desde os 5 meses.”

Sem dúvida uma notícia em causa nobre, mas não deixa de ser a geração de um ser em benefício de outro em si mesmo. Agora imagine tais laboratórios como aquele exemplo das ovelhas acima para produzir espécies humanas em busca da eficiência da máquina capitalista desconsiderando a diversidade do planeta.

Boas-vindas ao artista baiano GILTON DELLA CELLA !

Comemoraremos sua passagem  pelo Cariri, no período de 17 a 22.02.2012.

Expectativa. Liduina Vilar.

Correr atrás do vento
correr atrás da luz
correr em direção ao sol
correr para os braços do amor.
E...
Encontrar a brisa suave
encontrar o brilho luminoso
encontrar os raios solares
encontrar a carícia de Éros.

Julio Iglesias

Sugestão de hoje, no Anonymus Gourmet


"Portal da Transparência" ( II ) - José Nilton Mariano Saraiva

Qualquer indivíduo que se proponha a administrar uma cidade (de pequeno, médio ou grande porte), há de ter o bom-senso e clarividência de seguir uma lição básica (e rudimentar), objetivando atrair e posteriormente manter uma empresa qualquer (comercial, industrial ou de serviços, seja micro ou de maior estrutura) naquela urbe, capaz de gerar empregos e redistribuir renda.
Para tanto, há que oferecer atrativo e facilidades mil ao empreendedor potencial, do tipo: doação de terreno (indústria) ou ajuda na locação do ponto comercial (aluguel), isenção de impostos num período determinado (IPTU, por exemplo), garantia de participação percentual no pagamento de algum tipo de insumo (água, energia elétrica e por aí vai), mas, principalmente, a certeza de que colaborará como cliente/comprador (do comércio, principalmente) e incentivará/recomendará seus munícipes a se engajarem na empreitada consumista.
Pois bem, todos sabem que no Crato (e faz tempo) além da falta de indústrias, o movimento do comércio é “...devagar, devagarinho, quase parando” (na verdade, são um heróis, esses nossos comerciantes), gerando certo mal-estar sobre a possibilidade de que determinados empreendimentos encerrem suas atividades e “se mandem”, em razão dos custos sobrepujarem as receitas (lembram que certo tempo falou-se que a então recém-inaugurada Lojas Americanas ameaçou “tirar o time” ???).
Pois, tão chocante e surreal quanto a constatação de que a Prefeitura do Crato gastou um caminhão de dinheiro na compra de “HORTIFRUTISGRANGEIROS” (sic) em um Armarinho (???), e ainda por cima fugindo ao OBJETIVO da Licitação, é o que se esconde nas entrelinhas (ou por trás de tal transação): é que a empresa Marinete Vieira da Silva Armarinho-ME fica localizada na Av. Ailton Gomes, 1375, Bairro Franciscanos, em... Juazeiro do Norte, CE (63020-000).
Pergunta-se: por quais razões insossos “HORTIFRUTISGRANGEIROS” (sic) foram adquiridos fora da sede do município, sabendo-se que no Crato a área agricultável é bem mais generosa que a de Juazeiro do Norte e, portanto, os preços tendem a ser mais competitivos ???; será que no Crato o atraso é tanto (ou os comerciantes honestos demais) que essa coisa excêntrica (e mau cheirosa) que é um Armarinho... que vende “HORTIFRUTISGRANGEIROS” (sic), inexiste ???; há outros comerciantes de Juazeiro que transacionam com a Prefeitura do Crato, em detrimento dos abnegados que lá labutam, com extrema dificuldades ???; por que a Prefeitura do Crato deixa de comprar no comércio do Crato ???
Até como forma de estimular e dá uma sobrevida a quem é do ramo, deveria fazê-lo.
Ou não ???

Espelhos- José Flávio Vieira




Eric Arthur Blair... Este nome , caros leitores, não parece nos significar muito. Ele está estampado numa lápide simples - sem quaisquer outras maiores indicações- em um cemitério em Oxfordshire, ali aposta desde janeiro de 1950. Este senhor nasceu na Índia há exatos 107 anos e morreu de tuberculose, prematuramente aos 47 . Desvendado, porém, o pseudônimo atrás do qual se mascarava, George Orwell, facilmente nos orientamos. Trata-se de um dos mais visionários escritores do Século XX. A sua importância literária , certamente, não suplanta outros monstros sagrados do século como : James Joyce, Albert Camus, João Guimarães Rosa, Italo Calvino, Marcel Proust, Julio Cortazar, Jorge Luiz Borges. Existem, no entanto, alguns vieses que explicam não só a popularidade de Orwell, como a excelência de sua arte. Primeiro ,há que se exaltar o vigor dos seus ensaios e, antes que tudo, a profunda capacidade profética da sua visão política. Nascido na Índia, em pleno regime colonial britânico, George, inclusive, fez-se agente da polícia na Birmânia, experiência que o pôs em contato com as mais terríveis formas de autoritarismo. Vivenciou, depois, a inescrupulosa experiência do nazifascismo, o que o levou a pular,rapidamente, para a extremidade oposta do totalitarismo, enveredando por uma experiência marxista-lenista. Lutou ainda numa milícia trotkista e anti-franquista, na Guerra da Espanha. Tantas experiências desastrosas, certamente, terminaram por forjar na sua alma uma aversão ao imperialismo e ao autoritarismo nas suas mais diversas manifestações. Orwell levou à sua arte esta desilusão ao escrever a fábula “Revolução dos Bichos”(1945) e, depois, um dos livros mais visionários do Século XX : “1984”, publicado , não por mera coincidência, em 1948 e traduzido já para 65 países.
Nele , George narra o sonho de uma humanidade futura, pós apocalipse nuclear. Um novo país, a Oceânia, engloba a Inglaterra, as ex-américas, as ex-Austrália e Nova Zelândia e parte da África. O líder máximo da nova Nação é o Grande Irmão, o Big-Brother, uma figura misteriosa, que ninguém vê, mas que controla a todos através das teletelas que estão espalhadas por todo canto e vigiam a todos os habitantes. A comunidade era controlada física e mentalmente através da Polícia das Idéias e não havia leis, mas regras que eram jogadas goela abaixo. O romance de Orwell é quase premonitório no que tange à quebra de toda a privacidade. O futuro mostrou que uma rede tecnológica imensa tem cindido todas as barreiras individuais : comunicações por satélite, Internet, filmadoras minúsculas, GPS, satélites espiões, há até a possibilidade de leitura do pensamento através de exames de ressonância magnética. Há um aspecto dessa profecia orwelliana, no entanto, que George não conseguiu ler no seu oráculo. Ele jamais imaginou que esta perda de privacidade poderia vir a ser interessante para muitas pessoas e, inclusive, passar a ser perseguida. Artistas se mancomunam com paparazzi ; pessoas comuns filmam-se em momentos íntimos e põem as fotos na Internet; mulheres instalam câmeras em casa e transmitem as imagens em tempo real para toda a rede mundial de computadores. Hoje, o mundo busca , a todo custo, alguns momentos mínimos de fama, a qualquer preço.
Recentemente desenrolou-se, por mais de dois meses, o Big Brother na sua décima versão. O chamado Reality Show foi criado por John de Mol , um milionário magnata da mídia holandesa. O nome BB, certamente, não é mera coincidência, sorveram-no do 1984 de Orwell. O programa , de audiência expressiva, mostra um grupo de homens e mulheres, previamente escolhidos, vivendo reclusos e filmados e gravados continuamente. Em tempos em que se escancarou completamente o buraco da fechadura, entendem-se os altos números do IBOPE. Este ano, muitas polêmicas se abriram. Toda uma trupe de coloridos assumidos teve acesso à casa. Inúmeros preconceitos foram abertamente expressos: homofobia, machismo, preconceito racial, informações deturpadas quanto o contágio da AIDS. Além de barracos eventuais , erros imperdoáveis emitidos em inúmeras informações e uma mal-educação reiterada por parte de alguns membros do BBB. Houve protestos, a Globo teve que , por ordem judicial, se retratar algumas vezes, reafirmando que as opiniões dos membros da Casa não eram, necessariamente, a opinião da emissora, embora ela servisse ali de amplificadora para muitas sandices.
Vamos refletir um pouco sobre a questão. Primeiro, no que se refere à responsabilidade da promotora do BBB. Acredito que a cúpula da emissora não tem opiniões tão retrógradas sobre muitas questões levantadas pelos participantes do Reality Show. Só que, no momento em que se promove um programa deste quilate, com regras claras e bem estruturadas, sabe-se que este risco existe, logo à emissora se deve imputar a responsabilidade de servir de um disseminador de verdades questionáveis e opiniões deformadoras e deturpadas.Em segundo lugar, há de se concluir que tudo que ali foi dito, em tempo real, não é muito diferente do pensamento médio do brasileiro comum. Basta ouvir papos em rodinhas de praia e mesa de bar. A homofobia ainda está bem sedimentada entre os brasileiros, o analfabetismo funcional é evidente, o machismo é arraigado, o preconceito étnico ainda é uma realidade. Como do outro lado da telinha, existe uma concorrência desleal em busca do trono; os homens usam muitas máscaras e as amizades ,a maior parte das vezes, se alimenta de conveniências.
O mais preocupante, no entanto, é que , no caso do BBB, a população é quem escolhe os vencedores. E quem ela manda para o trono ? Os carreiristas, os desonestos, os brutamontes, os mal-educados, os trapaceiros. Narciso encanta-se com a própria imagem no espelho. O problema maior é que quando a casa do BBB se estende por todo país, a votação se repete. Basta vir a eleição e elegemos um sem número de corruptos para assumir o cargo do Grande Irmão e do seu Ministério. Depois, nós mesmos nos pomos a reclamar dos desvios, das falcatruas, dos combinemos por baixo dos panos. Se a imagem refletida no cristal é feia, deve-se providenciar a plástica, não adianta apenas quebrar o espelho para resolver o problema.


Benedito Lacerda



Benedicto Lacerda (Macaé, 14 de março de 1903 — Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 1958) foi um compositor, flautista e maestro brasileiro.

Nasceu em Macaé do estado do Rio de Janeiro, e desde pequeno freqüentou a Sociedade Musical Nova Aurora.

JACÓ DO BANDOLIM- Norma Hauer






Foi a 14 de fevereiro de 1918 que nasceu, aqui no Rio de Janeiro, Jacob Pick Bittencourt, que ficou conhecido no meio musical como JACÓ DO BANBOLIM.

~Desde pequeno interessou-se por instrumentos musicais, primeiro o violão, depois o violino e, por úlyimo, aquele que representou sua vida:o bandolim. Sendo autodidata, aprendeu a tocá-lo sozinho.

O primeiro choro que lhe chamou a atenção e fê-lo interessar-se por esse ritmo,foi o “È do Que Há”, de Luiz Americano, gravado pelo autor. A partir daí fundou o conjunto “Época de Ouro”, ainda existente, embora sem sua presença, mas com vários “chorões” que semanalmente se apresenta na Rádio Nacional..

Podemos citar como de sua autoria, os choros “Noites Cariocas” e “Doce de Coco”

Em um espetáculo realizado no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som, no ano de 1968, apresentou-se com Elizeth Cardoso, Zimbo Trio e o conjunto “Época de Ouro” Esse espetáculo foi gravado em dois LPs em edição limitada, o que é pena porque merecia uma edição comercial..



Atuou até o fim de sua vida no programa “ Jacob do Bandolim e seus Discos de Ouro”, na Rádio Nacional sendo que o último foi ao ar na véspera de seu falecimento ocorrido no dia 13 de agosto de 1969.

Nesse dia, chegando em casa, acompanhado de Pixinguinha, com quem acertara a gravação de um LP só com músicas do compositor, teve um infarto fulminante, sem mesmo conseguir entrar em sua casa.



Após seu falecimento, seu filho Sergio Bittencourt, também compositor, compôs “Naquela Mesa”, que gravou com Elizeth Cardoso, ficando tão emocionado que não conseguiu cantar o último verso.



NAQUELA MESA



Naquela mesa ele sentava sempre e me dizia sempre
O que é viver melhor

Naquela mesa ele contava estórias
E hoje na memoria eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente e contava contente
O que fez de manhã e nos seus olhos era tanto brilho
Que eu mais que seu filho eu fiquei seu fã



Eu não sabia que doía tanto uma mesa no canto
Uma casa um jardim

Se eu soubesse o quanto doi a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguem mais fala no seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele
Está doendo em mim.


Norma

Gostei!


Receita de Risoto de Funghi Secchi



Ingredientes (receita para 4 pessoas)
- 1/2kg de arroz arbóreo (arroz para risoto)
- 1 cebola pequena corta bem miudinha
- 3 colheres de manteiga sem sal + 1 colher cheia para finalizar
- 1 taça de vinho branco seco de boa qualidade
- 2 litros de caldo de legumes
- 1 mão cheia de funghi secchi
- sal à gosto

Pré-preparo do funghi
Numa vasilha com água coloque o funghi para hidratar, uns 20 minutos antes de começar a preparar o risoto. Olha aí o aspecto dele, antes de hidratar. É esquisito mesmo, afinal, são cogumelos secos, ou melhor dizendo, fugos desenvolvidos.

Preparo
Etapa 1
Aqueça o caldo. Em uma outra panela “grande” aqueça as 2 colheres de manteiga. Adicione a cebola e refogue. A partir daí a receita pede a sua atenção total e você não deve se afastar da panela. Aumente o fogo e adicione o arroz e comece a fritá-lo. Mexa ele constantemente de forma a não queimá-lo, ele não deve ficar dourado. Depois de 2 ou 3 minutos diminua o fogo para médio e adicione o vinho branco sem parar de mexer. Ele vai chiar e você deve misturar todos os ingredientes da panela, nesta etapa todo o álcool da bebida vai evaporar.

Etapa 2
Assim que o vinho for absorvido pelo arroz, acrescente a primeira concha de caldo quente. Você agora não deve parar de mexer, não se esqueça de esfregar o fundo da panela deixando o fundo bem limpo para que o arroz não grude. Vá acrescentando mais caldo a medida que ele for evaporando, tome cuidado para que ele não fique com muito caldo e fique empapado demais. Essa etapa deve demorar uns 15 minutos. Vá experimentando o arroz e observando a textura. Reduza aos poucos a quantidade de líquido que vai acrescentando e continue mexendo.

Etapa 3
Retire o funghi da água e pique os pedaços maiores. Acrescente o funghi no risoto e mexa bem. O funghi irá tingir o arroz. Quando o arroz estiver no ponto, abaixe o fogo e experimente para ver se haverá necessidade de colocar sal. Se sim, adicione uma pitada e prove novamente. Adicione a última colher de manteiga, que deverá deve estar gelada, no centro da panela. Misture delicadamente, sem encostar a colher na manteiga, ou seja, misture na lateral da panela, de forma que manteiga fique no meio e vá se desfazendo aos pontos.


http://cozinhatravessa.com.br/post/risoto-de-funghi-secchi/

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012





Ainda não me livrei do bom cansaço.
Fui gulosa na intensidade de viver uma semana no Rio. Andei por todos os lugares, caí de boca, literalmente, na Gastronomia, e apreciei de um jeito ou de outro tudo que estava acontecendo na terrinha, misturada com os aposentados e trabalhadores do lugar.
Os cariocas ensinaram-me a ser mais gentil, e a ser feliz "por nada", como diria Martha Medeiros.
Sinto uma preguiça enorme de escrever, e uma disposição inusitada de viver.
A vida voltando ao ritmo normal trará de volta novos sonhos e suaves lembranças.
Tô ligada pra ver o desfile das Escolas de Samba, depois de uma passagem fantástica pelos seus Barracos.
É de arrepiar o trabalho árduo/artístico que acontece nos bastidores- a estrutura orgânica- garantindo o ensaio geral, e o desfile apoteótico.
Fiquei encantada com a Portela, Beija-Flor, Império Serrano,Mangueira... Sem deixar de torcer pelo Salgueiro!
Senti-me protegida no Rio. Gastei minhas havaianas, sem correr nenhum risco.

Tô feliz!


Pelé e Bidu - José do Vale Pinheiro Feitosa

Conheci a vida em pessoa. Alcoolista a ponto de ter o álcool como um veneno que lhe subtrai o mundo e a vida. Por isso milita no AAA de sua cidade. Alto, magro, um gingado da raça, tão bom de bola na adolescência que recebeu o apelido de Pelé e até hoje o é.

Na altivez da vida. Aos setenta e dois anos terminando a terceira série do segundo grau. A razão? O que mais gosta na vida é o conhecimento. Agora tomando aos goles de teoria a mesma eletricidade que soluciona nos automóveis. E eis que a física que é sua prática e hoje a teoria escolar, está na razão da sua síntese. O quê expressa Pelé? Este que vos falo!

A síntese dialética entre fim e eternidade. De todos os conceitos o “fim” é o terminativo de todos os demais conceitos. Os conceitos expressam o mundo em movimento, se não como dinâmica própria seja como parte a contrapor-se (ou complemento) a outro conceito. Já o fim é a cessação do movimento.

Como Pelé, somos mortais, portanto chegados a um fim. Tomamos conceito de fim como absoluto. A bíblia o radicaliza como o fim dos tempos. Afinal é contundente que a antiguidade já tenha reconhecido que o tempo expressasse o movimento do mundo (ou, seja contundente que ainda continuemos com a antiguidade em nós).

Mas o fim de Pelé se encontra numa dinâmica exterior a ele, que se prolonga muito além do último Pelé que o mundo criar. Então: Pelé é a finitude que se estica neste momento na eternidade. O conhecimento é prova da eternidade. E digo com toda certeza apesar dos grandes quilômetros a nos separar neste momento.

E foi no compasso dos dias que tomei conhecimento da história amorosa de Bidu. Um cão pincher, com aqueles olhos saltados mas um contraponto de personalidade que lhe é comum pela raça. Bidu era amoroso. Nada nervoso. Latia para estranhos, mas não com todos aqueles tremores da raça.

Um dia apareceu uma gatinha, ainda na fase de crescimento, e resolveu adotar o nicho ecológico de Bidu. Ao invés de Bidu fazer a explosão da espécie quais os humanos caricaturam como cão e gato, ele cai de amores pela gatinha. Sei, os mais velhinhos que diziam gatinha logo pensam no acerto, mas convenhamos que a lei humana é: cão persegue gato.

E Bidu faz a corte, lambidas, patas abraçando, tentativas de contato físico. A gatinha se esquivava dos carinhos como podia, mas adotara além do nicho. Adotara Bidu. E Bidu sendo aceito, se desmanchava em tentativas. Todas cruzadas pela divisão das espécies, mas a zoologia não era a classificação dos dois.

Bidu fazia outra classificação: a do amor. Tomado de amores não se afastava nem para alimentar-se. Onde ela fosse, iria atrás. Onde estivesse também estaria. Onde se encontra lá está. Foi aí que o dono de Bidu, tomado de pena com a cena contraditória dizia:

- Bidu! Rapaz! Isso não vai dar certo. Bidu! Não vai dar certo!

Bidu nem aí para os conselhos. Se não fosse um cão enorme e de dentes afiados a destroçar a cabeça da gatinha, a história teria um tempo de Romeu no jardim e Julieta na sacada a se prolongar. E Bidu não largou sua amada no transcurso do seu último respirar.

Os vórtices da paixão humana - Emerson Monteiro


E quando o tempo fecha, vinda de dentro do coração a força descomunal dos rios cheios de arrancar as pedras, arrebentar e destruir, apertar o tórax a ponto de prender a respiração, faz nascerem os surtos maravilhosos dos planos imaginários do que se chamar paixão. Sem lugar de repouso, ímpetos de querer fugir lá para longe como objeto do desejo, e esquecer, no passado, as belas construções e a família, jogar fora os valores alimentados anos a fio, essa fome do impossível trava a boca do estômago, pedido surdo de espaço no território inexplorado das ilusões, os vórtices de paixões jamais experimentadas, que já invadem com farra a paz dos inocentes. Nisso a vontade incontida do sonho ciranda acelerada, de revirar o mundo e reconstruir as intenções pela vida afora, junto de quem chegou o momento fantástico da mudança.


Saber que possui os direitos da razão, eis missão das mais ingratas. Ninguém anda nos campos do coração, nem o próprio dono, livre de machucar, vez ou outra, os frágeis pés. Ali, aqui, sopram os ventos da ansiada liberdade recém adquirida nos bancos da Natureza. Dominar, no entanto, significa talento de sabedoria, inteligência maior de personalidade, gosto do equilíbrio em andar maneiro longe das destruições arriscadas da fria irresponsabilidade.


Contudo, ainda saíram até aqui só poucos professores neste assunto, formados na escola da experiência. Alguns poetas e romancistas trabalharam o tema, porém chegaram pouco no transmitir da certeza de controlar as batidas dos corações apaixonados. O cancioneiro popular talvez olhasse mais próximo, com suas modinhas doridas, marcas rumorosas das primas e dos bordões, a vibrar as madrugadas insones das curvas idolatradas do ser amado.


Bom, em matéria de sentimentos incontidos nas quatro linhas da razão restam fora de propósito quaisquer cogitações asseguradas na luz da consciência pura. Vira de lado, corre agitado, abandona o lar, o desespero parece querer tomar conta dos protagonistas presos nas garras de aço da paixão. Eis matéria viva das contradições humanas, circunscritas ao calendário das idades. Vem silenciosa, rasga o teto da tranquilidade na história pessoal e despeja os tonéis de tempestade no peito dos solidários boêmios da esperança e parceiros iluminados.


Houvesse justificativas nas tantas circunstâncias do inesperado, poucos achariam as jóias de explicar a dor da paixão nos pobres corações humanos. Respeitar, no entanto, a febre da paixão de todos cabe descobrir qual jeito de poder mora no íntimo do amor de cada ser.

Dentro de um abraço- Martha Medeiros





Onde é que você gostaria de estar agora, nesse exato momento?

Fico pensando nos lugares paradisíacos onde já estive, e que não me custaria nada reprisar: num determinado restaurante de uma ilha grega, em diversas praias do Brasil e do mundo, na casa de bons amigos, em algum vilarejo europeu, numa estrada bela e vazia, no meio de um show espetacular, numa sala de cinema assistindo à estréia de um filme muito esperado e, principalmente, no meu quarto e na minha cama, que nenhum hotel cinco estrelas consegue superar – a intimidade da gente é irreproduzível.

Posso também listar os lugares onde não gostaria de estar: num leito de hospital, numa fila de banco, numa reunião de condomínio, presa num elevador, em meio a um trânsito congestionado, numa cadeira de dentista.

E então? Somando os prós e os contras, as boas e más opções, onde, afinal, é o melhor lugar do mundo?

Meu palpite: dentro de um abraço.

Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.

Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incerta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.

O rosto contra o peito de quem te abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que sempre se faz durante esse envolvimento físico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz humana nenhuma se faz necessária, está tudo dito.

Que lugar no mundo é melhor para se estar? Na frente de uma lareira com um livro estupendo, em meio a um estádio lotado vendo seu time golear, num almoço em família onde todos estão se divertindo, num final de tarde à beira-mar, deitado num parque olhando para o céu, na cama com a pessoa que você mais ama?

Difícil bater essa última alternativa, mas onde começa o amor senão dentro do primeiro abraço? Alguns o consideram como algo sufocante, querem logo se desvencilhar dele. Até entendo que há momentos em que é preciso estar fora de alcance, livre de qualquer tentáculo. Esse desejo de se manter solto é legítimo. Mas hoje me permita não endossar manifestações de alforria. ...recomendo fazer reserva num local aconchegante e naturalmente aquecido: dentro de um abraço que te baste.


Serviço: FELIZ POR NADA, Martha Medeiros. Porto Alegre, RS: L&PM, 2011.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Amanheci no Rio e anoiteci no Crato.
O tempo voou...Volto depois do cansaço.
Saudades!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

"Portal da Transparência" - José Nilton Mariano Saraiva

No organograma do Governo do Estado, o Tribunal de Contas dos Municípios é o órgão que tem a finalidade precípua de fiscalizar a aplicação dos recursos públicos despendidos pelas prefeituras municipais, em suas diversas frentes.

Pois bem, de acordo com o site do Tribunal de Contas dos Municípios - CE, que nos dias atuais elabora e divulga seu portal da transparência com base em “...dados enviados pelo Município através do Sistema de Informações Municipais–SIM”, a Prefeitura do Crato e os “participantes/negociantes” Marinete Vieira da Silva Armarinho-ME (CNPJ 01204132000106) e Eder Pereira Correia-ME (CNPJ 10658186000124) acordaram sobre a Licitação 1802.04/2011-02, de 16/02/2011, modalidade "pregão", tipo “menor preço”, no valor total de R$ 2.992.268,30, OBJETIVANDO ESPECIFICAMENTE (atentem para o detalhe) a “...aquisição de material elétrico, hidráulico, ferragens e construção destinados a Secretaria de Saúde deste Município” (sic).

O estranho nisso tudo é que Marinete Vieira da Silva Armarinho-ME (CNPJ 01204132000106) conseguiu algo sui generis, inusitado até, uma verdadeira proeza, que os denodados “técnicos” da Prefeitura do Crato bem que poderiam esclarecer aos mortais-comuns: vender uma montanha de “HORTIFRUTISGRANGEIROS” (sic) para a Prefeitura da cidade, nas datas e valores seguintes: em 04.05.2011 – R$ 4.069,00; em 22.06.2011 – R$ 4.119,94; em 10.10.2011 – R$ 4.218,84; em 09.11.2011 – R$ 4.332,24; e em 10.11.2011 – R$ 4.532,59; totalizando R$ 21.272,61 (mas uma vez é imprescindível lembrar que, de acordo com o constante da Licitação sob referência, o OBJETIVO era um outro, totalmente distinto).

A se confirmarem tais transações (e não há porque duvidar, porquanto divulgado no site oficial do TCM com base em informações da própria prefeitura), certamente os “amigos do rei” hão de tentar desviar o foco da questão, bem como desqualificar a “proeza”, sob a alegativa de que o valor é irrisório, em relação à compra total e coisas tais. Mas, aqui pra nós: armarinhos não são “...pequenas lojas em que se vendem tecidos, aviamentos de costura e outras miudezas” ???

Causa desconforto, pois, acreditar que os auditores do TCM não atentaram para a “surrealidade” de, em pleno século XXI, um “ARMARINHO” se prestar para a venda de “HORTIFRUTISGRANGEIROS” (sic), e ainda mais para um ente público (e num valor significativo, para qualquer tipo de "armarinho" que se preze).

Será que na época em que disponibilizaram (aparentemente sem maiores preocupações) tal tipo de informação para o TCM (um Tribunal cuja finalidade é fiscalizar o erário, não custa lembrar), os abalizados “técnicos” da Prefeitura do Crato estariam a sugerir que aquela corte não fiscalizaria nada e, portanto, sua auditagem restaria infrutífera ??? Ou em sua soberba estariam querendo nos levar a crê que o colegiado do TCM é composto de pessoas incompetentes, incapazes de detectar tal tipo de excrescência ???
Até quando vamos ter que suportar coisa tão esdrúxula ???
Cadê a moralidade que deve nortear a coisa pública ???
E o respeito ao povo ???

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Versos e cantorias - Emerson Monteiro

Este final de semana, de 10 a 12 de março de 2012, corresponde à realização, em Crato, do Seminário do Verso Popular em sua terceira edição, que, desta vez, corresponde aos 21 anos de existência da Academia dos Cordelistas do Crato, e consta do programa exposições, painéis, palestras, conferências, homenagens, oficinas de xilogravura e cordéis, minicursos, feiras, mesas redondas, apresentações de trabalhos científicos, sessões de vídeos, recitais, lançamentos de cordéis, posse de novos acadêmicos, apresentações de humor e música regional, numa festa da cultura popular nordestina digna dos melhores encômios.
A coerência cultural com que se criou, no tempo certo de duas décadas passadas, a Academia dos Cordelistas do Crato ora resulta no patrimônio universal dessa literatura, circunscrevendo o âmbito das manifestações artísticas do mundo inteiro qual mérito de registro necessário.
O Nordeste brasileiro preserva suas origens medievais como nenhum outro território deste mundo, enquanto a fundação dessa instituição do verso popular aqui reúne valores exponenciais em grupo de riqueza ímpar. Autores talentosos, de oficina própria e edições que já remontam a casa dos dois milhares, atualizadas fontes da leveza das rimas e do gênero, a fonte primeira da grande literatura em juventude perene.
De particular, noticio, pois, fortes sentimentos da satisfação experimentada nestes momentos do Seminário de Verso Popular do corrente ano. Houve blocos distintos na sede da Academia, no Largo da RFFSA e no SESC - Crato. Ocorreu, concomitante, a distribuição de obras editadas pelo Projeto Livro de Graça na Praça, idealização exitosa do mineiro José Mauro da Costa, pioneiro dessa função de expandir o livro ao povo nos quatro cantos do País, também um dos conferencistas do evento, no domingo à noite. E no sábado à cantoria dos jovens expoentes da atual cantoria, Ismael Pereira e Jonas Bezerra, testemunhas autênticas do menestrel sertanejo, provas inconteste da sapiência humana por meio dessa expressão natural do verso violado.
No decorrer das manifestações, as presenças de Josenir Lacerda, Tranquilino Ripuxado, João do Crato, Mana do Romualdo, Dalinha Catunda, Pedro Costa, Eugênio Dantas, João Nicodemos, Miguel Teles, Abidoral Jamacaru, Jorge Carvalho, Pedro Bandeira, Bastinha, Poeta Nascimento, Maércio Lopes, Ginevaldo, Pedro Ernesto, Luciano Carneiro, Arievaldo, Gildemar, Willian Brito, Anilda Figueiredo, Wiliana, Carlos Henrique, Sandra Alvino, Chico Pedrosa, Maria do Rosário, Higino, Moreira de Acopiara, Ulisses Germano, Seu Zezé, Alexandre Lucas,Vicente, Vandinho Pereira, Aldemá de Morais, Zé Joel, Raul Poeta, Nizete, Manuel Patrício, dentre outros da intelectualidade caririense, razões do sucesso das ações desenvolvidas. Para formar juízo claro da importância do acontecimento, veio dele participar o autor Gonçalo Ferreira da Silva, atual Presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

SAIBA AGORA QUEM SÃO "OS CAMARADAS"



O COLETIVO CAMARADAS
AUTOR: Hamurábi Batista


Coletivo camaradas
É de luta, é de ação,
No intuito de promover
Grande mobilização
Pelas artes, a estética
Da cultura e educação.

As camadas populares
Engajam-se no processo
Pra barrar a exploração
Em nome do tal progresso
Da mentira imperialista
E todo seu retrocesso.


Além do questionamento
E o caráter engajado
É a arte libertando
O pensamento ofuscado
Do consumismo absurdo
Do gosto manipulado.

Desde o ano 2007
O Coletivo criado
Interveio, e atuou
Como foi idealizado
De lá pra cá construímos
Um movimento engajado.

Exposições,e debates,
Oficinas, instalações,
Performances poéticas
Palestras, e exibições
Com musicais, e debates,
Estéticas, intervenções.



Uma arte engajada
No contexto social
Inclusiva, atuante,
Brilhante, fenomenal,
Excelente, estimulante,
Política, e cultural.

Procura a comunidade
Pra fazer integração
E transformar pela arte
A atual situação
Excluída e sem acesso
Ao poder de criação.

Em defesa incessante
Do patrimônio cultural
E dos maiores tesouros
De valor imaterial,
Meio ambiente, ecologia,
E o conflito social.


Coletivo Camaradas,
Pela biodiversidade,
Ao resgate ambiental
Em plena modernidade
Da falta de consciência
Das pessoas da cidade.

Atuação objetiva
Na defesa ambiental
Esforços na intenção
Do diálogo vivencial
Em favor da natureza
O grande manancial.

O coletivo procura
Primeiro conscientizar
Com intervenção urbana
Desenvolver, informar,
Com a pessoa interagir
Para poder transformar.


Questiona a exploração
Da religiosidade
De fundo comercial
Praticada na cidade
Religião por dinheiro
E não pela caridade.

A dura realidade
Que o Coletivo encarou
Chegou no meio da rua
Pra começar contestou
E contra o preconceito
A sua luta engajou.

Busca a conscientização
Contrária a homofobia,
A violência gratuita,
Estupidez, covardia;
Lutando pelo respeito,
Em convivência e harmonia.



Seja em meio acadêmico
Ou em reduto popular
Inspiração coletiva
Na arte de inventar
O exercício da cultura
E o poder de libertar.

A cidade é um espaço
Pra fazer reflexão
É a tendência no campo
da arte na região
intervenção, liberdade
do Coletivo em ação.

Enxergar no espaço urbano,
novas formas e a cultura
Linguagens, Intervenções
Os fazeres e a estrutura
E os discursos da arte
Com grande desenvoltura.


Coletivo Camaradas
com inspiração Marxista
A arte é compreendida
Na tendência progressista
Materialismo Dialético
Por uma arte socialista.

A arte como elemento
Em prol da revolução
Para mudar o sistema
De injustiça e exploração
Do império capitalista
De fome e escravidão.

Apresentar os caminhos
Pro fazer intelectual,
Pelo acesso de todos
À produção cultural,
Pra libertação da gente,
Pra justiça social.


Então venha conhecer
Assistir, participar
Redescobrir a cultura,
Conhecer, vivenciar
Encontrar no coletivo
A força para lutar.

FIM

SERVIÇO:
Informações de como participar
coletivocamaradas@gmail.com
(88)96616516










quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sobre a Bajulação - Ulisses Germano

A diferença entre o bajulador e o traidor, é que este um dia vai ser o que aquele já é.

Ford Bigode 29



Pois é, amigos, como diria Alceu : “Você quer parar o tempo/ O tempo não tem parada”. À medida que os anos vão se sucedendo, vamos tentando inutilmente deter os ponteiros do relógio. Uma vontade danada de diminuir a marcha do carro que segue na estrada escura , inexoravelmente, para a beira do abismo. Como se buscássemos beber na Fonte da Juventude, pomo-nos a tentar puxar o freio a vácuo do trem desembestado: mentimos a idade, pintamos os cabelos, turbinamo-nos com as panacéias da modernidade : o Botox, o Viagra, o Interlace, a Lipo. Alguns tentam , em desespero, métodos pouco ortodoxos : senhoras envergam roupas de adolescentes, cortam o cabelo em pastinha, ressuscitam as minissaias e os decotes profundos. Velhos vestem bermudas de surfista, bonezinho da Nike e tênis de luzinha no salto. Medidas hilárias e muitas vezes ridículas : “O tempo não tem parada”. Muitos buscam diminuir o impacto com eufemismos do tipo : “o que conta é a idade do espírito e não a idade cronológica”. Vá lá que um Ford Bigode 1929 pode estar conservado e novinho em folha, mas jamais deixará de ser um Ford Bigode 29, um carro de colecionador, exposto à curiosidade pública, com peças e acessórios completamente obsoletos. Outros se firmam nos poderes do ditado : “Cavalo velho: capim novo !” Aí se enchem os logradouros públicos de casais esdrúxulos: avô namorando com bisneta, avó cantando : “Ai seu te pego, delícia...” para netinhos. Claro que o amor é possível varar todas as diferenças , inclusive as da idade, mas convenhamos que a freqüência anda bem além da conta ou, melhor dizendo, esta freqüência exacerbada de casais em extremos de idade estão bem além da conta : Bancária.
Já que o Tempo não tem parada, amigos, é importante se ater aos sinais premonitórios. Pois não é fácil de aceitar o inaceitável. O diagnóstico dessa entidade clínica geralmente é dada pelos outros e não pelo próprio padecente. Um professor nosso dizia que velho é aquele que tem pelo menos dez anos a mais que você. Os nonagenários assim acreditam que só pode ser considerado idoso Matusalém, Noé e a nossa querida Tália Márcia de tão saudosa memória. Ai vão alguns sinais e sintomas inequívocos da infalível quebra do Cabo da Boa Esperança, arrancados de quem tem experiência no assunto : Gastar mais na Farmácia que no Supermercado; ser alertado no banco para se dirigir à fila de atendimento prioritário; ter que escolher os alimentos não pelo sabor, mas pela quantidade de colesterol, de carboidratos e sódio da sua composição; ao viajar a nécessaire dos cosméticos ser menor que a dos medicamentos; não suportar essas musiquinhas modernas e reclamar da altura do som; gastar mais com tinta do que o pintor de paredes; ouvir o indefectível som de “A Bênção, vovô(ó)” -- pois a chegada dos netos, também, é um sinal infalível : do topo do seu monte de anos já duas gerações lhe contemplam !
Diagnosticado o problema amigo, não há tratamento conhecido e ,mais, a coisa tende a evoluir. Só existem dois caminhos possíveis. Um deles é negar a enfermidade e , sorrateiramente, procurar formas paliativas de tocar a vida. E aí a sociedade de consumo tem uma infinidade de artigos esperando na prateleira para repor as peças do Ford Bigode 29. Só não vai chegar a uma Ferrari de última geração, mas vale tentar, né ? A outra é entender a inexorabilidade do tempo e que mesmo em direção ao abismo à frente é possível curtir a paisagem ao derredor, conversar com os passageiros e, agora já com tempo de sobra, parar para um banho de bica e para a curtição dos netos, já que a desabalada carreira do veículo não nos possibilitou conviver de perto com os filhos. E mais, entender o dinamismo da existência. Precisamos dirigir o carro olhando para frente e curtindo a paisagem ao lado pois ela nunca mais retornará. De vez em quando, nos será permitido olhar um pouco pelo retrovisor, mas sempre atento à longa e misteriosa estrada que se alonga à nossa frente. Adiante está a morada da morte , mas é ali pertinho que se encontra, também, o palácio da vida. A primavera e o verão passaram com suas flores, seus frutos e seus espinhos. Agora no outono , as árvores nuas se despem de suas folhas , a paisagem no alto já não parece tão bela, mas o caminho está todo atapetado e é sempre possível tecer das folhas um cobertor quentinho para os rigores do inverno que já se avizinha.

J. Flávio Vieira

FEZ-SEBOOK - Ulisses Germano

O faceboock é a ferramenta do solitário
A companhia do coletivo virtual
O passatempo comunicativo
Enleado numa rede
 Sutil vaidade
...

600 empresas ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Como a atividade política de há muito se transformou num próspero e rentável negócio, não é de estranhar o “enxame” de candidatos que às vésperas de cada eleição repentinamente se descobrem imbuídos de um tal denodado e patriótico “espírito público” (???), mesmo que na representação (chinfrim) de tal papel tenham que metamorfosear-se completamente, abdicando de princípios e idiossincrasias já estratificados ao longo do tempo.
Pra começo de conversa, o distinto “candidato a candidato” há de aprender a dissimular, a faltar com a verdade com certa facilidade, a prometer e repetir ad extremum o que nunca poderá ser cumprido, a ter paciência de Jó a fim de ouvir pretensos eleitores sem direito a reclamar e, enfim, a exercer a desfaçatez em toda a sua pujança e plenitude.
Ao materializar-se a vitória e depois de instalado no trono, a farsa não há de sofrer solução de continuidade, já aqui acrescida de uma hipócrita variável, tão imprescindível quanto irresponsável: o esdrúxulo e acintoso desrespeito às “cabeças-pensantes” da comunidade em que vive (e que certamente não o sufragaram), via exposição de números e posições facilmente identificáveis não como factíveis, mas fictícias ou não verdadeiras (ou da indigesta mistura de alhos com bugalhos) e por aí vai.
A reflexão acima tem tudo a ver com a entrevista concedida ao Jornal do Cariri (edição de 3 a 9 de janeiro de 2012, em nosso poder) pelo atual prefeito da cidade do Crato onde, contrariando frontalmente o que se vê na decrépita, preguiçosa e sonolenta urbe (movimento nenhum no comércio, marasmo, estagnação, dormência, desemprego e miséria), S. Excelência afirma que uma das maiores provas do avanço do município durante sua gestão é que “...NOS ÚLTIMOS SETE ANOS MAIS DE 600 EMPRESAS SE INSTALARAM NO MUNICÍPIO” (se o repórter-entrevistador fosse um pouco mais perspicaz, fuçador, expedito e menos conveniente, poria o senhor prefeito em maus lençóis ao pedir-lhe pra declinar a denominação e ramo de atividade de pelo menos irrisórios 5% (cinco por cento) de tais empresas (só 30 delas).
Ou será que momentaneamente S. Excelência sonhou ou imaginou-se prefeito da cidade vizinha, onde, aí sim, (mesmo que na esteira e graças à grotesca farsa conhecida como o “milagre da hóstia”, patrocinada por um charlatão) o progresso é visível e palpável e o cabalístico número 600 tem tudo pra ser uma realidade ???
Por enquanto, com o desemprego grassando na outrora “cidade-modelo”, bem que os munícipes poderiam dirigir-se ao prefeito do Crato e indagar-lhe a localização das tais 600 empresas, a fim de tentar inserir-se no mercado de trabalho (se cada uma disponibilizar pelo menos 10 míseras vagas, já serão 6.000 novos pais de família a movimentarem a economia da cidade).
Nome e endereço, por favor !!!
Ou é pedir muito ???

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


O Inesquecível ! - por Socorro Moreira


Nem preciso de todas as letras
Nem repassar o filme da alegria
Faço um novo roteiro,
e que seja igual ao primeiro...
O olhar atropelando as falas
e o coração ,
no descompasso dos minutos
E que venha o futuro
com o doce dos sentimentos
como um sapoti maduro.
E que venham mais motivos
pra lembrar ,
o que já se tornou eterno,
e fácil de rememorar.

Ninguém me habita - Thiago de Melo




Ninguém me habita. A não ser
o milagre da matéria
que me faz capaz de amor,
e o mistério da memória
que urde o tempo em meus neurônios,
para que eu, vivendo agora,
possa me rever no outrora.
Ninguém me habita. Sozinho
resvalo pelos declives
onde me esperam, me chamam
(meu ser me diz se as atendo)
feiúras que me fascinam,
belezas que me endoidecem.

Ninguém me habita. A não ser
o milagre da matéria
que me faz capaz de amor,
e o mistério da memória
que urde o tempo em meus neurônios,
para que eu, vivendo agora,
possa me rever no outrora.
Ninguém me habita. Sozinho
resvalo pelos declives
onde me esperam, me chamam
(meu ser me diz se as atendo)
feiúras que me fascinam,
belezas que me endoidecem.

Suspiros- Socorro Moreira

A noite passando
O sono viajando
Tua lembrança
num vai e vem constante
- Meu susto,
 meu encanto !

A madrugada me consome
As auroras tardam
O amor que nem chegou
Adormece noutro dia
E desabita minha alma

Sopra vento frio
Sopra um luar
que eu respiro
Suspiro ...
-A lua me traz um recado !

Escuro, no claro - Socorro Moreira

Agir compaixão
Amar sem paixão ...

Abraço o corpo que desconheço
Conhecido é o travesseiro
Com ele acordo todas as manhãs.

A cidade começa a zoadar
um pássaro, um carro,
um galo, um gato a miar ...

E eu pergunto ao tempo
Se ele vai me esperar
E eu pergunto às palavras
se elas podem me fartar ...
Tudo claro : o quarto, o céu...
Mas as respostas gostam do escuro !

Madrugando - por Socorro Moreira

A cidade adormecida comporta milhares de sonhos.Insone, espero o embalo do silêncio.Emoções escondidas, inanimadas, resistem aos apelos da memória.
Todos os dias , pedaços da minha vida desfilam numa passarela imaginária. O passado resolvido vai abandonado aos poucos o presente solitário.Deixo para lá todos os mal-entendidos. Espero o que não sonhei, ou simplesmente não espero ! O cansaço já me deixou sem desejos.
Uma brisa tímida me visita. Parece cochichar no meu ouvido : Dorme , amanhã é outro dia !

Jura Secreta 104 - Artur Gomes


cachorro doido por ser de agosto
e ter o gosto de morder o ventre/lua
quando nua te desejo praia

lanço a rede em teu olhar
te engravido arraia
e te mergulho mar

Artur Gomes http://juras-secretas.blogspot.com/

Meus amigos , estou repassando pra vocês a melhor dica de musica que encontrei nesse mundo(net).
Sou entusiasmada, mas dessa vez, acredito que todos vão concordar: sensacional!!!!!!!!!
Tomara que vocês curtam como eu estou curtindo.

Aproveitem!

Zelia Moreira


Que música tocava no ano que você nasceu?

Clique no ano e constate .

http://www.planetarei.com..br:80/100anos/index.htm

por socorro moreira


Rendeira de Sonhos ( para minha mãe)



Ela é sempre fácil de encontrar
Tem a marca do amor
Em todas as idades
Sem abandonar de si
A infância
Que viaja em sua alma.

Caminha nos sonhos,
nos desejos de vida
Faz da terra um pouso
Sob o disfarce humano

Sua inquieta amorização
Doma ciclones de sentimentos
numa eterna brincadeira
Seus ventos levam pipas de sedas
Pelos céus, como estrelas
Decorando o firmamento.

Sua luz tem destino certo
Porta aberta, muro baixo
Canto espalhado pela voz
De todas as claves e compassos...
O resto é puro encanto!

Pérola da MPB