por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Dia Nacional de Luta contra a Obesidade



utubro é o mês da luta contra a obesidade. O dia 11 de outubro foi instituído como o Dia Internacional da Obesidade

Em 1997, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já classificava o aumento do sobrepeso e da obesidade como epidemia. Em muitos países, mais da metade da população apresenta algum grau de excesso de peso. A epidemia é global, atingindo não somente países desenvolvidos, mas também os que estão em desenvolvimento.

Nos Estados Unidos, onde a situação é mais grave, 61% da

população com idade superior a 25 anos apresentam excesso de peso. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição
(PNSN) de 1989 mostravam que 32% dos brasileiros acima de 18 anos estavam com excesso de peso.

“A obesidade é uma doença que envolve diversos fatores, como a genética. Mas, a mudança de estilo de vida que ocorreu nas últimas décadas é o maior deles”
Ações e esforços para se combater o sobrepeso e a obesidade estão sendo realizados. Doenças antes somente diagnosticadas em adultos, como a diabetes tipo 2 e dislipidemias, já são encontradas em crianças. Em algumas escolas, os lanches oferecidos estão sendo questionados. Guloseimas altamente calóricas estão sendo retiradas das cantinas.

A American Obesity Association (AOA) relata o impacto da sociedade moderna no aumento da inatividade física que, aliada ao aumento da oferta de alimentos altamente calóricos, faz crescer os números do excesso de peso. Entre as características observadas pela AOA estão:

- Transporte: aumento da utilização de carro para percorrer pequenas distâncias, diminuindo a caminhada;

- Em casa: utilização de máquinas de lavar, consumo de alimentos pré-prontos de alta quantidade calórica e passar muito tempo assistindo televisão, utilizando o computador ou vídeo game. Isso acarreta em diminuição de trabalhos manuais, elevando o consumo de alimentos calóricos e o tempo livre é utilizado com atividades sedentárias;

- No trabalho: aumento de atividades que estimulam o sedentarismo, através do aumento da informatização. Diminuição de trabalhos que demandam atividade física;

- Lugares públicos: utilização de elevadores, escadas e portas automáticas, diminuindo a atividade física cotidiana.

Dados são impessoais. A atitude correta de cada pessoa, buscando melhor qualidade de vida, onde a boa alimentação e o aumento da atividade física estão incluídos, faz com que haja a redução da linha de crescimento do excesso de peso entre a população.

Isso significa aumento da produtividade, diminuição de gastos com a saúde para tratar doenças associadas à obesidade, melhor qualidade de vida.

O que fazer então? Mudar. Cada escolha alimentar é um passo dado para uma alimentação saudável. A simples decisão de sair para caminhar ao invés de ficar na frente da televisão é outro passo para aumentar a atividade física.

Simples escolhas como, ingerir diariamente frutas, verduras e legumes, evitando frituras ou sanduíches; aumentar a ingestão de água e evitar ingerir doces todos os dias irão contribuir para a diminuição de peso ou evitarão o ganho excessivo dele.

Assim, todos estarão contribuindo para que estatísticas que assombram estudiosos e governos possam ser reduzidas. E sua saúde vai agradecer!


Roberta dos Santos Silva
Nutricionista-chefe do programa Cyber Diet,
formada pela Universidade Católica de Santos
CRN-3 14.113



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Outubro é o mês da luta contra a obesidade. O dia 11 de outubro foi instituído como o Dia Internacional da Obesidade

Em 1997, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já classificava o aumento do sobrepeso e da obesidade como epidemia. Em muitos países, mais da metade da população apresenta algum grau de excesso de peso. A epidemia é global, atingindo não somente países desenvolvidos, mas também os que estão em desenvolvimento.

Nos Estados Unidos, onde a situação é mais grave, 61% da

população com idade superior a 25 anos apresentam excesso de peso. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição
(PNSN) de 1989 mostravam que 32% dos brasileiros acima de 18 anos estavam com excesso de peso.

“A obesidade é uma doença que envolve diversos fatores, como a genética. Mas, a mudança de estilo de vida que ocorreu nas últimas décadas é o maior deles”
Ações e esforços para se combater o sobrepeso e a obesidade estão sendo realizados. Doenças antes somente diagnosticadas em adultos, como a diabetes tipo 2 e dislipidemias, já são encontradas em crianças. Em algumas escolas, os lanches oferecidos estão sendo questionados. Guloseimas altamente calóricas estão sendo retiradas das cantinas.

A American Obesity Association (AOA) relata o impacto da sociedade moderna no aumento da inatividade física que, aliada ao aumento da oferta de alimentos altamente calóricos, faz crescer os números do excesso de peso. Entre as características observadas pela AOA estão:

- Transporte: aumento da utilização de carro para percorrer pequenas distâncias, diminuindo a caminhada;

- Em casa: utilização de máquinas de lavar, consumo de alimentos pré-prontos de alta quantidade calórica e passar muito tempo assistindo televisão, utilizando o computador ou vídeo game. Isso acarreta em diminuição de trabalhos manuais, elevando o consumo de alimentos calóricos e o tempo livre é utilizado com atividades sedentárias;

- No trabalho: aumento de atividades que estimulam o sedentarismo, através do aumento da informatização. Diminuição de trabalhos que demandam atividade física;

- Lugares públicos: utilização de elevadores, escadas e portas automáticas, diminuindo a atividade física cotidiana.

Dados são impessoais. A atitude correta de cada pessoa, buscando melhor qualidade de vida, onde a boa alimentação e o aumento da atividade física estão incluídos, faz com que haja a redução da linha de crescimento do excesso de peso entre a população.

Isso significa aumento da produtividade, diminuição de gastos com a saúde para tratar doenças associadas à obesidade, melhor qualidade de vida.

O que fazer então? Mudar. Cada escolha alimentar é um passo dado para uma alimentação saudável. A simples decisão de sair para caminhar ao invés de ficar na frente da televisão é outro passo para aumentar a atividade física.

Simples escolhas como, ingerir diariamente frutas, verduras e legumes, evitando frituras ou sanduíches; aumentar a ingestão de água e evitar ingerir doces todos os dias irão contribuir para a diminuição de peso ou evitarão o ganho excessivo dele.

Assim, todos estarão contribuindo para que estatísticas que assombram estudiosos e governos possam ser reduzidas. E sua saúde vai agradecer!


Roberta dos Santos Silva
Nutricionista-chefe do programa Cyber Diet,
formada pela Universidade Católica de Santos
CRN-3 14.113

Patrício Teixeira e Paulo Roberto - por Norma Hauer



Um nome que ficou esquecido, mas que fez muito por nossa música, principalmente por modinhas e sambas.
Como não falei nele em sua data natalícia, venho lembrá-lo no dia em que se completam 37 anos de seu falecimento, ocorrido em 9 de outubro de 1972.

Foi pouco antes de sua morte que o conheci, no Programa Sala de Visita, que o radialista Raul Maramaldo apresentava na Rádio Rio de Janeiro. Ele estava esquecido até de seus fãs, quando compareceu naquele programa, relembrando parte de sua vida artística.
Começou a gravar em 1926, cantando, de Freire Júnior a modinha “Tudo por Um Beijo” e de Catullo, a canção “Magnólia”.e a embolada “Bambo Bambu”.

No ano seguinte gravou a modinha “Casinha Pequenina” que foi buscar no “fundo do baú” trazendo ao nosso conhecimento, essa música tão bonita. Depois de Patrício Teixeira essa modinha passou a ser “badalada” por vários cantores.
Nem Paulo Tapajós nem Almirante conseguiram encontrar o nome do autor de “Casinha Pequenina”, considerada de “domínio público”.
Dentre os discos da discoteca de meu pai, que conheci bem criança, destacava-se “Casinha Pequenina”, que meu pai apreciava muito e sempre colocava o velho 78 rotações, na velha vitrola “de corda” que havia em nossa casa. Assim, fui tomando conhecimento de nossa música popular.
Em 1928 gravou seu primeiro samba, “Pé de Mulher”, com Pixinguinha e os “Oito Batutas”.
Em 1933, Patrício Teixeira gravou com Carmen Miranda “Perdi Minha Mascote”.
Em 1937 dois grandes sucessos:”Sabiá Laranjeira” e “Não Tenho Lágrimas”. Este samba correu mundo,sendo gravado por Nat “King” Cole”.
Outros sucessos foram “Gavião Calçudo”, de Pixinguinha e “Desengano”, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira.
Foi tão importante sua passagem pela Rádio Mayrink Veiga que Lamartine Babo, em seu cateretê “As Cinco Estações” (uma referência às emissoras de rádio da época) na estrofe sobre a Mayrink, cantou:
“Sou a Mayrink popular e conhecida
Toda gente fica louca, sou querida até no hospício
.E quando chega a sexta-feira em Dona Clara,
Sai até tapa na cara,
Só por causa do Patrício.”...

Dois sambas que fizeram grande sucesso, da autoria de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira foram: ”Porteiro, Suba e Veja” e a resposta “O Porteiro Subiu”.

Muito se poderia falar da importância de Patrício Teixeira em nossa radiofonia , mas fica este lembrete para que fique bem marcada essa importância.
.
PAULO ROBERTO= GENTE QUE BRILHA
.
No início do século XX havia, no município de Ponte Nova (interior de Minas Gerais) uma vila de nome Saúde. Foi ali que no dia 10 de outubro de 1903 veio ao mundo alguém que recebeu o nome de José Marques, mas ficou conhecido no meio radiofônico como PAULO ROBERTO.

Deixando seu município natal, veio para o Rio de Janeiro, onde estudou Medicina, tornando-se um médico obstetra. Parece que já estava escrito: ele nasceu em Saúde e se transformou em um grande médico ajudando centenas de crianças a nascer.

Mas...
Mas não foi como médico que ficou famoso. Dividindo-se entre a Medicina e a radiofonia se tornou um dos grandes vultos do tempo áureo do rádio com o nome de PAULO ROBERTO. Como radialista formou, ao lado de Almirante e de Paulo Tapajós,o trio que mais fez em prol de nosso rádio e sua história.

A primeira vez que ouvi Paulo Roberto foi na Rádio Tupi, apresentando as "Serestas de Sílvio Caldas", onde , com pequenos resumos, falava das melodias que seriam cantadas por Sílvio. Sílvio Caldas era imprevisível e desaparecia indo garimpar em algum lugar do Brasil..Antes de viajar, porém, passou para o disco uma das obras-primas de Paulo Roberto:"Cigana", cuja última estrofe dizia:

".. e dei-te as mãos, e nossas mãos tremeram,
Teus olhos nos meus olhos se perderam.
Eu fiquei mudo e não disseste nada.
Então sorriste e eu te chamei querida,
Unimos nossas vidas, numa vida.
E desfez-se o mistério do teu porte.
Mas não perdeste o teu poder divino,
Nas minhas mãos não leste o meu destino,
Porque está em tuas mãos a minha sorte. "

Seu veio de compositor ainda o fez autor de uma bela canção chamada "Minha
Serenata" e de "Vagalumeando".

Deixando a Tupi, Paulo Roberto levou seu talento para a Rádio Nacional e passou a
ser conhecido em todo o Brasil com seus inteligentes e originais programas.
Na RádioNacional lançou "Nada Além de Dois Minutos"; "Gente que Brilha"; "Obrigado Doutor' (que originou um filme com o mesmo nome);"Honra ao Mérito"; "Bandeiras da Liberdade" e, por último, "Lira de Xopotó", trazendo as bandas do interior para que fossem ouvidas e conhecidas em todo o Brasil.

Mas chegamos a 1964 e Paulo Roberto, como muitos outros que fizeram a Rádio Nacional ser a maior emissora da América do Sul, foi "dedurado" como comunista , devido a seu trabalho como médico e suas idéias por uma justiça social atendendo a centenas de gestantes pobres.

A Rádio Nacional deixou de ter talentos, para ter medíocres. A Rádio Mayrink Veiga, na mesma ocasião, foi "cassada" e morreu. A Nacional , como era, também morreu e hoje tenta renascer de suas cinzas.

Afastado do rádio, PAULO ROBERTO deu sua colaboração para a televisão, lançando sua "Câmera Indiscreta", muito superior às "pegadinhas " de hoje.

Como radialista, ele parou quando foi desligado da antiga PRE-8, mas como médico foi importante para o término das obras do Hospital de Clínicas 4º Centenário, que se encontravam paralisadas desde o temporal de 1966, que quase arrasou com Santa Teresa.

Hoje, aquele hospital maravilhoso, no qual acreditei quando era ainda mato e me tornei uma de suas sócias fundadoras, hoje está abandonado, prestes a ser transformado em uma tapera. O que é pena. Era um ótimo hospítal.

Antes de completar 70 anos, PAULO ROBERTO faleceu em 1973, deixando um grande vácuo nos corações de todos que o admiraram.

Foi fazer serenata junto aos que partiram antes dele. Assim:

"Nas noites de serenata,
A minha voz se desata,
Surgindo da multidão..."
Norma Hauer

Pensando e achando....- Socorro Moreira



Renascimento chega com um amor maior,
que pode ser pior...
Amor é preto no branco.
A ficha contábil só pode ser imprimida,
depois que o amor levanta voo,
e deixa a conta por conta
das saudades que sentimos.


Paixão é uma loucura
que o amor cura.
(Socorro Moreira)

Blueberry, a "Fruta dos Deuses"- por Corujinha baiana


BLUEBERRY ( Mirtilo )


Entre as frutas já estudadas, o mirtilo, também conhecida como blueberry, é a fruta mais rica em anti-oxidantes ,segundo dados do laboratório do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA).

A fruta tem ainda quantidade elevada de polifenóis tanto na casca quanto na polpa, que conferem funções de proteção sobre as paredes das células. Contém vitaminas A e C e minerais como zinco, potássio, ferro, cálcio e magnésio. Além disso, a fruta tem baixo valor calórico e é rica em fibras, beneficiando a regulação intestinal. Pela ausência de sódio e colesterol, é indicada em regimes para hipertensão arterial, e na prevenção de doenças cardiovasculares. Estudos científicos têm mostrado que o mirtilo também previne doenças relacionadas à visão.

O blueberry pode ser consumido in natura, no preparo de saladas, sucos, e se for congelado, pode ser usado para a produção de geléias, sorvetes, iogurtes, tortas e no preparo de molhos para pratos diversos. Além disso, suas folhas podem ser utilizadas para o preparo de chá, rico em propriedades medicinais.

A NiceBerry tem suas plantações na cidade de Itá e Bom Retiro, no estado de Santa Catarina, e distribui para todo o país, garantindo a qualidade em todas as etapas. O cultivo baseia-se em práticas agrícolas corretas, na utilização de insumos controlados e irrigação à base de água tratada. A união entre a água do lago da Usina Hidrelétrica de Itu, que é usada para irrigar as plantações, e o clima propício de Santa Catarina, resultam no habitat perfeito para um mirtilo com muito mais sabor.

Os consumidores encontram mirtilos (blueberries) em embalagem de 100g (in natura) e, em breve, em embalagem de 500g (congelado IQF que mantém 100% das propriedades da fruta).

Blueberry, a Fruta dos Deuses
Sua polpa é deliciosamente doce, para alguns, acridoce. Melhora a visão dos que lêem muito, dos que passam muito tempo em frente ao computador ou televisão. Melhora a circulação sanguínea nas artérias, veias e capilares.

Cresce a cada ano o consumo desta fruta, devido a seus comprovados benefícios a saúde e sua praticidade.

Podem ser consumidas no escritório, na academia, na hora do lazer, no café da manhã, no lanche da tarde, antes de dormir, etc.

Blueberry e a Nossa Saúde
Por todo o mundo há laboratórios que investigam e estudam os benefícios que o blueberry traz à nossa saúde. Já se descobriu que o mirtilo é rico em vitaminas, sais minerais, açúcares e ácidos.

Também tem propriedades de anti-séptico, anti-diarreico e anti-hemorrágico. A fibra é um componente muito abundante nestes frutos, o seu consumo habitual durante os meses em que abundam pode resultar num remédio para tratar constipações e a atonia intestinal.

Anti-oxidante
O blueberry ( mirtilo ) é o fruto que contém mais anti-oxidantes, estes consistem num grupo de vitaminas, de minerais e de enzimas. Os anti-oxidantes trabalham para neutralizar radicais-livres que prejudicam o nosso sistema imunológico e que conduzem a muitas doenças degenerativas. Os radicais livres aparecem quando estamos expostos a uma variedade de substâncias tais como a radiação, os produtos químicos, a poluição, o fumo, as drogas, o álcool e pesticidas.

Reduz o Colesterol
Novos estudos e pesquisas efetuadas por laboratórios credenciados, nos Estados Unidos, revelaram que o mirtilo pode também baixar o nível de mau colesterol, e é mais eficiente que muitos medicamentos prescritos pelos médicos.

Infecções Urinárias
Estudos recentes provaram que o mirtilo tem compostos que ajudam a prevenir e a tratar infecções no aparelho urinário.

Memória e Coordenação Motora
Melhora a memória e a coordenação motora afetada por doenças de caráter degenerativo, o mirtilo protege o cérebro dos efeitos de deterioração cerebral associados à doença de Alzheimer e por ação do envelhecimento, como perda da memória a curto prazo.

Visão
O mirtilo melhora a vista, diversos estudos na Europa documentaram que os mirtilos têm concentrações muito elevadas de anticianina, um composto normalmente vinculado com prestações que melhoram a visão noturna e reduzem a vista cansada.

História
Originários da América do Norte, Ásia e Europa Central, os blueberries ( mirtilos ) têm sido consumidos pelo homem desde tempos pré-históricos. Em Portugal, encontram-se em regiões onde o Inverno é muito rigoroso, como a zona do médio Vouga.

Aparência
Existem mais de 30 espécies que crescem em regiões distintas e centenas de diferentes variedades. Os mirtilos cultivados têm um sabor ligeiramente doce e uma atrativa cor azul púrpura.

É conveniente para se usar em muitas receitas como batidas, molhos, saladas e doces. Ou também se podem simplesmente lavar e comer à mão-cheia, sem necessidade de descascar ou cortar!

Interesse Nutricional
Excelente fonte de flavonóides, especialmente antocianinas, que lhe dão a típica cor azulada, vitamina C, fibra solúvel e insolúvel, como a pectina. Também muito ricos em taninos, vitamina E, manganésio e riboflavina.

Pobres em calorias e supernutritivos, os mirtilos merecem um lugar privilegiado à nossa mesa.Os selvagens são mais adstringentes.

Os benefícios dos mirtilos advêm principalmente dos seus pigmentos antocianos que têm um poder anti-oxidante muito elevado.Os anti-oxidantes combatem os radicais livres destrutivos, compostos instáveis produzidos pelo nosso metabolismo e encontrados nos poluentes ambientais.

Pensa-se que os radicais livres podem provocar várias doenças como o cancro e as doenças cardiovasculares, bem como contribuir para o processo de envelhecimento e doenças como as cataratas, glaucoma, varizes, hemorróidas e úlceras pépticas.

Proteção do Coração
Segundo um estudo publicado pelo Journal of Agriculture and Food Chemistry, os mirtilos fornecem 38% mais anti-radicais livres do que o vinho tinto, alimento com reputação de protetor do coração.

Fruta Visionária
Os mirtilos melhoram a visão e protegem contra a degeneração macular relacionada com o envelhecimento; excelentes para prevenir cataratas e retinopatias dos diabéticos. Também melhoram a visão noturna e reduzem a vista cansada.

Promovem a Saúde do Trato Urinário
Estudos recentes conduzidos pela Rutgers University NJ, provaram que o mirtilo tem compostos que ajudam a prevenir e a tratar infecções no aparelho urinário.

Um Cérebro Mais Funcional
Estudos laboratoriais levaram a concluir que os mirtilos melhoram a memória e a coordenação motora afetada por doenças de caráter degenerativo, protegendo o cérebro dos efeitos de deterioração cerebral associados à doença de Alzheimer e por ação do envelhecimento, como perda da memória a curto prazo. São excelentes antídotos para a depressão.

Uma Eliminação Mais Saudável
Os mirtilos podem ajudar a regular o trânsito intestinal e reduzir a inflamação do sistema digestivo.

Comprar / Armazenar
A época dos mirtilos é o verão, quando se pode consumi-los no seu estado natural, frescos; no resto do ano pode encontrá-los congelados e secos.

Adquira mirtilos frescos que sejam firmes ao toque, sem umidades aparentes, com a pele seca e com um brilho prateado. Evite frutas demasiado moles, enrugadas ou com sinais de mofo. Os pacotes de mirtilos com manchas de sumo indicam que a fruta já não está no seu melhor.

Coloque os mirtilos no frigorífico e use-os até 7 dias apó a compra. Lave-os somente imediatamente antes de consumi-los.

Sugestões de Uso
Adicionar um punhado de mirtilos às receitas de batidas favoritas.
Excelente para adicionar aos cereais matinais, e saladas de frutas.
Como recheio de crepes, bolachas e bolos .
Às vezes, adquirem uma tonalidade verde quando cozidos e perdem muitas das suas propriedades anti-oxidantes.

ATENÇÃO !

As pessoas alérgicas ao ácido acetil salicílico, substância contida na aspirina, não devem utilizá-la, pois a fruta tem alto teor dessa substância.

Fontes :

. O Elixir da Longa Vida - http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC533007-1641,00.html

.http://veja.abril.com.br/vejasp/130202/verao.html

.Jornal da UNICAMP
Campinas, 25 a 31 de maio de 2009 – ANO XXIII – Nº 430
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/maio2009/ju430_pag02.php#

 por Corujinha Baiana

Fernando Sabino – O gato sou eu




- Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!
- Eu! Eu! Eu!
Postado por socorro moreira às 01:40 0 comentários
Surpresas... - por Socorro Moreira
Sabe um daqueles dias , em que a gente dorme horas a fio, sem vontade de fazer nada ?
Anoitece e a esperteza leva o nome de tristeza....
Eis que o telefone toca, e uma voz amiga, do outro lado, informa : Socorro , estamos no Crato!
Um Crato quente de Outubro. Noitinha de Domingo, combina com cerveja gelada. Passei no Abidoral, abracei Sónia e Everardo, e pensei : vamos esticar o papo , no alpendre de Zé Flávio e Fabiana. Vento generoso, dançante, acariciante. Conversas felizes, engraçadas... risos ! Simpáticos agregados , como Marcos Cunha, Dona Sónia, Cileide. Roda ,ciranda perfeita !

Na Rádio Azul


Filhos, dádivas de Deus- Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Muitos pais e mães esquecem dos valores morais recebidos de suas famílias na infância e adolescência. E criam seus filhos bem distantes do mais importante na educação, que é a formação integral. A responsabilidade dos pais é preparar o homem como um todo, sem separar o corpo da alma. Será incompleta a orientação dos filhos, se os pais se preocuparem somente com a formação física, intelectual e social, esquecendo de incutir nos filhos o amor e o respeito ao próximo, a honestidade, a ausência de preconceito e discriminação de qualquer tipo. Esse conjunto de valores deve fazer parte do aprendizado das crianças, desde os primeiros anos.

Os filhos são dádivas de Deus. Portanto, os pais têm o dever de colocar na sociedade pessoas de bem para que o mundo seja transformado. Educar os filhos no amor, no diálogo é o caminho para construção de uma família ajustada e uma sociedade mais humana e mais justa. No lar onde existe tudo isso, com os pais sabendo impor limites, dizendo “não” quando necessário, com certeza se formarão adultos ajustados.

Vivemos em uma sociedade em que predomina o TER, em lugar do SER. Os meios de comunicação social através da propaganda incentivam o consumismo e levam as pessoas a acharem que a felicidade está no dinheiro, numa roupa cara, num carro do ano. Muitos para ter dinheiro e adquirir esses bens de consumo, procuram acumular riqueza desonestamente. Em consequência vemos aí uma sociedade injusta, violenta cheia de problemas: como as drogas, a corrupção e a injustiça social. Cabe aos pais darem testemunho aos filhos e colaborarem com uma sociedade onde exista justiça e paz.

De acordo com as palavras proferidas por Dom Rafael Lhano Cifuentes, Bispo Emérito de Nova Friburgo, no VII Congresso Nacional da Pastoral Familiar, realizado em Belém do Pará, em 1996: "A tarefa educacional dos filhos deve ser solidária. A firmeza e disciplina própria do homem têm que fundir-se à ternura e a amabilidade própria da mulher, de tal modo que a autoridade não parta somente do pai, e o carinho exclusivamente da mãe. A melhor pedagogia é o exemplo. Os pais devem ser para os filhos, guias que indiquem as passagens mais seguras. Têm que experimentar antes, as virtudes que os filhos devem encarar depois."

Dom Cifuentes acrescentou ainda em sua palestra, trechos de uma carta, que um delinquente juvenil alemão enviou aos seus pais. "Porque sois fracos no bem, nos destes o nome de fortes no mal... nós vos concedemos dois decênios para nos fazerdes fortes no amor, vós porém nos fizestes fortes no mal, porque sois fracos no bem."

A missão dos pais como colaboradores de Deus em sua infinita obra criadora é colocar no mundo pessoas honestas, ajustadas e que possam fazer os outros felizes.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

ciranda

Não gosto de enlaçar o búfalo
quando o bicho está distraído
passarinhos sobre seu dorso
comendo parasitas -

gosto quando o búfalo
corre seguindo a manada
cruzando planícies e charcos.

Então é a hora - subo, aperto seu pescoço,
meto-lhe os dedos nas narinas, desabamos.

Corro o risco [e sempre acontece]
de ser pisoteado e partirem-se costelas.

Mas é prazeroso, eu e o búfalo
caídos, sujos, suados, entregues:

ele ao seu instinto natural de búfalo;
eu ao meu frenesi de peão louco.

Não gosto de balear pato
quando ele nada no lago
em círculos,

aquele ar ingênuo
beirando a santidade -

gosto quando o pato voa
atravessando céus
feito uma seta.

Então é a hora, miro seu peito,
aperto o gatilho e só vejo penas
dentro dos meus olhos.

Deleite maior ao pegar-lhe o corpo na água
ressuscitá-lo com um canudinho de bambu.

Os patos nunca morrem quando a bala é rolha de vinho.
Há uma certa cumplicidade no oxigênio que assopro
e no seu suspiro depois do desmaio.

Não gosto de pisar formigas
quando no chão comem migalhas.

Sinto-me feliz quando elas
sobem pelas paredes
chegando ao teto.

Dou um salto de Bruce Lee
e quebro as pernas de três.

Mas todos sabem -
botas de visionário
não machucam  formigas.

Ao contrário, quanto mais pisões
multiplicam-se abdome e antenas.

"A política é dinâmica" - José Nilton Mariano Saraiva

O então Governador do Ceará, Luiz de Gonzaga Fonseca Mota, que fora ungido ao cargo por indicação dos “coronéis” políticos cearenses Virgílio Távora, César Cals e Adauto Bezerra, acabou traindo-os espetacularmente ao escolher o então desconhecido empresário Tasso Ribeiro Jereissati para sucedê-lo; para justificar seu ato ignóbil e traiçoeiro, Gonzaga Mota cunhou uma expressão (ou raciocínio) que passou a fazer parte dos anais (ou do folclore) da política cearense: como “a política é dinâmica”, comportaria quaisquer atos, desabonadores ou não, a fim de alcançar os objetivos colimados (posteriormente, ele provaria do próprio remédio, quando Tasso Jereissati o “aniquilou” politicamente, transformando-o sem dó nem piedade em algo parecido com “sulfato de merda”).
Pois bem, eleito, reeleito, padrinho e responsável pela eleição do sucessor e, posteriormente, sucedâneo deste em mais uma eleição, o senhor Tasso Ribeiro Jereissati passou incríveis dezesseis (16) como Governador do Estado do Ceará (12 efetivos e 04 do afilhado, já que este o consultava sempre nas questões substantivas); pra não largar o osso, já que quem se acostuma com o poder encontra dificuldades em largá-lo, tantas são as benesses, vantagens e mordomias (mesmo para um empresário podre de rico), referido senhor ainda passou oito (08) anos como Senador da República; foram, portanto, 24 anos na “crista-da-onda”, quando mandou e desmandou, casou e batizou, traficou influência e impôs seu estilo arrogante e prepotente. Tanto é que durante todo esse tempo Tasso Jereissati dirigiu o PSDB com mão-de-ferro, não permitindo que ninguém lhe fizesse sombra ou atrapalhasse seus planos, a ponto de ser comum se dizer que, tal qual a sombra de uma frondosa mangueira, aonde ele pisava também não nascia mais grama.
Toda uma família interiorana, no entanto, caiu nas graças e privou do afeto de Sua Excelência: os Ferreira Gomes, de Sobral. À frente o senhor Ciro Gomes (o mais velho dos irmãos), seu “líder” na Assembléia Legislativa e a seguir eleito Governador do Estado por sua influência (chegou até a assumir o Ministério da Fazenda, num ato insano do exótico presidente Itamar Franco), também foram beneficiados os irmãos Cid Gomes e Ivo Gomes (transformados em apagados Deputado Estadual) e até a mulher do próprio Ciro, a inexpressiva Patrícia Gomes, eleita primeiramente vereadora de Fortaleza, depois Deputada e, alfim, Senadora da República (que se notabilizou pela improdutividade, por onde passou). E já se fala que a filha Lívia Gomes (desempregada ???) será candidata a vereadora em Fortaleza, nas próximas eleições
Pois bem, após o término (08 anos) do seu mandato de Senador da República, o senhor Tasso Jereissati houve por bem candidatar-se à reeleição, certo de que levaria fácil, fácil (afinal, já estava mamando há 24 anos e no horizonte as nuvens aparentemente eram tranqüilas e o céu de brigadeiro). E aí, como uma praga avassaladora, o “A POLÍTICA É DINÂMICA” de Gonzaga Mota (que fora traído por Tasso), se fez presente: os Ferreira Gomes traíram “com gosto de gás” aquele que os lançara e os construíra politicamente, ao optarem por um bancário e sindicalista desconhecido (José Pimentel) atendendo a um pedido do presidente Lula da Silva (a rigor, como eram duas vagas de Senadores, os Ferreira Gomes, se gratos fossem, bem que poderiam apoiar um deles e descarregar os demais votos no antigo aliado). A derrota foi humilhante, doída e acachapante (dizem até que o insensível Tasso Jereissati chegou ás lágrimas ante tamanha “consideração”).
Hoje, pra tirar o braço da seringa e tentar uma reaproximação com o ex-tutor, o espertalhão Ciro Gomes soltou a seguinte pérola, numa manifestação pública em Quixeramobim: “O Tasso não merecia passar o que está passando, por tudo que fez pelo Ceará. Não merecia ficar com dois deputados estaduais, um porque é parente e outro porque é doido e ninguém quer” (observação: o parente é o João Jaime e o “doido” o Fernando Hugo).
Só esqueceu de dois pequenos detalhes: 1) que, a debandada de deputados (do PSDB, de Tasso Jereissati) é rumo ao partido que os Ferreira Gomes de apossaram (PSB), certamente que em razão das vantagens oferecidas; 2) que, como a traição perpetrada é de conhecimento público, Ciro Gomes bem que poderia questionar o ex-aliado Fernando Hugo, que o rotulou de “desocupado profissionalmente” e que “Tasso Jereissati foi apunhalado traiçoeiramente pelos Judas Escariotes que estão no poder” (aqui, leia-se família Ferreira Gomes).
E aí, Ciro, vai encarar ??? Ou faltam argumentos ???

Texto de Tiburi sobre Madonna - Colaboração de Luiza



"A Indústria Cultural substituiu a totalidade daquilo que antigamente as pessoas chamavam de arte, mas manteve a promessa de felicidade que a arte promovia
Raramente alguém que diga Indústria Cultural sabe o que está a dizer. A própria expressão cunhada num livro de 1947 por dois autores – Max Horkheimer e Theodor Adorno – sempre criticados por quem jamais os leu de fato, foi apropriada pela indústria que, no ato mesmo de apropriação, aniquilou seu potencial crítico. Ler ou simplesmente citar autores críticos já faz, de certo modo, parte da Indústria Cultural, mas entender o que eles possam ter dito não faz. É assim que, hoje, enquanto o crítico dos produtos culturais usa a expressão com certa vergonha por achá-la inatual, a empresa de entretenimento com franqueza invejável diz agir em nome da Indústria Cultural. A expressão deixou de ser sinônimo de crítica ao lixo cultural (Adorno, por exemplo, dizia que “toda” a cultura era lixo, reaproveitando Freud). Ninguém mais vê mal algum em que a cultura possa ser associada a algo como lixo ou que haja lixo como cultura. Falar de lixo já não assusta. É claro que toda cultura tem relação com o resto da cultura anterior, com o que sobra da pesquisa científica e da produção artística. É certo que toda cultura de massa vive da alimentação que eruditos e populares fornecem às massas, verdade que a construção da ideologia que alimenta as massas vêm de cima pra baixo e, por isso, se falar que cidadãos comuns chafurdam na lama da cultura não é nada demais, muito menos dizer que se lambuzam na cultura de massas. Que o lixo seja cultura é normal e aceitável. Em vez de criar temos que reciclar. Toda a cultura torna-se pastiche.
No entanto, o fato de que a expressão Indústria Cultural seja assumida e não indique nada demais é um problema cultural grave. Significa que, no embate da crítica com seu objeto, a própria crítica foi devorada e só temos que nos conformar que ela passou a fazer parte do sistema contra o qual se dirigia. Ou seja, podemos colocar o sentido crítico da “indústria cultural” no lixo que ela mesma criticava. Porém, analisando um pouco mais, o que foi para o lixo numa manobra que põe em risco o sentido da coisa que se quer designar com a palavra “cultura”, foi a crítica. Com a crítica vai-se embora o sentido da cultura. Ficamos só com a indústria que parece dar mais garantias: emoções baratas como produtos made in China com know-how americano num contexto em que as formas de vida, nossos gestos, pensamentos e ações servem à religião do mercado, à sua versão mais “espiritualizada” cuja crítica Guy Débord, por exemplo, tornou imortal em seu A Sociedade do Espetáculo. Aquilo que chamávamos Vida é o que fica entre o muro da Indústria Cultural e o espelho sem reflexo do Espetáculo.
Falar em Indústria Cultural ainda era um modo de pensar o processo de produção da cultura. Quem quiser se manter crítico não deve colocar o termo no lixo sem antes verificar sua possibilidade de reutilização. Estamos em tempo de valorizar o lixo. Do mesmo modo o lixo como sobra cultural. A crítica, neste sentido, é também uma questão de ecologia cultural. Não de sustentabilidade da cultura diante de sua aniquilação total em indústria, mas da chance de que outras formas de vida e experiência não regulamentadas pela indústria possam ser preservadas. O problema nem é a cultura, mas a indústria que substitui aquilo que muitos esperavam que ainda tivesse a ver com arte, criação, resistência, liberdade de expressão. Coisas velhas que, infelizmente para os mais “espertos”, ainda podem vender bem. Afinal, o que não vira mercadoria? Fugir, não há como negar, ainda é preciso.
Se definirmos “cultura” como processo e obra humana, o que se revela no lugar existencial do qual não podemos fugir é que a vida inteira foi substituída pela indústria. Ao dizer indústria refiro-me à produção em série com vistas ao lucro e que, para tanto, necessita de escravização em graus variados. A indústria define-se pelo processo de produção que envolve a dominação de uns por outros. Se há produção em série é porque há o objetivo da cópia e da distribuição em série de um mesmo produto. Se o objetivo é a reprodução e distribuição, nada mais lógico do que prever quem será o destinatário, seja do produto, seja da mensagem. A este destinatário o “sistema” chama consumidor. Para que haja consumidor, ou seja, alguém que corresponda às produções industriais que devem ser tão efêmeras quanto exige o lucro esperado, é preciso que se controle um sentido da espécie humana que desde que foi descoberto (ou inventado) não deixa de ser manipulado por seu potencial mágico: o desejo.
Assim é que tanto a indústria de automóveis quanto a da pornografia, tanto a indústria cinematográfica quanto a musical ou literária, têm o mesmo propósito. Atingir a aura do capital, servir ao seu valor de culto, afinal não há nada que escape (salvo exceções que confirmam a regra) da religião do capital. Espetáculo é só o seu nome pomposo. Claro que as mercadorias culturais valem muito menos, mas quem trabalha com elas, mesmo se sentindo menos bem remunerado, saberá que, muitas vezes, terá um lucro extra em prazer e, quem sabe, até pagamento em narcisismo. Ou será que o artista seria incapaz de mensurar o que deseja com a obra que faz quando deve incluir o lucro no todo dos seus propósitos? Perguntas como esta não deixam em paz quem se ligue à arte. Será que alguém ainda pode ser romântico diante da Indústria? Quem conseguir se salvar do ideal do lucro é o único que terá vivido uma vida justa como artista. Mas a quem ela ainda pode interessar em termos estéticos e éticos? E apesar de tudo isso, esta crítica não pode significar apenas que o artista deve ser pobre para garantir seu lugar no céu da ideologia da arte.
Indústria, não devemos esquecer, é o contrário do artesanato, ou seja, da produção em pequena escala que dificilmente envolve mais-valia. A maior parte dos artistas vive de uma produção fora da indústria, a qual chamamos de processo. O artista atual ou vive mais próximo do que antigamente chamávamos de artesão ou vive dentro da indústria. Não há terceira alternativa. Arte, no entanto, não é palavra que possa ser aplicada ao que se deve chamar Indústria Cultural, sem que se sinta certa vertigem. Aqui temos que tratar de negócios. Precisamos voltar nossos olhos para o business. Arte, se ainda quisermos pensar no seu potencial de emancipação, resistência, crítica, etc. seria uma irrupção de algo completamente outro em relação à mercadoria. O que se poderá esperar ou desejar na vida industrializada além de mercadorias? Arte seria algo que muitas vezes está presente nos produtos industriais, mas que não interessa realmente à Indústria para além do lucro que pode render. Também artistas sérios buscam nela seu lugar ao sol.
Indústria como bussiness
Neste ponto, já posso incluir o fantástico exemplo de Madonna no contexto da Indústria Cultural e pensar o que o seu fenômeno significa nestes tempos em que podemos chamar de Espetáculo à religião da Indústria Cultural.
Madonna é vista como uma artista, termo que lhe pode ser bem aplicado, caso se entenda arte como sinônimo de mercadoria. Madonna é um claro produto industrial, como os carros que são fabricados em série na mítica cidade de Detroit onde ela nasceu e viveu até se tornar aquilo que, sem desmontar o mito, chamam “rainha do pop”. Madonna não é arte, contudo, no sentido de produto insubmisso à sua transformação em mercadoria. Ela é pura e explicitamente mercadoria. Ninguém pode lhe objetar a falsidade. Quem pergunta se ela é arte está equivocado quanto ao estatuto da questão.
Madonna não é nada, dirão seus críticos mais ferrenhos, aqueles que percebem sua inexpressividade musical, mas desconsideram a competência espetacular que é o seu foco. Dizer que ela é uma má artista é um exagero que desconsidera que sua questão, a despeito da enganação que a publicidade faz com o povo usando o apelativo da arte, não é a arte, mas o Espetáculo. Quem entender de mercadoria não poderá se revoltar contra Madonna. Como mercadoria ela nem pode ser cobrada de qualquer ética para além do que ela está a vender.
Madonna é um produto muito competente da Indústria Cultural que culmina na Sociedade do Espetáculo. Ela é uma empresa que usa a cena da arte. É um negócio como qualquer negócio. Emblema da competência, ela é a alegoria perfeita da Indústria Cultural e a melhor expressão da falta de expressão do Espetáculo. Vazio estético apresentado com pompa de efeitos especiais e corpo de plástico, pura esteticidade que impera com sua marca autoritária de coisa a ser seguida por hordas de imitadores e “consumidores”, aparência de beleza eterna que sobrevive ao tempo, estereótipo e simulacro. Imitar a produção não serve para alimentar seu ego. Isto não vem ao caso. O que importa é a série de produtos que são vendidos com a marca da Madonna. Nada de novo se diz aqui. A única coisa que seria realmente uma novidade seria a consciência de que a imersão no meramente estético que a mercadoria Madonna define é que estamos diante de uma máscara sem rosto. Só o que podemos lhe objetar é aparecer tanto e roubar espaço em nosso imaginário. É não pedir licença. A Indústria Cultural é um eterno saque indevido, um roubo, no tempo do imaginário que seria um direito de todos.
Madonna ou Vênus
Assim como no Renascimento italiano a Vênus surgindo das águas na pintura de Botticelli representou a verdade, Madonna é a nova verdade na passagem dos séculos. É a Indústria Cultural emergindo no Espetáculo. O mito do nascimento da Vênus na pintura de Botticelli mostrava que a verdade deveria estar nua e livre das roupas da cultura. Madonna inverte tudo. Enquanto a Vênus nascia do mar, sustentada por uma concha, Madonna surge de dentro de carros, holofotes, lasers, luzes e toda a parafernália que adorna o kitsch pomposo do pop com seus trejeitos herdeiros das óperas, feito de rituais de efeito sadomasoquista e lúdico-tecnológico. Seu corpo forte e musculoso, capaz de enfrentar toda fraqueza, que promete superar toda morte, é o emblema do poder invejável, o poder que faz qualquer um entregar sua liberdade em nome de um sentido, uma proteção pela adoração da imagem.
Aqueles, feministas ou não, que viram em Madonna a emblemática da mulher poderosa porque desbocada, sexualmente livre, determinada, competitiva, e apesar de toda a sorte de liberdade, capaz de ser uma boa e caretíssima mãe, não percebem que ela mesma é uma montagem que deriva da cultura patriarcal que continua dizendo o que devem ser as mulheres. Não mais do que coisa para olhos alheios. Sem moralismo quem poderá objetar que há algum mal nisso tudo? Temos apenas que cuidar para que a ausência de moralismo não nos jogue de cara no chão do cinismo que a tudo perdoa.
Madonna não é feminista. Seria feminista se não fosse senhora e serva da indústria, rainha e súdita do pop. Madonna, emblema da indústria, é fabricada pela indústria que precisa levar em conta as demandas feministas, pois “mulheres” também é uma excelente mercadoria.
A Indústria Cultural substituiu a totalidade daquilo que antigamente chamamos de arte. Mas manteve a promessa de felicidade que a arte promovia. A arte, assim como a crítica, foi descartada já que o que ela prometia custava caro em termos de experiência. A crise da arte não pode ser separada do capitalismo, do consumismo e da indústria que promete dar tudo aquilo que a arte antigamente prometia, mas por meios mais fáceis. O que a arte prometia era felicidade pelo estranhamento e pela distância. A indústria afirma que a felicidade pode vir sem estranhamento nem distância. Ela está ao alcance do cartão de crédito, ou dada de graça em rádios e tevês, e, hoje em dia, dada a qualquer um que aceite a publicidade, basta um pouco de prostituição ou aluguel dos seus sentidos. Nenhum de nós cobra pelo aluguel de nossos olhos e ouvidos. Somos otários ou ingênuos. A publicidade vende a idéia de que basta comprar e ter, que basta comprar para lucrar em entendimento e emoção. Quem não queira lucrar não deixará de ser otário. Pagará igualmente pela própria possibilidade que parece vir de graça. A publicidade, parasita de toda mídia, não irá deixá-lo em paz, seja pelo chamado do tele-marketing que já era uma potência da invenção de Graham Bell, seja antes de assistir o filme no telão do cinema onde se compra o ingresso para ver um determinado “produto cultural” e quem sabe “lucrar” vendo sinais de “arte”, e paga-se pela propaganda que não se pediu para ver. A única justiça seria ingressos de graça ou pagamento pelo aluguel da nossa paciência de rebanho.
Em show da Madonna no Rio, em um país pobre como o Brasil, os ingressos ao preço indecente do nosso salário mínimo de fome sobraram porque também haverá fome diante da Indústria Cultural. Ela não é acessível como finge ser. Nem Madonna escapa da nossa fome. E mesmo quando o preço do ingresso vale a emoção, ninguém sai sabendo mais do que aquilo que já se sabia quando se usa qualquer droga, o efeito é sempre o mesmo."

* Comentário de Luiza

Cérebro é uma coisa maravilhosa, todas as pessoas deveriam ter um!...rs..
E, não me venham com este papinho mais que furado..”gosto não se discute" e tal. Não, não me venham com desculpinhas maltrapilhas. A maioria das pessoas tem gosto musical eclético, também tenho, porém, costumo comparar gosto musical com paladar, uns gostam de comida oriental, outros preferem a comida francesa, outros tantos, a brasileira, e assim por diante, mas causa-me espanto que alguém consiga descer goela abaixo, e ainda deleitar-se.. com comida estragada! Enfim...
Que gozem os tambores!..rs..nem cabe discutir Madonna e Arte no mesmo parágrafo, e duvido que ela considere seu trabalho, arte!
Madonna é fake. Só consome quem gosta porque se identifica!
Não conheço uma só pessoa do meu círculo de amizades que admire ou mesmo curta a Madonna, e sinceramente, se um dia... conhecer alguém que goste, aniquilo..kkkk....!(preconceito??!!) bem, preconceito, às vezes, também é algo maravilhoso, assim como o cérebro...nos poupa um tempo precioso..rs..
Bom feriadão!

Luiza


chapéu da via-láctea
rabo de baleia
banana e telepatia
o show não é só na tv
hollywood e rabanete
teu novo sabonete
o brilho dos teus dentes
continente muito quente
a boca da estrela
------------------------------
dê conta do recado
ai bela flor do lácio
a energia da paixão
me escondeu
no frio louco do alaska
a segunda coca-cola
menina esqueça agora
choveu
e o sol entrou nas escolas
nas asas das cabeças novas
-----------------------------
sei do perfume mortal
da equação artificial


Geraldo Urano
Só de Você
Composição: R. de Carvalho / R. Lee

.
Será que a gente ainda será
A velha estória de amor que sempre acaba bem, meu bem
Meio demodée para hoje em dia
Antigamente, tudo era bem mais chique

Porque a gente nem sabe porque
Mas acontece que eu nasci pra ser só de você
É claro que a sorte também ajudou
Ultimamente, um romance dura pouco

Cola, seu rosto no meu rosto
Enrola, seu corpo no meu corpo
Agora, está na hora de dançar...

Guiomar - Por Rejane Gonçalves


Guiomar vive na rua de cima. Hoje, desceu. Num vestido sem mangas, de saia rodada e flores verdes em salpico, cintura marcada, decote sedento por um pedaço de chão. Braços nus, abandonados ao longo do corpo, mas vivos. Braços de bailarina. Olhos acesos catando os céus, luz em foco na palidez de cera do rosto de santa. Andar roubado, leveza de garça e ondulações de serpente. Veio do alto. Venceu a terra barrenta da rua comprida com força de inundação. Chegou embaixo repleta, grandiosa, maior que seu próprio tamanho. Acumulada.
Vi os cabelos de Guiomar, cortados à faca pelos soldados que a conduziam, sumirem na escuridão do corredor da delegacia daquela cidade pequena. Minha quase aldeia, aonde o tempo também vai devagar e arrasta-se pestanas adentro das janelas que olham.
Nunca esqueci.


Rejane Gonçalves

PAULO ROBERTO - por Norma Hauer



GENTE QUE BRILHA

No início do século XX havia, no município de Ponte Nova (interior de Minas Gerais) uma vila de nome Saúde. Foi ali que no dia 10 de outubro de 1903 veio ao mundo alguém que recebeu o nome de José Marques, mas ficou conhecido no meio radiofônico como PAULO ROBERTO.

Deixando seu município natal, veio para o Rio de Janeiro, onde estudou Medicina, tornando-se um médico obstetra. Parece que já estava escrito: ele nasceu em Saúde e se transformou em um grande médico ajudando centenas de crianças a nascer.
Mas...
Mas não foi como médico que ficou famoso. Dividindo-se entre a Medicina e a radiofonia se tornou um dos grandes vultos do tempo áureo do rádio com o nome de PAULO ROBERTO. Como radialista formou, ao lado de Almirante e de Paulo Tapajós,o trio que mais fez em prol de nosso rádio e sua história.

A primeira vez que ouvi Paulo Roberto foi na Rádio Tupi, apresentando as "Serestas de Sílvio Caldas", onde , com pequenos resumos, falava das melodias que seriam cantadas por Sílvio. Sílvio Caldas era imprevisível e desaparecia indo garimpar em algum lugar do Brasil..Antes de viajar, porém, passou para o disco uma das obras-primas de Paulo Roberto:"Cigana", cuja última estrofe dizia:

".. e dei-te as mãos, e nossas mãos tremeram,

Teus olhos nos meus olhos se perderam.

Eu fiquei mudo e não disseste nada.

Então sorriste e eu te chamei querida,

Unimos nossas vidas, numa vida.

E desfez-se o mistério do teu porte.

Mas não perdeste o teu poder divino,

Nas minhas mãos não leste o meu destino,

Porque está em tuas mãos a minha sorte. "

Seu veio de compositor ainda o fez autor de uma bela canção chamada "Minha

Serenata" e de "Vagalumeando".

Deixando a Tupi, Paulo Roberto levou seu talento para a Rádio Nacional e passou a

ser conhecido em todo o Brasil com seus inteligentes e originais programas.

Na RádioNacional lançou "Nada Além de Dois Minutos"; "Gente que Brilha"; "Obrigado Doutor' (que originou um filme com o mesmo nome);"Honra ao Mérito"; "Bandeiras da Liberdade" e, por último, "Lira de Xopotó", trazendo as bandas do interior para que fossem ouvidas e conhecidas em todo o Brasil.

Mas chegamos a 1964 e Paulo Roberto, como muitos outros que fizeram a Rádio Nacional ser a maior emissora da América do Sul, foi "dedurado" como comunista , devido a seu trabalho como médico e suas idéias por uma justiça social atendendo a centenas de gestantes pobres.

A Rádio Nacional deixou de ter talentos, para ter medíocres. A Rádio Mayrink Veiga, na mesma ocasião, foi "cassada" e morreu. A Nacional , como era, também morreu e hoje tenta renascer de suas cinzas.

Afastado do rádio, PAULO ROBERTO deu sua colaboração para a televisão, lançando sua "Câmera Indiscreta", muito superior às "pegadinhas " de hoje.

Como radialista, ele parou quando foi desligado da antiga PRE-8, mas como médico foi importante para o término das obras do Hospital de Clínicas 4º Centenário, que se encontravam paralisadas desde o temporal de 1966, que quase arrasou com Santa Teresa.

Hoje, aquele hospital maravilhoso, no qual acreditei quando era ainda mato e me tornei uma de suas sócias fundadoras, hoje está abandonado, prestes a ser transformado em uma tapera. O que é pena. Era um ótimo hospítal.

Sem completar 70 anos, PAULO ROBERTO faleceu em 1973, deixando um grande vácuo nos corações de todos que o admiraram.

Foi fazer serenata junto aos que partiram antes dele. Assim:

"Nas noites de serenata,

A minha voz se desata,

Surgindo da multidão..."

Norma

CATULO DA PAIXÃO CEARENSE- por Norma Hauer


Seu nome é Cearense, mas ele nasceu em 8 de outubro de 1863 em São Luiz do Maranhão, onde viveu até aos 10 anos, quando sua família passou a residir no interior do Ceará, terra de seu pai (Amâncio José da Paixão Cearense).

Durante muito tempo, com ele já residindo aqui no Rio de Janeiro, pensava-se que fosse cearense. Parece-me que quem "destrinchou" a verdade sobre sua naturalidade foi Almirante (Henrique Foreis) um dos homens mais inteligentes do rádio brasileiro. Inteligente e pesquisador que ia "fundo". Não aceitava nada sem provas.

Aos 19 anos, Catulo, contra a vontade do pai, abandonou os estudos e passou a dedicar-se a tocar violão. O violão, naquela época, assim como outros instrumentos era considerado vulgar e "gente bem" não se aproximava de um.

Mas Catulo era teimoso e sendo um poeta e músico nato, dedicou-se ao instrumento e começou a compor serenatas, o que era, também, uma "ousadia". Por aí vê-se a dificuldade que deveria ser dedicar-se a coisas "reles" que as pessoas de família não apoiavam.

Catulo, enfrentando tudo, em 1908 apresentou-se com seu instrumento "infame" no Conservatório de Música e passou a ser aceito na sociedade . Afinal era um gênio !!!
Apesar disso, só em 1914, quando a pedido de Nair de Tefé, mulher do então
Presidente da República (Marechal Hermes) apresentou-se no Palácio do Catete, é
que foi mais bem recebido a ponto de ser convidado para saraus, "modismo" da
época. Nair de Tefé, mesmo sendo quem era, também encontrou preconceito para se impor como caricaturista, com o nome de Rian (Nair invertido).
Reconhecido como gênio e freqüentando saraus em um deles uma mocinha metida a importante zombou de sua feiura. Para que?
Na hora ele compôs "Talento e Formosura".

A música mais famosa de Catulo, que é cantada até por crianças atualmente ("Luar do Sertão") não é das mais bonitas nem das mais poéticas, embora seja uma ode ao sertão.

Por Um Beijo ";"Clélia";Cabocla Bonita"; "Rasga o Coração"... são verdadeiras obras de arte, com músicas e poemas deslumbrantes.

Colocarei aqui a letra de "Talento E Formosura"porque a considero uma obra-prima que é uma lição para quem pensa que a beleza é eterna.

TALENTO E FORMOSURA

Tu podes bem guardar os dons da formosura,
Que o tempo um dia há de implacável trucidar.
Tu podes bem viver ufana da ventura,
Que a natureza cegamente quis te dar.
Prossegue, embora,
Em flóreas sendas sempre avante,
De glórias cheias no seu solo triunfante,
Que antes que a morte vibre em ti funéreo golpe seu,
A natureza irá roubando o que te deu.

E quanto a mim, irei cantando meu ideal de amor,
Que é sempre novo, no vigor da primavera.
Na lira austera em que o Senhor me fez tão destro,
Será meu estro só do que for imortal.

Terei mais glória em conquistar com sentimento,
Pensantes almas de varões de alto saber.
E com amor e com pujança de talento,
Fazer um bardo ternas lágrimas verter.
Isso é mais nobre, é mais sublime e edificante
Do que vencer um coração ignorante.
Porque a beleza é só matéria e nada mais traduz
Mas o talento é só espírito e só luz.

Descantarei na minha lira as obras-primas do Criador,
O mago olor da flor, desabrochando à luz do luar.
O incenso dágua que nos olhos faz a mágoa rutilar
Nuns olhos onde o amor tem seu altar.

E o verde mar que se debruça na alva areia a espumejar
E a noite que soluça e faz a lua soluçar.
E a Estrela Dalva e a Estrela Vésper langüescente
Basta somente para os bardos inspirar.

Mas quando a morte conduzir-te à sepultura,
O teu supremo orgulho, em pó, reduzirá.
E após a morte profanar-te a formosura
Dos teus encantos mais ninguém se lembrará.
Mas quando Deus fechar meus olhos sonhadores
Serei lembrado pelo bardos trovadores,
Que os versos meus hão de na lira em magos tons gemer
E eu morto, embora, nas canções hei de viver.

Ufa!!! Penso que para entender bem esses versos, será necessário o uso de um
dicionário.

Catulo faleceu em 10 de maio de 1946, aqui no Rio de Janeiro e hoje, 65 anos após sua morte, ele morto, embora, nas canções está vivendo.

Assim são os gênios !

Norma

domingo, 9 de outubro de 2011

"Cão de Briga" - José Nilton Mariano Saraiva

O “click” do destravamento da estranha coleira mecânica (e sua posterior remoção do pescoço) representava a senha para que aquele aparentemente tímido e frágil ser humano se transmutasse numa fera ensandecida, capaz de aniquilar quem encontrasse à frente. Na verdade, desde a meninice o pacato e “desligado” Danny (Jet Li) que experimentara precocemente a orfandade, fora exaustivamente treinado e programado (por um suposto “tio”) com um objetivo específico: nas arenas da vida, tornar-se uma potente arma de guerra, autentico matador profissional, capaz de trucidar o adversário em segundos, em troca de algum dinheiro. Ao final de cada combate, dinheiro no bolso do “empresário” e o retorno à jaula que lhe servia de moradia, à comida racionada e às humilhações de sempre. Um cachorro vadio e desprezível, na completa acepção do termo.
Mas quando, em razão de um grave acidente (e a presumível morte do seu “tutor-tio”), o “encoleirado” Danny se vê sozinho no mundo, perambulando sem rumo pelas ruas, repentinamente é atraído pelo som de um piano; e aí ele conhece Sam (Morgan Freeman) que, apesar de cego, é um exímio afinador do instrumento.
Desprovido da visão, mas dono de uma apurada acuidade extra-sensorial, Sam detectara a presença de Danny no ambiente, estimulara-o a aproximar-se, pedira sua ajuda no manuseio de algumas teclas do piano e, ao final da conversa que fizera questão de provocar, convencido de que tratava de alguém de boa índole (mas sozinho no mundo, sem eira e nem beira), convidara-o para ir morar em sua casa. Lá, o encontro com Victória, enteada de Sam, aluna-concludente de um dos mais respeitáveis conservatórios de música (piano) dos Estados Unidos.
Pacientemente, os dois deixam que Danny aos poucos se liberte dos seus medos e apreensões, das suas angústias e temores e finde por integrar-ser à “nova família”, até porque, segundo ouviria de Sam a posteriori, “as famílias devem permanecer unidas”; e assim, aos poucos, acompanhado por Sam ou Victória, Danny começa a descobrir os prazeres da vida, em coisas e situações aparentemente banais ao mortal-comum: tomar um sorvete e saber que é gelado, ir a um supermercado, detectar quando uma fruta se acha madura e, até, que um beijo na face, lhe dado por Victória em forma de saudação, é “molhado” e “gostoso”. Definitivamente, aquela era a “sua família”.
De outra parte, os ensaios de Victória ao piano, em pleno recinto familiar, além de deixá-lo embevecido e extasiado, repentinamente o levam de volta ao passado e, via fragmentos memoriais, imagens começam a “pintar no pedaço”. E aí ele obtém a resposta do “porque” da sua atração pelo piano: sua mãe fora pianista. Ajudado por Sam e Victória (através de um “retrato” que guardara e pesquisas posteriores), descobre não só a identidade materna, mas que fora uma pianista consagrada e famosa.
Nisso, numa prosaica visita a um supermercado, eis que Danny é reconhecido por um dos comparsas do “tio” (que ele julgara morto e que o transformara num autentico animal); descobre, então, que o próprio havia sobrevivido ao acidente e se vê “convidado” a comparecer à sua presença, imediatamente (sob a ameaça de que, não o fazendo, descobririam seu endereço e seus atuais protetores sofreriam as conseqüências).
Volta, é obrigado a recolocar a coleira e, mesmo afirmando não mais querer matar ninguém, é jogado numa arena onde cinco profissionais, usando instrumentos contundentes, começam um autentico “massacre”; por instinto de sobrevivência, a “fera” ressurge em todo o seu esplendor e assim Danny acaba com todos eles. Foge e, ferido, arquejante e cambaleante procura o abrigo de Sam e Victória, até porque “as famílias devem permanecer unidas”.
Surpreso, descobre que os velhos amigos (o “tio” à frente), já haviam descoberto seu “esconderijo” e, agora, subiam os lances de escada dispostos a trucidar com todos eles. Após colocar Sam e Victória num local presumivelmente seguro, dá-se a última batalha: um a um os comparsas são abatidos, impiedosamente, só restando o “tio”; já caído ao chão após uma luta sangrenta, incitando-o a que ele (Danny) mostre ser o que realmente é - “só um assassino” – provoca-o mais ainda ao afirmar que sua mãe fora uma prostituta que lhe servira sexualmente em ocasiões diversas; e aí, em feedback Danny revive a cena em que o “tio” matara sua mãe, à queima roupa, com um tiro na cabeça. Ainda assim, naquele momento crucial, o humano se sobressai, a fera sucumbe e Danny terminantemente se recusa a assassiná-lo; não, ele não é “aquilo”. Pressentindo o perigo, Sam sai do esconderijo e acaba com o marginal, ao acertá-lo com um vaso de plantas, na cabeça.
Cena final: no conservatório, ao receber seu diploma de melhor pianista, Victória, ao ser convidada pra mostrar suas habilidades, toma do microfone e anuncia que a música a ser executada é dedicada a alguém muito especial, que se encontra na platéia; alguém cuja vida transformou-se quando encontrou a música.
Haja coração.
Um filmão !!!

Pensamento do Dia, por Liduina Belchior.

Andei por estradas de pedra, de areia, de barro, e de asfalto.
Conheci pessoas de todos os tipos: Amáveis, ingênuas, sagazes,
arrogantes, inteligentes, sapientes e outras.
Fui a lugares inusitados: sertão, chapadas, fazendas, cidades grandes,
cidades pequenas, vilarejos, distritos, sítios e litoral.
Mas o melhor lugar, é onde se é bem amado, e a melhor gente, é a simplória,
que é pura e sabia.

A Brisa do Salgado - Emerson Monteiro


Este o título de outro livro do autor Dimas Macedo, telúrico lavrense de quatro costados e raízes fincadas às margens do rio de nosso querido rincão. Devotado à vida de Lavras da Mangabeira de tantos acontecidos e personagens, aprofunda ação no amor à terra, em estudos e registros do universo que lhe convida a momentos definitivos das páginas que escreve com ânimo acendrado. Prolífico, incansável, preserva as relíquias desse lugar, consagrado aos irmãos de uma terra reconhecida pelas letras, de inúmeros títulos, poetas, contistas, cronistas, romancistas, memorialistas, nascidos ou vividos no seio do tórrido continente.

E Dimas se entregou à função de maestro da orquestra multiforme... Escriba primoroso, dedicado, proficiente, recolhe peças elaboradas pelo esmero daqueles heróis da pena, e constitui o acervo da literatura que descobre aos filões na alma dessa gente... Traça rumos, pesquisa, referenda, artífice intelectual da Academia Lavrense de Letras, exemplo vivo de cultor da arte a quem oferta sonhos de inteira devoção.

O livro que hoje nos traz, edição da Imprece Editorial, Fortaleza CE, 2011, consolida posições por meio de crônicas e ensaios inspirados, visando significar o rumo saboroso dos quintais férteis do Rio Salgado, cujas águas acariciam os morenos pés das musas da pátria ressequida. Ainda que envolto nos afazeres profissionais, se permite a instantes preciosos de laborar espelhos de sapiência e monta e totalidade lógica dos discursos textuais coletivos.

Converge, pois, linhas do tempo e do espaço lavrenses na colcha de retalhos dos filhos próximos ou distantes, vivos ou eternos, presentes ou para sempre destacados pela fraternidade, instrumentos afeitos à batuta do grande amigo que resolveu doar genialidade aos amantes das letras interioranas, literatura ao natural.

Um inesquecível cronista das terras alencarinas, poeta, ensaísta e historiógrafo, Dimas Macedo assim subscreve a legenda de que Lavras da Mangabeira se reveste qual cidade fenômeno das letras cearenses, pela incidência privilegiada na relação autores/habitantes no decorrer da sua história, satisfação e honra dos apreciadores da cultura.

por socorro moreira






Um palhaço que sabe chamar
Uma criança que adora brincar
Um choro que se transforma em risos
Toda verdade de cada mentira

-Ser criança é acreditar em tudo
que nos dizem !

Essa energia que invade a nossa casa
Transforma o silêncio, acorda a felicidade ...
Sabe falar coisas engraçadas
Parece ser de um planeta encantado

Olhos nos olhos ,
e o sorriso aflora
Pergunta , e responde,
sem esperar resposta
Abraços ,
Sofias e Clarices,
Biancas, Vitórias !

Alice no país da Bisaflor
Isabelas esperam
a magia de uma nova história
Venham, meninas
O mundo está lotado de avós,
que sabem ser crianças como vós !

(socorro moreira)

Lennon aos 70 anos de idade? - José do Vale Pinheiro Feitosa


E John Lennon hein? Se ainda fosse vivo estaria completando hoje (8 de outubro) 70 anos de idade. E este “se” nos leva a imaginar coisas.

Estaria o Lennon passeando num “of Road” pelas trilhas aburguesadas das últimas terras ditas indenes dos EUA, mas que já de muito estão contaminadas? Teria abandonado o Central Park e moraria num Rancho da Califórnia, tão imenso e desmedido como as fantasias de todos os milionários?

Ou o nosso Lennon continuava um rebelde, dando murros em ponta de faca, tendo sido expulso dos EUA por Bush e ido morar nas Ilhas Virgens por suas posições contra as guerras do Iraque e do Irã? Estaria futucando o Obama pelo desemprego que acabará com uma geração inteira de trabalhadores nos EUA? Ele hoje estaria fazendo perguntas sobre a escolha do Prêmio Nobel da Paz para o dissidente chinês. Um prêmio que tem muito pouco de paz, mas serve para fustigar dentro da guerra obscura das moedas subvalorizadas?

E Lennon ainda estaria com a seiva criadora da música ou como o Chico se retira para escrever romances? Quem sabe ainda manteria a criatividade, agora amenizada, ao gosto das salinhas de classe média? Como o nosso Caetano Velloso estaria na campanha dos Republicanos, mesmo sabendo do Tea Party de madame Palin?

Como seria o Lennon aos setenta anos se aquela bala mortal não fizesse fugir o seu sopro de vida? E muito nos conforma aquele momento radical que não permitiu um quadro de aceitação integral do sistema a quem condenava?

Mesmo assim a nossa imaginação poderia pensar muitas coisas. Uma delas é que ou ele tinha partido para uma ruptura definitiva ou se acomodaria mesmo que mantendo suas posições liberais. Certamente que a pasmaceira dos anos 80 e 90 e os 10 do segundo milênio morreu. A pasmaceira morreu em 2008.

Agora é a crise. E na crise as rupturas recomeçam. Umas autoritárias e outras libertárias. Estamos nos anos jovens do jovem Lennon. Retornamos a eles. Vamos viver muitos solavancos.


out/2010

Retiro

Retiro
Paulinho da Viola

Meu tempo às vezes se perde
Em coisas que não desejo
Mas não repare esse lado
Pois meu amor é o mesmo
Nos momentos de carinho
Eu me desligo de tudo
Nos braços de quem se ama
É fácil esquecer o mundo

Às vezes eu me retiro
E nada me faz sentido
Só há um canto na vida
Aonde eu me refugio
Afasta as sombras que eu vejo
Em teus olhos tão aflitos
Você conhece minh'alma
E quando quer me visita

A Maravilhosa Máquina Do Tempo De Christiano Câmara



Por Fernanda Sleima

Tire uma tarde para fazer algo diferente, dê uma trégua nessa incessante correria contra os ponteiros do relógio. Precisa de um lugar? Tenho um perfeito para você: a casa onde o tempo não passou, onde as paredes respiram historia, onde o passado permanece congelado e acima de tudo, preservado.

O endereço, não podia ser o outro, o velho centro da cidade, atrás da igreja da Sé. Resistindo as especulações imobiliárias, a transformação da antiga e calma Rua de Escadinha em uma travessa comercial, permanece parada no tempo a Casa do Seu Christiano Câmara.

Não se engane com a estreita fachada, o lugar certamente abriga uns dos maiores acervos de música, literatura e cinemas antigos. Toque a campainha e espere, você será recebido por um simpático senhor de 73 anos com uma historia de vida extraordinária.

A partir daí, o prazer é todo seu, Christiano Câmara, pesquisador, historiador, memorialista e musicólogo. Entre, a casa é sua, pergunte o que quiser, desde que seja do século passado e das cincos primeiras décadas desse ano.

No quesito música, se lambuze, se os bolachões lhe parecem peças de museu, espere só para ver os discos de cera de carnaúba, são mais de 20 mil, prontos pra tocar no velho e conservado gramofone.

Tudo isso, com um cenário constituído por mais de 800 quadros espalhados por toda casa, a sensação que se tem é que você esta sendo observado.

Lá pelas tantas entra em cena a matriarca, e a maior colaboradora do trabalho do seu Christiano Câmera, a sertaneja (como ela própria tem orgulho de falar) de Jaguaribara, Douvina Andrade Câmara. Ela certamente ira lhe oferecer um café, não recuse, quem já provou imagina que deve ser sua especialidade.

Não se desespere você vai ser bombardeado de informações, espere seu Christiano Câmera tomar fôlego e entre uma boa conversação e outra sobre a década de ouro da música brasileira, entre na intimidade do casal. Não se acanhe, peça para ler os bilhetinhos escritos diariamente por seu Christiano para sua esposa nesses 50 anos de casados e entenda o real valor da palavra amor. Resultado: três filhas – Zuleica, Vanda e Iara (falecida), e cinco netos: Christiano, Thais, Adriana, Gustavo e Sarah

Se sinta em casa, explore cada lugar, cada foto, cada música, cada objeto.

Se não fosse o barulhento mercado central ao fundo da casa, nada amargaria o a áurea de lar, doce lar do homem-enciclopédia, que vive tirando poeira de tudo, escrevendo em sua velha maquina de escrever, e comprove: “O novo é o velho que foi esquecido” (Christiano Câmera).

O tempo passou rápido? Caiu a noite? Você tem duas opções, acompanhe o casal em seu ritual diário, levando sua cadeira para a calçada e siga na aula que você torce para que não termine. Então se vá, guardando tudo que você viu, ouviu e sentiu, e saia dizendo muito prazer a si mesmo.

Informações:
Seu Christiano reside na Travessa Baturité, Número 162, centro-CE. Seu museu particular está aberto à visitação de segunda a sexta sempre depois das 14h.