por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 20 de março de 2022

FUGINDO DO INFERNO” – José Nílton Mariano Saraiva


Às impensáveis e criminosas “atrocidades” cometidas pelos nazistas 80 anos atrás, no decorrer da Segunda Grande Guerra Mundial, nós, os sessentões/setentões da vida, só pudemos ter acesso através de relatos dos poucos que conseguiram a “façanha de sobreviver” e de filmes épicos que reconstituíram aquele negro período.

Eis que agora, em pleno século XXI, atônitos e estupefatos temos o “desprazer” de assistir em tempo real, via telinha, a monstruosidade do que é uma guerra, principalmente quando as vítimas preferencias são mulheres indefesas e crianças inocentes, submetidas a tanta dor e a tanto sofrimento, por decisão de arrogantes e insensíveis engravatados instalados em redomas refrigeradas, longe do inferno em que se transformou a bela Ucrânia.

E assim, embora já passados “na casca do alho” em termos de vivência humana, as cenas horripilantes nos causam estupor e incredulidade.

Como entender que, com os pais compulsoriamente detidos para “defender a liberdade da terra natal” (embora muitos tenham se voluntariado antes), adolescentes femininas, mães e filhos menores de idade sejam obrigados a deixar tudo pra trás, levando uma só mala ou mochila com alguma coisa útil e se mandem, a pé, por dezenas de quilômetros, literalmente “fugindo do inferno”, numa caminhada rumo ao desconhecido (isso sob um frio intenso, com temperatura abaixo de zero, sem comida e sem água) antes que os temíveis invasores cheguem destruindo tudo; que futuro os aguardará em novas terras, onde praticamente terão que recomeçar do zero e dependerão da caridade alheia (a começar do novo idioma, emprego e por aí vai).

E pelo que se viu até aqui (já se passaram mais de 20 dias), enquanto a lengalenga da diplomacia não leva a lugar nenhum (a exigência de uma das partes para se chegar a algum acordo é que todas as condições apresentadas sejam aceitas pelo oponente), a ordem do comando invasor é não deixar pedra sobre pedra; tem que demolir, arrasar, fazer desaparecer definitivamente cidades que levaram anos para serem erigidas com tanta luta e dedicação.
Tanto que, numa mudança recente, os já poderosos e potentes mísseis convencionais até então usados para atingir edifícios residenciais, substituídos foram por misseis hipersônicos, de maior poder de destruição e eficiência (lançados de caças MiF-31, têm capacidade de atingir alvos a 2 mil quilômetros de distância, atingem velocidade dez vezes maior que a do som e viajam a 6 mil quilômetros por hora, são capazes de realizar manobras e desafiam todos os sistemas de defesa antiaérea).

Fato é que, pelo andar da carruagem, a apavorante perspectiva de que as "portas do inferno" sejam definitivamente escancaradas através da entrada de novos atores (armados até os dentes) deve ser considerada, sim, lamentavelmente.

Chegaremos ao ARMAGEDOM ??? (grande guerra final ou confrontação decisiva).

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