por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 2 de junho de 2013

"Vergonha" - José Nilton Mariano Saraiva

Por paradoxal, os próprios integrantes da cúpula de Poder Judiciário estimulam os mortais comuns a – ao raiar de cada dia - desconfiarem que, ao contrário do que ditam os manuais e a nossa Carta Maior, a Justiça não é igual para todos (passa longe disso); que existe, sim, de maneira sorrateira e disfarçada, entre quatro paredes, tratamento diferenciado e privilegiado para aquele segmento social incrustado no topo da pirâmide social: os detentores do vil metal.
Tanto é que, agora mesmo, após quatro meses, tempo julgado (por eles) suficiente para que a poeira baixasse e os ânimos serenassem, os integrantes do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiram (a troco mesmo de quê ???) libertar os responsáveis pela morte dos 242 jovens que sucumbiram tragicamente envenenados numa boite da cidade de Santa Maria/RS, sob o estapafúrdio argumento de que não representam nenhum perigo para a sociedade.
É inconcebível que se ignore o sofrimento e a dor de tantas famílias vitimadas pela insensibilidade de uma meia dúzia de inescrupulosos empresários, ávidos pelo lucro a qualquer preço; é inaceitável que alguém que assume a responsabilidade de matar (sim, ao usar material inadequado, porquanto altamente tóxico), seja posto em liberdade de uma hora para outra, como se nada houvesse acontecido.
Estamos falando da morte de 242 jovens; estamos falando do sofrimento atroz de 242 famílias; estamos falando de sonhos alimentados durante anos e abruptamente interrompidos; estamos falando, enfim, de seres humanos. 

Daí, uma única palavra para definir isso tudo: “vergonha”. “Vergonha” de um Judiciário corrupto e imoral, capaz de proteger assassinos confessos.

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