por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 12 de junho de 2012

Seremos, algum dia, japoneses?

O dinheiro e as barras de ouro estavam em cofres e carteiras de vítimas do tsunami no Japão. Em casas e empresas destruídas. Nas ruas, entre escombros e lixo. Ao todo, o equivalente a R$ 125 milhões. Dinheiro achado não tem dono. Certo?

Para centenas ou milhares de japoneses que entregaram o que encontraram à polícia, a máxima de sua vida é outra: 'não fico com o que não é meu'! E em quem eles confiaram? Na Polícia, que localizou as pessoas em abrigos ou na casa de parentes e já conseguiu devolver 96% do dinheiro.

A reportagem foi do correspondente da TV Globo na Ásia, Roberto Kovalick. A história encantou. “Você viu o que os japoneses fizeram?” Natural a surpresa. Num país como o Brasil, onde a verba destinada às inundações na serra do Rio de Janeiro vai para o bolso de prefeitos, secretários e empresários, em vez de ajudar as vítimas que perderam tudo, esse exemplo de cidadania parece um conto de fadas. O que aconteceu em Teresópolis  e Nova Friburgo não foi um mero e imoral desvio de dinheiro público. Foi covardia. (O mesmo aconteceu com as doações e mantimentos enviados para os desabrigados pelas enchentes em Santa Catarina)

Político japonês, também pode não ser santo. Em que instante a nossa malandragem deixa de ser folclórica e cultural e passa a ser crime de desonestidade? Por que a lei de tirar vantagem em tudo está incrustada na mente de tantos brasileiros? A tal ponto que os honestos passam a ser otários porque o mundo seria dos espertos?

Eles devolveram às vítimas do tsunami R$ 125 milhões. Precisamos – nós e a Polícia – aprender a agir assim.

Um dia, todos precisaremos aprender que não se coloca no bolso, na bolsa, nas meias e nas cuecas um dinheiro que não nos pertence. É roubo.

RUTH DE AQUINO, é colunista de ÉPOCA - raquino@edglobo.com.br

Um comentário:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Ângela, a Ruth em boa hora nos mostra um exemplo positivo de sociedade. Do comportamento do seus membros. Mas tem uma coisa de pessoas como ela não conseguem enxergar e se conseguem não são japonesas: omitem. O mais grave em Teresópolis não foi o embolsamento do dinheiro por prefeitos e vereadores até por que isso está por se provar, mas se diz e todos acreditam. O mais grave, repito, é o tipo de sociedade em que o Estado (união, estados e municípios) funciona só para uma classe social. No caso de Teresópolis e Friburgo foi isso o que aconteceu: os bairros ricos, as "casas de serra" da elite carioca que as tem por temporadas foram os bairros recuperados além até do que já tinham em infraestrutura. Agora o bairros populares isso já é outra coisa. Em outras palavra: o dinheiro foi gasto com o ricos.