por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O MAR E A SOLIDÃO
O arfar de ventos marinhos
Sopros traz de solidão.
O mar e sua imensidão.
Em seu ventre abriga tantos seres...
Cada um com seus ventres e entranhas,
Para o mar, serão estranhas?
O mar e sua solidão...

Na sua fúria se mistura com tais seres,
Com seus quereres...
Depois se reflui manso, braços abertos,
Marulhando sua imensidão.
O marinheiro que lhe singra
Derrama do seu barco sua solidão.

Parado aqui, esperando o mar em mim,
Esperando que se derrame em mim
Com ondas bem profundas,
Não ondas de solidão...
Ondas que me venham a esmo,
 Pois escondo a solidão em mim mesmo.

Sou o marinheiro, sou o barco,
Sou o arco que dardeja a solidão.
Sou a réplica do amor.
Da teia bem tecida sou o fio.
Como o mar, eu enfrento desafios,
Tenho bichos pregados nas entranhas...
Como o mar, adormeço e, nas manhãs,
Sorrio pra a solidão que me acompanha.


Um comentário:

socorro moreira disse...

Lindo texto. Grande presença!

Abraços