O MAR E A SOLIDÃO
O arfar de ventos marinhos
Sopros traz de solidão.
O mar e sua imensidão.
Em seu ventre abriga tantos seres...
Cada um com seus ventres e entranhas,
Para o mar, serão estranhas?
O mar e sua solidão...
Na sua fúria se mistura com tais seres,
Com seus quereres...
Depois se reflui manso, braços abertos,
Marulhando sua imensidão.
O marinheiro que lhe singra
Derrama do seu barco sua solidão.
Parado aqui, esperando o mar em mim,
Esperando que se derrame em mim
Com ondas bem profundas,
Não ondas de solidão...
Ondas que me venham a esmo,
Pois escondo a solidão em mim mesmo.
Sou o marinheiro, sou o barco,
Sou o arco que dardeja a solidão.
Sou a réplica do amor.
Da teia bem tecida sou o fio.
Como o mar, eu enfrento desafios,
Tenho bichos pregados nas entranhas...
Como o mar, adormeço e, nas manhãs,
Sorrio pra a solidão que me acompanha.
Um comentário:
Lindo texto. Grande presença!
Abraços
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