Da página aberta,
salta a pétala seca
e a primavera antiga.
Quero dividir com vocês a alegria de comemorar os 78 anos de minha amada mãe. Seu aniversário é, sempre, uma data muito festejada - e não poderia ser diferente. Afinal, ela é a mais velha de 12 irmãos, mãe de 10 filhos, avó de 10 netos e bisavó duas vezes! Se não bastasse tudo isso, tem muitos amigos que conquistou em sua trilha de generosidade e humanismo.
Ao longo de décadas, a vó Iracy tem sido o centro da família ao reunir em nossa casa as dezenas de familiares. É uma pessoa muito querida por todos, está sempre cercada de quem a quer bem, e isso não tem preço. Porque minha mãe é daquelas pessoas que cativam pela simplicidade. Seu prazer em receber as pessoas com doçura e delicadeza, o cafezinho de hora em hora, a mesa farta, o almoço feito no fogão de lenha, o pão caseiro, seus doces em compotas, suas flores. Costumam dizer que nossa casa cheira a amor e, certamente, é dela que esse perfume exala.
Hoje, celebramos a vida e a saúde de minha mãe desde cedo. Inicamos com um café da manhã bem caprichado, a mesa posta com rosas vermelhas e lírios. Ao som de Nélson Gonçalves, saboreamos os quitutes e celebramos a vida. O café quentinho, a toalha branca de que ela tanto gosta e a companhia da filha mais velha e de meu pai.
No almoço, tivemos a presença de um de meus irmãos. O papo e o apetite foram regados a Carlos Galhardo e Francisco Petrônio, com Branca, Rosa e Baile da saudade entre outras belas canções. O arroz com feijão (que só ela sabe fazer) representam sua alegria em compartilhar. Todos que aqui vêm adoram o feijão com arroz da tia Zizi, como é carinhosamente chamada pelos sobrinhos. São esses pequenos e especiais detalhes que me fazem ser quem eu sou. Herdo de minha mãe seu amor pela vida e pelas pessoas.
Agora, começa o café da tarde em companhia de um dos meus tios e uma de suas melhores amigas. Lá vai ela, toda feliz, colocar a mesa com carinho. Minha mãe é assim. Doce.
E virá muito mais até que o dia se finde. Os irmãos, sobrinhos, cunhados e amigos vão aparecendo... Bolo com morangos, pudim de leite, arroz doce, cerveja preta (que ela adora) e muito amor. À noite, um cantinho e um violão. Música. Ah, a música! Ela, companheira indispensável de todas as horas. A voz de minha mãe somada ao violão, que ela acaricia lentamente, são um dos registros mais sensíveis que meus olhos já captaram e que guardam com ternura.
Infelizmente, preciso ir trabalhar e não posso continuar relatando tudo o que minha mãe significa. Deixo nas entrelinhas o meu apreço. A quem não a conhece, fica o convite para um cafezinho qualquer dia desses. Afinal, "a felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido."
Feliz Aniversário!
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