por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

J.Cascata - por Norma Hauer



Ele nasceu em 23 de novembro de 1912, em Vila Isabel, recebendo o nome de Álvaro Nunes, mas desde criança era conhecido como "Cascata". Quando se iniciou como compositor, em 1932, Cristóvão de Alencar acrescentou um J. em seu apelido e com o nome artístico de J.CASCATA ficou conhecido no meio musical.

Já aos 17 anos compôs uma melodia para o carnaval, que ficou conhecida como "Música do Cascata", que não foi gravada. Mas nessa época uniu-se aos artistas já conhecidos, como Noel Rosa, João Petra de Barros, Cristóvão de Alencar, Lamartine Babo e teve as portas abertas para as primeiras gravações.

Fez parte de um programa radiofônico muito conceituado, de nome "Horas de Outro Mundo", que Renato Murce apresentava na Rádio Clube do Brasil.

Em 1935 teve sua primeira gravação, na voz de João Petra de Barros, de nome "O Teu Olhar ". Estavam abertas as portas para ficar conhecido fora de seu meio, visto que seus discos começaram a ser vendidos.

"Estourou" com seu primeiro sucesso, na voz de Sílvio Caldas em 1935, com o nome "Minha Palhoça" e, nesse mesmo ano, Orlando Silva, também iniciando sua carreira, gravou "Para Deus, Somos Iguais".

Nessa mesma época conheceu o compositor Leonel Azevedo , formando uma dupla responsável por grandes sucessos de Orlando Silva, a começar com "Mágoas de Caboclo", "História Joanina", " Tristeza", "Juramento Falso" e a que projetou ainda mais o nome de Orlando Silva "Lábios que Beijei"(1937).

Mas não foi só Orlando que gravou J. Cascata.

Em 1938, J. Cascata compôs com Manezinho Araújo, cantor e compositor de "emboladas", a valsa "Mágoas de Um Trovador", gravada por Sílvio Caldas; no ano seguinte, ainda em parceria com Leonel Azevedo, gravou, com Roberto Paiva, "Ao Cair da Noite" e com Carlos Galhardo o samba "Quem Foi?". Também com Carlos Galhardo, gravou a bonita valsa "Um Sorriso, Uma Frase, Uma Flor".

Em 1940, com Orlando, gravou "Quero Voltar aos Braços Teus".
Em 1942 Nelson Gonçalves regravou " Mágoas de Caboclo" e em 46 "História Joanina".
O bonde era o meio de transporte popular e no carnaval era "rodando" a cidade, em seus bondes, que o povão mais brincava. Assim, muitos compositores inspiraram-se nos bondes e compuseram várias músicas a eles relacionadas. Dessa forma, J.Cascata e Leonel Azevedo não poderiam ficar de fora. Eles compuseram e Odete Amaral gravou, para o carnaval de 1937, a marchinha "Não Pago o Bonde",assim:

NÃO PAGO O BONDE

Não pago o bonde, Iaiá,
Não pago o bonde, Ioiô.
Não pago o bonde,
Que eu conheço o condutor.
Quando estou na brincadeira,
Não pago o bonde, nem que seja por favor.

Não pago o bonde, porque não posso pagar.
O meu é muito pouco e não chega p'ra gastar.
Moro na Rua das Casas, daquele lado de lá.
Tem uma porta e uma janela,
Manda a Light me cobrar.

No início dos anos 50, J.Cascata, uniu-se a Almirante, Pixinguinha, Donga...formando o "Grupo da Velha Guarda", que gravaram dois LPs. :
"A Velha Guarda" e "Carnaval da Velha Guarda".

J. Cascata passou a se dedicar a outras atividades e veio a falecer em 27 de janeiro de 1961, com apenas 48 anos.
norma hauer

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