por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A poesia de Lupeu, no dia do poeta




Noite quente de poucas luzes
No céu turvo
Meia dúzia de nuvens de um tom mais escuro
Algumas estrelas
Um garçom entediado
Um cantor de bar que acrescenta letra a letra da música
Noite quente
Uma pontada no peito. Infarto?
Gazes, talvez
Fecho os olhos por um instante
Não é esse bar
Não é esse o dia
Não é essa a cidade onde perdi meus sapatos
Onde a dengue me derrubou uma semana entre a vida e o tédio
Noite quente
Amanhã o relógio vai me acordar
E o por do sol vai estar passando em slow motion na retina do tempo
Tempo nenhum
Mais uma cerveja
Um gole a mais sem gosto
O cantor recria mais uma canção de ninar vampiros
A mágica da noite não amadurece as frutas compradas sem cheiro
Em prateleiras coloridas de supermercado
A fome
A noite é pura fome
E a fome vomita ânsia
Que come a noite
O garçom
E o cantor compositor de um dia que não virá.


por lupeu lacerda

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