por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Alguém como tu"- Por Socorro Moreira


Eu torcia muito pelos amores, no mundo do cinema.No mundo que me cercava os casamentos eram para sempre , e o amor inevitável... Triste ou feliz !
Em todos os tempos a vida coloria o nosso dia a dia.
Música, Cinema, Leitura ( fosse ou não sub-literatura), viagens para as capitais ( ver o mar , e assistir um filme no S.Luiz era um prémio!), voltear na Siqueira Campos aos domingos, arriscar uma fugida nas tertúlias e dançar uma música ;os passeios da escola ...Um dia tomando sol; banho de piscina era o máximo!
As festas litúrgicas com parques e quermesses, as quadrilhas de S.João, os blocos nos carnavais...Entrar no corso, num jeep sem capota era demais !
Mas o melhor desse tempo era passar férias numa cidade pequena , em relação ao Crato.A gente era paquerada pelos meninos mais interessantes. Danado era você escolher, não entregar seu coração, e ficar fiel durante todo tempo àquela ilusão. Hoje sei que era ilusão...Mas eu me sentia tão apaixonada, e chorava tanto, quando as férias terminavam!
E dessas partidas, vivi minhas primeiras dores de amor. Depois entendi que elas representavam apenas arranhões no coração. As grandes feridas ficaram pra depois... Hoje, cicatrizes , imperceptíveis ! .
O amor na maturidade tem tantas caras :
a cara dos netos, dos filhos, dos amigos...
a cara dos encantos sem paixão
a cara da serenidade do coração
Queria que o meu coração
pulasse do peito outra vez
só pra ver a confusão...Mas não !
Ele fica quietinho, querendo alimentos leves, e com pouco sal. Ele faz caminhadas, pra aguentar a vida e as suas saudades... Ou verdades?
Em qualquer estação , ainda é possível viver a ilusão. Às vezes ela bate na porta, outras aparece num e-mai. Nos sentimos tocados com cenas amorosas de filmes e novelas.
Não quero me emocionar com personagens da ficção.Quero um nome , um apelido pra minha ilusão .O importante é que esse amor não implique em desencanto. A gente constroi o sonho.

Um comentário:

Altina Siebra P.Barreto disse...

Socorro,

encanta-me tudo que você escreve. Nossa geração vivenciou muitas experiências comuns e você sabe expressá-las, lindamente.
Parabéns!

Tininha

Altina Siebra P. Barreto