por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cenário de um sonho - por Socorro Moreira



Uma vez escutei de um amigo, que tem talentos múltiplos:
"Quero ser poeta. Poeta não envelhece!"
Pode adoecer, ficar barrigudo, e ser o maior coração do mundo.
Naquela hora, entendi superficialmente. Um dançarino se ficar fora de forma, o corpo já não acompanhará os seus movimentos. Poeta não pára de se depurar. Aliás, a poesia só deixa o poeta, se o poeta dispensá-la.
Então descobri que eu gostaria de ser a poesia.
Mas esqueci, o quanto é difícil ser poesia. Em frações de segundos, a varinha de condão corta o encanto. A poesia é fugaz... Constante é a prosa.
Acho que prefiro ser a prosa. Uma prosa ora romântica, ora realista. Ora machucada, ora livre. A vida é prosa, com passagens poéticas, que ficam impressas, no álbum das memórias. Chamo esse álbum poético de oásis. A prosa é um deserto repleto de oásis, com espaços em claro para novas construções. Primeiro a gente mira, imagina... Depois a gente chega perto, toma água na fonte, e adormece, numa sombra pródiga, e sonha, e sonha, e sonha!
Quero o sonho, em cada noite do meu dia.
Neles encontro pessoas intangíveis, como doces; executo tarefas, que a realidade limita. Nos sonhos a gente tudo pode... Pena, que a gente acorde...
Morrer é não acordar de um sonho? Meu pai achava que sim.
É bom pensar que o mundo onírico, um dia, fatalmente tornar-se-á realidade eterna.
A morte pode ser um sono eterno sem sonhos... Aí seria terrível, se a gente sofresse por consciência. Mas não... A morte é o fim do sofrimento, ou a vida de sonhos sem fim!

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