por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 27 de setembro de 2011

duas irmãs

Sim, há solidão alegre.

Aquela que nos estreita os laços
com nossos objetos de cada dia.

Que nos lança à plenitude
e coça nossos pés

e nos deixa livres
para nós mesmos.

Que bobagem ficar de mal da cafeteira
só por ela nos ter queimado o braço.

Que tolice insana ignorar um livro
apenas porque ele nos leva
a uma caverna escura
e fria.

Miséria é o homem que não beija
é a mulher que não beija

que se apartam da vida
sisudos, coléricos, fúteis

e acabam morrendo sufocados
por uma solidão, deus, tão triste.

Esta é uma solidão triste.

Um comentário:

socorro moreira disse...

A solidão tem humor
Rimos à toa
E soluçamos às vezes
No último capítulo de novela.

A solidão é um exercício de tolerância...
Aprendemos a amar
A nós mesmos.
De tanto pensar
Pulam soluções
Nas ações acomodadas

Solidão é uma espera
Que não olha o relógio
Mas conta os dias...
Tomara que chegue sábado
O fim do mês
O natal
E aquele dinheirinho extra

A solidão nos faz seletivos
Não nos maculamos
Em qualquer companhia
Esperamos deitados
Um novo poema
Num imenso vazio.

Solidão é o amor viajando
Sem comunicar a volta
Sem falar da saudade

Solidão é um canto...
É o canto
È viver na rota das estrelas
Perdida em contemplação
Sem desistir de entendê-las.