por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 27 de setembro de 2011

27 DE SETEMBRO DE 1952- por Norma Hauer


Mais uma vez, lembrando Francisco Alves.
Falei sobre ele em 19 de agosto, data de seu nascimento, mas quero relembrar o dia 27 de setembro de 1952, quando ele faleceu, de desastre automobilístico, na Rodovia Dutra,vindo de São Paulo.

No domingo, dia 28, todas as emissoras de rádio só transmitiram músicas cantadas por ele. Aguardava-se a chegada do que restou de seu corpo, para o sepultamento no dia seguinte.

Manhã de 2ª feira, 29 de setembro de 1952...Um grande féretro ( o primeiro em que se usou um carro do Corpo de Bombeiros) atravessa as ruas do Rio de Janeiro, da Cinelândia (Câmara Municipal) onde o que restou de seu corpo foi velado (havia morrido queimado) até o Cemitério São João Batista acompanhado de uma multidão a pé cantando...

"Adeus, adeus, adeus...
Cinco letras que choram
Num prelúdio de dor.
Adeus, adeus, adeus,
É como o fim de uma estrada
Cortando a encruzilhada.
Ponto final de um romance de amor.

Quem parte, tem os olhos rasos dágua
Ao sentir a grande mágoa
Por se despedir de alguém.
Quem fica, também fica chorando
Com o coração penando
Querendo partir também”

Foi no enterro de Francisco Alves que, pela primeira vez, a Câmara Municipal abriu seu salão para o velório de um cantor e foi também, o primeiro féretro realizado em um carro do Corpo dos Bombeiros, seguido com o povo a pé, até o Cemitério de São João Batista.
Foi algo inesquecível !
A forma como Francisco Alves morreu foi um choque para seus admiradores, que eram milhares.
Aqueles três dias, o sábado, o domingo e a segunda- feira transformaram o Rio na cidade de Francisco Alves.

Quando se esperava aquele momento em que "ao soarem os carrilhões dando as 12 badaladas, ao se encontrarem os ponteiros na metade do dia, os ouvintes se encontram com Francisco Alves -o Rei da Voz" ( como a locutora Lúcia Helena abria seus programas todos os domingos)o que se ouviu foram apenas discos.

Naquele domingo, 28 de setembro de 1952 as badaladas foram outras: transformaram-se em um grande requien.

Norma

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