por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 6 de agosto de 2011

EMILINHA E MARLENE- por Norma Hauer


Posso dizer que ontem, dia 5, "vivi" a Rádio Nacional "dos bons tempos".
Estive presente na Maison de France, onde está sendo apresentado um espetáculo sobre EMILINHA BORBA E MARLENE, relembrando os áureos tempos da Rádio Nacional, que no próximo mês de setembro completará 75 anos, sem o brilho daqueles tempos.

A platéia, parece que estava nos estúdios da emissora "torcendo" por Emilinha ou por Marlene.

Incrível a presença, ainda, de fãs clubes, com direito a torcidas e camisetas, apoiando Emilinha ou Marlene, incentivando as duas atrizes que as representavam, ambas muito boas..
A que representou Marlene parecia a própria, com seus "trejeitos", seus "rebolados" e seu canto muito bom. Parece que, de fato, encontrávamo-nos no auditório da Rádio Nacional, ouvindo e clamando "É a maior".

Embora um pouco mais fraca, mas também com seu valor, a que representou Emilinha foi mais aplaudida, como se fosse a própria, com seu fã-clube alucinado, todos com camisetas com seu retrato.
Já se passaram 5 anos que ela partiu , mas o que é bom não se esquece e isso ficou provado ontem e continuará sendo ainda por muito tempo.
Soube que os ingressos, até setembro, estão todos reservados.

Das duas, sempre apreciei mais a Emilnha, talvez por ser mais simpática ou por ter um repertório mais popular ou, por ela mesma ser mais popular.
Os artistas que representaram Cesar de Alencar, Paulo Gracindo e Manuel Barcelos também estavam bons , além de um sósia de Cauby Peixoto, cantando um trecho de "Conceição" parecer o próprio.

Não fui muito de freqüentar os programas das duas; era mais presente na Rádio Mayrink Veiga ( por motivos óbvios: Carlos Galhardo era contratado pela Mayrink, da qual só se afastou entre 1948 e 1954) mas acompanhava pelo rádio suas participações nos então famosos programas Cesar de Alencar e Manoel Barcelos.

O espetáculo anuncia ainda a derrocada da emissora, em 1964, quando Cesar de Alencar "dedurou" seus colegas para ficar bem com o regime militar e...ninguém mais quis saber dele. Morreu no ostracismo.
A emissora foi-se detoriorando mas as cantoras continuaram suas carreiras em outros tipos de espetáculos, incluindo aí a televisão. E isso também foi mostrado ali no teatro.

Pouco antes de ambas se afastarem definitivamente, elas gravaram um CD com o nome de "Emilinha pinta e Borda" e a peça termina com as duas se confraternizando ao som de músicas desse CD.
E cantando:

"Bandeira branca, amor,
Pela saudade, que me invade,
Eu peço Paz.*

Embora a gravação original dessa música tivesse sido de Dalva de Oliveira, Emilnha e Marlene também a colocaram em seu repertório.

E assim, "vivi" os bons tempos em que o rádio dominava os espetáculos "penetrando" em nossas casas com seus sons, sem imagem, mas que nos fazia sonhar.

Marlene está sem possibilidades de continuar cantando e Emilinha já foi cantar em outras fregesias, onde "reencontrou" Cesar de Alencar , Paulo Gracindo e Manuel Barcelos, os que "dominavam" a Rádio Nacional. 

Norma

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