por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 4 de julho de 2011

Emílio de Meneses



Emílio Nunes Correia de Meneses (Curitiba, 4 de julho de 1866 — Rio de Janeiro, 6 de junho de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, imortal da Academia Brasileira de Letras e mestre dos sonetos satíricos. Para Glauco Mattoso, o poeta paranaense é o principal poeta satírico brasileiro após Gregório de Mattos.

ENVELHECENDO



A Luís Murat



Tomba às vezes meu ser. De tropeço a tropeço,

Unidos, alma e corpo, ambos rolando vão.

É o abismo e eu não sei se cresço ou se decresço,

À proporção do mal, do bem à proporção.



Sobe às vezes meu ser. De arremesso a arremesso,

Unidos, estro e pulso, ambos fogem ao chão

E eu ora encaro a luz, ora à luz estremeço.

E não sei onde o mal e o bem me levarão.



Fim, qual deles será? Qual deles é começo?

Prêmio, qual deles é? Qual deles é expiação?

Por qual deles ventura ou castigo mereço?



Ante o perpétuo sim, e ante o perpétuo não,

Do bem que sempre fiz, nunca busquei o preço,

Do mal que nunca fiz, sofro a condenação.

Últimas Rimas (1916)


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