por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 27 de julho de 2011

BISAFLOR CONTA HISTÓRIAS A CUMBUCA DE OURO E OS MARIMBONDOS



Era uma vez dois compadres: um rico e outro pobre, que se davam muito bem, embora vivessem pregando peças um no outro.
Um dia vai o compadre pobre à casa do rico pedir-lhe um pedaço de terra para cultivar. Pensando em pregar uma peça no compadre pobre, o rico lhe mandou fazer a lavoura num pedaço de terra improdutiva, perdida no meio das matas. O pobre chamou a mulher e foram procurar o terreno na mata distante. Chegando lá, avistaram uma cumbuca de ouro. Voltaram na mesma pisada, pois o compadre pobre considerou que aquela riqueza estava na terra do seu compadre rico, e, portanto, era dele por direito. O compadre rico ficou na maior agitação, dispensou o pobre, não queria mais que ele fizesse lavoura na sua terra e foi chamar a mulher para ir buscar a cumbuca de ouro. Providenciou até uma grande mochila para transportar a riqueza que estava lá no meio do mato, esperando por ele.
No entanto, no lugar da cumbuca de ouro, eles encontraram uma grande casa de marimbondos, mas o compadre rico nem se aborreceu e pensou logo em armar uma peça pra cima do seu compadre. Com muito cuidado colocou a casa de marimbondos dentro da mochila e se encaminhou para a casa do compadre pobre. Chegando ao terreiro da casa já foi gritando:
- Ô compadre, feche as portas e janelas, deixe só uma banda de janela aberta.
O pobre nem pestanejou, fechou as portas e janelas da casa, deixando só um lado da janela da sala aberta, que foi por onde o compadre rico jogou a casa de marimbondos, gritando em seguida:
- Agora fecha a janela toda, compadre.
Mas, para alegria do pobre, os marimbondos quando batiam no chão tilintavam, pois iam se transformando em moedas de ouro, que a família logo tratou de juntar.
Do lado de fora, o rico gritava:
- Ô compadre, abra a porta!
E o compadre pobre, agora rico, respondia:
- Posso não, compadre, os marimbondos estão me matando.
Foi assim que o compadre pobre virou também compadre rico, e o compadre rico caiu no ridículo.
E entrou por uma perna de pato e saiu por uma de pinto, quem quiser que conte cinco.

Stela Siebra

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